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Fotos

Roller-derby, disseram elas!

A Sónia Balacó em cima de uns patins, com joelheiras e tudo.

Eu nunca fui uma criança destemida. Era mais a miúda no canto com papéis e livros, mas a verdade é que também andei muito de bicicleta e frequentei até uma matiné de patinagem que acontecia todos os sábados num pavilhão. Por isso, voltar a calçar uns patins sobre a madeira polida, no CEDAR da UTL, traz-me a mesma sensação de aventura da infância. Sempre associei liberdade a velocidade, à ideia de sair a correr de mãos dadas em direcção a um sítio melhor, o

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vento a dar na cara. Não é de estranhar que patinar me faça sentir livre e me dê a sensação de ter um super-poder: o de ter pés que deslizam, o de voar baixinho. P

ergunto-me se ainda o sei fazer bem o suficiente, em

loop

a necessidade imperativa de chegar ao fim desta hora sem me magoar —

backlash

de uma queda de skate recente.

Vejo as jogadoras do

Lisbon Grrrls Roller Derby

(LGRD) equiparem-se rapidamente. Ainda há pouco me falavam das três colegas com pernas partidas, do facto de as mães não saberem que elas praticam roller derby e de como estou enganada ao achar que sou frágil demais para isto. São miúdas normais, algumas tão franzinas como eu, e ali estão elas a sorrir para o meu medo. Confirma-se, ainda sei andar de patins, e lá vou eu começar pelo básico: os vários tipos de travagem.

Tento seguir as indicações técnicas da Rita, a minha guia nesta aventura e que em jogo se chama Holy Tramp, enquanto vou observando o espírito de entreajuda geral. Há jogadoras de todos os níveis, incluindo quem ainda esteja a aprender a patinar. Dizem-me que é normal, que muitas chegaram ali sem o saber. Dividem-nos em dois grupos, e as jogadoras mais aptas fazem uma partida. Enquanto aprendo a cair e a fazer o elástico, vou-lhes deitando o olho. Impressiona-me que não tenham medo de levar com um patim ou de cair mal. Ali estão elas cheias de velocidade, cheias de técnica. É impossível não querer saber fazer aquilo como elas.

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A mistura inesperada entre a graciosidade da patinagem e a violência do contacto em velocidade é estranhamente atractiva. Parece impossível e algo que só as eleitas podem fazer, mas são elas as primeiras a desmistificar a coisa. O mais impressionante? Uma força que não tem nada a ver com músculos e que leva àqueles treinos até miúdas que nem sabiam andar de patins, uma determinação alta.

A Sónia já te deu a dica, agora é contigo. Se és uma miúda, não tens por que esperar. Se és um gajo, o caso já muda de figura: tens de te esforçar para que a malta do LGRD não perceba que devias era estar a jogar hóquei em patins.

Endereço:

Pavilhão CEDAR

Avenida da Universidade Técnica

Pólo Universitário da Ajuda

1349-055 Lisboa

Fotografia por Ana Balacó

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