Os custos de ser da cena: o battle jacket

O DIY no meio do metal assume variadíssimas formas, mas talvez a mais visível e conhecida seja o battle jacket/casaco de patches. E, já que estamos a menos de um mês do SWR Metalfest, é dele que vamos falar.

Um battle jacket não é para qualquer um. É preciso amor, dedicação e desapego ao dinheiro (em favor da devoção). A peça existe nos mais variados tamanhos, formas, feitios. E para todos os gostos: os que só têm patches, os que levam tachas ou spikes, os que levam correntes, os que levam pins, e os que levam com os restos de cerveja de 20 festivais (quase todos)… Há quem se preocupe em fazê-los perfeitamente simétricos, há quem goste deles “feios, porcos e mal-cheirosos”. A matéria-prima é o casaco. Ou colete. Normalmente, de ganga preta ou azul, mas também os há em couro, sarja e até mesmo seda (fancy shit!). O mais usual é mesmo o colete de ganga, devido à sua versatilidade e capacidade de encaixar perfeitamente por cima do perfecto de couro. Escolhido o casaco, vêm os patches. Aqui começa a paixão. E a miséria. Horas e horas são dedicadas à escolha das bandas cujos quadradinhos haveremos nós próprios de coser. Os preços de cada um variam entre os dois e os dez euros. Os backpatches (também conhecidos por “dorsais”) variam entre os cinco e os 15 euros. Tudo depende se os queremos impressos a preto/branco, a cores, se os queremos bordados, coloridos em tecido com tratamento de cera, etc. Enfim, há para todos os gostos. Façam bem as contas: esta brincadeira do battle jacket sai caro. Quando pensamos sobre isto, acabamos por nos rir de uma realidade pura e dura: o traje “academicus metallicus” de um thrasher que siga todas as regras da cena fica quase ao mesmo preço que vestir Lacoste da cabeça aos pés. Modelo: Estefânia Silva (Just Models)
Fotografia por Filipa Alves
Patches: Pentagram, Candlemass, Drudkh, Wolfpack, Electric Wizard, Nattefrost, Bathory, Witchfinder General
Agradecimentos: Anti Denim — True Black Denim