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Tecnologia

​Como Ninguém Mais Compra Impressora 3D, os Fabricantes se Voltaram para a Saúde

O sonho da impressora 3D própria acabou. A solução das fabricantes agora é vender serviços para empresas da área de saúde.

Quando as impressoras 3D domésticas chegaram ao mercado há alguns anos, parecia que era questão de tempo para que cada um tivesse a sua encostadinha no laptop.

Não rolou. Graças à péssima economia global, as impressoras custam o valor do aluguel de um apê – talvez um pouco menos se você morar em São Paulo – e não há muita gente que saiba usá-las. Para piorar, o sonho de uma impressora a US$ 100 foi deixado de lado quando a giganteStratasys Inc. adquiriu a MakerBot e adesvalorizou.

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Agora, a maioria das empresas de impressoras 3D busca se adaptar à área da saúde, um alvo em crescimento constante. A 3D Systems Inc talvez seja o melhor exemplo. A companhia se associou a uma rede de voluntários para imprimir próteses de mãos para crianças que necessitam delas. "A ideia é que a colaboração forneça informações que podem ser utilizadas para produzir próteses aprovadas pela FDA (Food and Drug Administration)", afirmou Cathy Lewis, superintendente de marketing.

A 3D Systems trabalha em mais projetos futuristas: desenvolve um exoesqueleto com a Ekso Bionics, produz próteses personalizadas para um cão e, em parcerias rotineiras, vende aparelhos auditivos para laboratórios, hospitais e empresas de dispositivos médicos.

A impressão 3D deveria ser a grande novidade e, durante um tempo, ela foi. As vendas cresceram 34% ao ano nos últimos três anos. Agora, o valor das ações das duas potências – a 3D Systems e a Stratasys Inc. – derraparam de US$ 14 bilhões para menos de US$ 3 bilhões. Claro, a tecnologia em si continua avançando, mas as duas empresas enfrentam problemas de qualidade e lidam com um mercado meio deprê formado por pessoas frustradas com os preços altos e as que pensam que a tecnologia é "legalzinha mas não pra comprar uma e tal".

"Agora que os usuários já têm a primeira onda de impressoras 3D, não tem muitas pessoas com habilidade e recursos para criar coisas interessantes para imprimir", afirmou Sophia Vargas, uma analista da Forrester Research.

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Enquanto isso, o sistema de saúde de empresa para empresa nos Estados Unidos "é uma área que segue crescendo", afirma Stacey Witten, vice-presidente de relações de investimento da 3D Systems. "Tem sido um crescimento veloz para nós, e um ponto importante de investimento." A receita do sistema de saúde duplica a cada ano ao longo dos últimos três anos, afirmou Lewis, a superintendente.

A 3D Systems não é a única empresa a ter essa iniciativa. A Andiamo, uma empresa do Reino Unido, imprime próteses para crianças. Já a EnvisionTEC foi bem sucedida na criação de pequenas peças impressas em 3D para serviços dentários e aparelhos auditivos. A Stratasys, por sua vez, se associou a um grupo chamado Limbitless para imprimir moldes para um capacete sob medida chamado de CranioCap. A empresa vendeu impressoras para clínicas e, com a Universidade de Minnesota, obteve uma garantia do Departamento de Defesa para imprimir modelos realistas de peças anatômicas para uso nos treinamentos dos médicos do exército.

Leia também: Como a Impressão 3D Virou Arma para Combater as Destruições do ISIS

Jon Schull, fundador da e-NABLE, organização associada à 3D Systems, afirma que essas parcerias corporativas serão simbióticas. "Somos uma organização sem fins lucrativos que precisa ser autossustentável", ele afirmou. "As empresas acreditam que essa pesquisa, assim como a e-NABLE, será verdadeiramente útil e as empresas serão capazes de fazer dinheiro a partir delas."

Tradução: Amanda Guizzo Zampieri