Prazer, Thiago André

FYI.

This story is over 5 years old.

VICE Sports

Prazer, Thiago André

Você não tá ligado, mas esse cara aí vai correr na prova de 1500 metros nas Olimpíadas do Rio com boas chances de fazer bonito.

Foto: Guilherme Santana/VICE

A gente sabe que você não conhece o Thiago André. É muito improvável que você tenha ouvido falar desse corredor carioca que bateu o recorde juvenil brasileiro e sul-americano nos 1500 metros e que agora, aos 20 anos, está classificado para as Olimpíadas de 2016 na mesma prova. Talvez você até tenha ouvido falar de um corredor que curte demais empinar pipas, mas não saberia falar o nome, o rosto ou se, sei lá, o cara era brasileiro ou uma promessa real. Mas tá tudo bem, cara. A culpa não é sua. É nossa que ainda insistimos em cobrir e divulgar majoritariamente o futebol. O jornalismo esportivo é mais fácil assim, acredite. O papo é que você deveria conhecer esse cara. Ele não é um gênio, um prodígio ou algo similar. Na verdade, ele é um cara comum cujo maior trunfo é nutrir duas características que parecem opostas, inconciliáveis: a humildade e a ambição. Entre as metas do atleta — que completará 21 anos um dia antes da abertura dos jogos olímpicos — está disputar as finais da modalidade no Rio (uma medalhinha, quem sabe?), baixar seus tempos e, mais pra frente, correr provas mais longas até chegar na maratona. Tiago descobriu seu talento correndo atrás de pipa em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, e, nas pistas, parece ter a mesma vontade daquela época. Correr, para ele, é diversão, é natural. A gente mostra nessa entrevista que fizemos no centro de treinamento do clube BM&FBOVESPA, em São Caetano do Sul, por que o atleta é um dos caras mais legais das Olimpíadas e por que você deve torcer por ele.

Publicidade

Foto: Guilherme Santana/VICE

Como foi a sua infância em Belford Roxo? Como eram as coisas lá?
Minha infância foi bem dentro de casa, sabe. Minha mãe, moça da roça, veio do Espírito Santo e pra ela o viver era dentro de casa. Onde ela ia eu ia atrás ou ficava em casa. Fui descobrir a rua já tinha meus 15 anos. Eu demorei.

Era da escola pra casa?
Sim, não falava com ninguém e, mesmo assim, como eu morava num morro, ela via eu entrando na escola e me via saindo. Ficava só lá de cima do muro olhando e balançava a mão dando tchau. Na hora da saída já gritava lá de casa: 'Sobeeeeeee'.

E seu pai?
Meus pais se separaram quando eu tinha uns oito, nove anos. Ela me criou sozinha, tinha que trabalhar pra sustentar a casa. Eu tinha a responsabilidade de arrumar a casa. Do que você brincava?
Pipa, ficava desesperado.

Vi um pessoal comentando sobre isso.
Como minha mãe não deixava eu sair pra rua, eu subia no tanque, colocava a lata de linha dentro e ficava lá em cima do muro, mas nunca estava na rua. Só de sábado e domingo.

Pra um moleque é pouco, né?
E ela ainda falava pra eu escolher. Ou saía de manhã ou saía a tarde. Eu sempre escolhia sair a tarde porque era mais movimentado. Aí ela falava: 'De duas às quatro'. Pô, mas nesse horário não tinha ninguém, o sol queimando e eu ficava sozinho lá na rua, um calor e só ouvindo: 'Vai queimar aí, Thiaguinho'. 'Vai queimar aí, neguinho'. Eu entrava pra casa e até parecia um carvão.

Publicidade

A rotina de treinamento é fichinha do lado da sua mãe, pô.
Era difícil, mas na real foi tranquilo. Até a hora que conheci o atletismo.

E quando você conheceu o atletismo?
Quando minha mãe me largava na rua, ela falava: 'Pode brincar'. Eu saía desesperado. Vira e mexe eu tava na rua e os moleques comentavam: 'Pô, o Thiaguinho corre pra caraca'. Sempre nas brincadeiras de pic-pega eu tava ali. Certo dia um amigo meu falou: 'Thiaguinho, cê tem tinha que ir lá pra Vila Olímpica fazer um teste. A mulher vai gostar de você. Não quer ir não?' Querer eu quero, mas vai ter que falar com minha mãe, sabe como é que é. Ela não queria porque falava que lá tinha coisa errada e tudo pra minha mãe era errado. Um dia ela deixou. Nem perguntei, só subi, troquei de roupa, peguei a mochila e subi na bicicleta. E como foi esse primeiro treino?
Esse meu amigo me apresentou lá. 'Suelen esse aqui é o menino lá, não pode ver uma pipa, corre pra tudo quanto é lado'. Aí fiz uns testes. Treinei na terça à tarde e ela perguntou se eu podia voltar na quinta. Voltei na quinta-feira e ela disse: 'Pô, gostei de você, mas você não vai ser velocista, não. Você vai ser fundista'.

Foto: Guilherme Santana/VICE

Você sabia o que era isso?
Eu falei: 'Caraca, nem vou voltar. Eu quero ser velocista que nem meu amigo. Nem sei o que é esse bagulho de fundista'. Aí ela falou: 'Ó, te dou 30 reais por mês. Se quiser aceitar é seu'. Falei: 'Caraca, mané. 30 reais já é o dinheiro da pipa e da linha, né'. Aí topei. Só pedi pra ela anotar o telefone e endereço certinho pra dar uma explicação pra minha mãe. E sua mãe ficou de boa?
A mulher ligou pra ela, explicou e ela deixou. Na segunda semana eu saí de casa 13h40 e cheguei em casa quase 19h, porque era mais longe. Eu tava só preocupado. Subi o morro desesperado empurrando a bicicleta. Minha mãe só lá no portão. E quando identificaram em você o talento pra correr?
Foi quando eu competi pela primeira vez, em 2010, lá em Porto Alegre. Era o campeonato brasileiro interclubes na categoria mirim. Foi minha primeira viagem. Eu falei: 'Mãe, vou viajar, vou representar Belford Roxo, ó, tô com as passagens dele aqui e a gente tem que estar no aeroporto tal dia'. O olho dela brilhou. Ela nunca esperava aquilo. Do pé do morro até lá em casa ela foi falando. 'Pô, meu filho vai viajar. Vai de avião, mané'. Falava pra todo mundo. Foi me levar no aeroporto no dia sem nem saber como ir embora. E como foi essa competição?
Eu fiquei em quarto lugar no 1000 metros. Aí a minha treinadora me federou pela Mangueira que eu ia ganhar um pouco mais. De 30 reais foi pra 150. Eu falei: ''Caraca, 150 é muita pipa'. A grana vinha em cheque e eu nem sabia como fazer isso. E até quando você treinou lá em Belford Roxo?
Em 2012 a minha treinadora viu que não estava mais com suporte pra me treinar. Ela me mandou pra um técnico mais experiente na região serrana do Rio, em Petrópolis. Fiquei lá durante um ano. Ficou um ano morando em Petrópolis?
Não, eu morava em Itamonte porque o treinador falava que a gente não tinha cabeça pra morar lá em Petrópolis, que a gente ia atrás de mulher. Aí ele botou a gente nessa cidade de Minas Gerais. Lugar morto, não tinha nada. Só tinha escola, mercado, não tinha mais nada pra gente fazer; televisão não pegava quase nada. Aí você desgarrou da sua mãe, né?
É, eu via pouco a minha mãe, não tinha condições de visitá-la. O dinheiro que tinha eu pagava as contas: o celular, a internet, computador. Sabe como é, quando a gente ganha uma mixaria, a gente quer comprar tudo. Fiz um monte de prestação e fui pagando, fui pagando e nunca tinha dinheiro pra visitar ela.

Publicidade

Foto: Guilherme Santana/VICE

E daí você veio pra São Paulo?
Sim, um dia eu tomei a decisão de vir pra cá, foi em 2013. Você teve algum convite?
Não, eu mesmo me convidei. Eu queria algo melhor, queria evoluir ainda mais. Mas você já vinha se destacando nas competições?
Em 2011, 2012 eu sempre brigava ali pela terceira ou quarta posição. Tinham dois meninos muito bons nessa época, mas no primeiro ano de juvenil eu fiz índice pro Pan-Americano nas três provas: 1500, 5000 e 10.000 metros. Nesse período de transição mudei de treinador. E como foi o papo com o novo treinador? Quem você procurou?
Procurei o Adauto Domingues. Falei pra ele. 'Tô interessado em treinar com o senhor, gosto do seu trabalho, vejo que o senhor treina o Marilson (Gomes dos Santos), ele é uma grande inspiração pra mim'. Ele me perguntou com quem eu treinava e falou que eu precisava parar de treinar com outra pessoa. Quando eu saí da casa do meu ex-treinador já liguei pra ele. 'Professor Adauto, já falei com ele aqui. E aí, você vai me treinar? Ele não me treina mais, não'. Ele pediu pra esperar umas duas semanas. E como você chegou aqui em São paulo?
Só comprei a passagem Rio de Janeiro - São Caetano do Sul. Eu só pensando: 'Caraca, se esse professor não vier, como é que eu vou voltar pra casa?' Ele demorou uns 40 minutos do horário combinado. Pra eu não esquecer da cara dele fui lá no Google, peguei uma foto dele, e salvei no celular e botei no bolso. Quando ele desceu do carro só podia ser ele, impossível ser outro. Na época ele me trouxe pra morar com outros atletas e me deu um dinheiro pra almoçar e jantar. Eu nem pensei duas vezes, já abracei o dinheiro. E como foi o trabalho?
A gente já começou a fazer um treino mais específico porque eu treinava prova de 10.000 e 5.000 metros. Ele me falou que eu ia correr o 1.500. No campeonato brasileiro juvenil eu corri a 3:45 e foi quando eu me destaquei. Fui do juvenil para terceiro do ranking adulto, fiquei entre os quatro do ranking nacional. A gente treinou, fomos para o Pan-Americano, fui segundo lugar tanto no 1.500 quanto no 5.000 e, quando acabou a competição, a gente deu progresso no treinamento.

Publicidade

Foto: Guilherme Santana/VICE

Você sonhava com isso tudo?
Nada, eu sonhava em treinar com os meninos. Com o Leandro Prates, que era campeão Pan-Americano, com o Marilson. Esses caras me inspiravam. Posso ficar morto, mas onde esses caras pisarem eu vou grudar atrás, onde eles tirarem o pé eu vou colocar o meu. E você foi colocando, né?
Em 2014 eu corri a primeira prova do 1.500 mestros. Eu tava tão afobado no dia da prova que nem esperei o coelho (corredor que puxa a prova). As pernas tavam fluindo e quando eu olhei o tempo tava marcando 3:41 com índice para o campeonato mundial e bati o recorde brasileiro. Daí em diante eu fiz mais uma ou duas provas de 1.500 que eu corri a 3:40 batendo o recorde brasileiro e o sul-americano. E no 800 metros?
Fiz uma prova em Campinas sem compromisso. Eu nem sabia como é que largava, eu só olhando pra todo mundo enraiado lá. Deu o tiro e eu só lembrei que ele falou pra eu disparar quando faltasse uns 250 metros. Na primeira volta foi tranquilo. Nem esperei dar 250, quando deu 350 eu saí e fiz em 1:47, não entendi nada. Aí fiz o índice também. E como foi o seu desempenho no Mundial?
Eu me classifiquei em primeiro, super tranquilo, e fui pra final. Na última prova tinham dois quenianos muito bons, um deles que tinha acabado de bater o recorde juvenil, e tinha mais um de Botsuana eu tinha a quarta melhor marca entre os 12. Foi uma prova muito desgastante e, na segunda volta, rolou um choque entre os atletas, um menino perdeu a sapatilha e eu perdi um pouco o foco. Isso me atrapalhou muito e acabei sendo o quarto colocado. Eu saí da prova de cabeça erguida, mas segurando o choro. Aí sentei lá atrás da pista de aquecimento e chorei. E o Adauto?
Eu pedi desculpa pra ele, mas ele foi bem tranquilo. Sabia que eu tinha dado o meu melhor. Me pediu pra descansar e curtir o resto da viagem. 'Curtir, que nada. Eu vou correr'. Eu corri os seis dias de competição. Fui para o 800 metros, passei na qualificatória, passei na semifinal e fui pra final. Ele se surpreendeu com isso. Nosso objetivo não era nem pegar medalha, era só melhorar o tempo. Eu tava com o pensamento de sair forte, mas os quenianos também estavam com a mesma ideia. Cheguei em quarto, mas com uma marca muito melhor. Corri a 1:46:06, eu expandi. E quais são suas melhores marcas?
Eu tenho 3:35 no 1.500 metros e tenho 1:45 no 800 metros. São excelentes tempos.
São mesmo. Qual a diferença no treinamento para disputar uma prova de 800 e uma de 1500 metros?
Eu não sei, porque no treinamento do 1500 eu corro os 800, então não precisa mexer muita coisa. Você vai disputar as Olimpíadas agora no 1500? Foi uma opção disputar só essa prova?
A gente fez uma temporada de 32 dias na Holanda e tinha uma prova muito boa. Eu era o mais fraco de todo mundo, mas, quando deu o tiro, marquei os quenianos e corri muito. Quando tava faltando uns 200 metros, as pernas já travando, vi um cara passando por mim, mas não desisti. Ajeitei a postura e falei. 'Hoje eu não vou perder pra ninguém'. Fiquei em quinto. Olhei o tempo do primeiro: 3:33. Eu tentando ver meu tempo e nada, as pernas formigando, eu querendo cair. Saí da pista e aí veio o meu manager e falou. 'Thiago, você correu 3:35', rapidinho a dor nas pernas passou. Com esse número eu me classifiquei pras Olimpíadas. Foi tudo ou nada.

Publicidade

Foto: Guilherme Santana/VICE

Como sua família olha hoje pro seu trabalho, principalmente sua mãe? Como ela enxerga seu trampo?
Então, minha mãe tá super tranquila hoje. Nem parece aquela mulher de antigamente. Ela vem me ver em São Paulo, vira e mexe ela está aqui. Ela teve uma mudança muito grande depois que descobriu que ia ser vó. Ela mudou totalmente. O jeito dela de viver, de falar comigo, com minha esposa. E o quanto você mudou com a paternidade?
Eu me dediquei mais. Fiz o índice Olímpico não por causa dos treinos, mas porque estava vindo alguém pra completar minha família. Sempre que dava aquele desânimo, vinha ele na minha cabeça e isso foi me estimulando.

Qual é o nome dele?
Gabriel. Sua esposa também é atleta?
Sim, e esse foi um período muito complicado. Ela também era atleta de alto nível. Pra ela foi muito difícil ter parado. A gente sacrificou muitas coisas pra poder ter esse filho. Ela competiu grávida?
Ela correu o Troféu Brasil de 2014 e ganhou o 800 e foi medalha nos 400. Ela já estava com dois meses de gestação e daí pra frente ela não pôde treinar mais porque poderia prejudicar. Em outros esportes até daria pra continuar treinando, né?
É, o médico falou que a gravidez dela ia ser de risco porque ela já estava com o colo do útero muito baixo e com muita dor no púbis. Não podia andar porque doía. A nossa sorte foi que tivemos muito apoio da minha mãe e da minha sogra. Elas ficaram com ela enquanto eu treinava. Eu também não pude ver o nascimento do meu filho porque eu ainda tava na Europa. Eu tava saindo de lá e ele tava nascendo. Caralho, que azar.
Foram as 12 horas mais demoradas da minha vida. Eu dormia, acordava e não chegava. Cheguei no aeroporto fui de táxi mesmo pra lá. Cheguei hospital e não podia entrar, porque ela já estava com um acompanhante. Eu tive que ir pra casa, controlar a ansiedade. Fui ver ele só no outro dia de manhã. Porra, você correu, correu e chegou atrasado.
Pois é. Mas eu agradeço muito a Deus por ele ter colocado o meu filho na minha vida. Tudo melhorou. Hoje moro em Jundiaí com eles, mas treino aqui em São Caetano. Geralmente eu fico terça, quarta e quinta treinando e volto pra casa na sexta ou treino nas pistas de lá. É puxado, né?
No começo é um pouco, mas depois fica mais de boa. Pensei que ia ser um pouco mais difícil, que ele não ia dormir, mas parece que ele sabia. Se deixar ele dorme dez da noite e acorda oito da manhã direto. Super tranquilo. Quais são as dificuldades de correr no Brasil?
A maior dificuldade é treinar. Depende da pessoa. Se ela quer ou não ser atleta de alto nível. Tem gente que se contenta em ganhar algumas condições, mas eu quero ir além. Eu quero pular logo pro 5.000, pro 10.000, porque eu quero bater logo esses recordes. Eu penso sempre na frente. Qual a sua expectativa pessoal pra disputar as Olimpíadas?
Não sentei ainda pra falar sobre isso. Acho que não caiu muito a minha ficha de que eu tô numa Olimpíada. Tô levando como se fosse um torneio que tem no Ibirapuera. Acho que minha ficha vai cair mesmo nos últimos 90 dias e quando a gente chegar na hora do treino específico. O Adauto já me falou que montou uma planilha dura pra mim. Vamo aí. 'Tamo na guerra pra morrer'. Mas você tem esperança de faturar uma medalha?
Sul-americano é fácil correr. Depois que entra o Quênia e a Etiópia fica mais complicado. O meu treinador fez uma meta. A gente só pode perder pros quenianos e etíopes. Agora que tá com muita queda de atletas no doping ele tá sonhando além, mas por enquanto a meta é chegar na final porque é mais difícil. É mesmo?
É, na semifinal os caras dão quase 100% e na hora da final fica um esperando o outro. É invertido. Nós vamos treinar pra fazer um boa semifinal e passar pra final. E como você projeta sua vida e sua carreira depois das Olimpíadas?
Eu e o Adauto já estamos conversando pra subir de prova e correr os 5000. E treinar pra tentar bater o recorde sul-americano do Marilson nesses 5000.

Pô, e você treina com ele. Já avisou ele que pretende bater esse recorde?
Eu falei assim: 'Ó, esse seu recorde aí tá a minha espera'. Até quantos anos costuma competir um atleta dos 800 metros e um de 5000 metros, muda muito?
Eu acho que muda porque o atleta do 800 metros dá muita porrada. É muito tiro rápido. É mais agressivo?
É. Pra durar mais é mais difícil. Dos 20 aos 28, que é o auge, ele tem que ter acompanhamento. O atleta que treina pro fundo (provas mais longas) é mais devagar, rodagem, tiros mais lentos, não precisa usar sapato de prego. É mais resistência do que velocidade. Até quantos anos você acha que vai competir?
Não sei, não posso falar, porque depende de cada atleta.

Você pensa em estudar depois, continuar no esporte?
Penso em botar em prática os meus objetivos que são: bater o recorde do Marilson do 5000 e da meia maratona e quem sabe correr uma maratona. Quero ser conhecido nas provas que eu for disputar tanto no Brasil quanto fora. Quero ser respeitado. E o que você pretende fazer quando tiver 40 anos?
Não sei. Minha esposa é formada em Educação Física, pretendo também começar a faculdade de Educação Física e falei que a nossa cobaia vai ser o nosso filho. Não vai treinar nem com o meu treinador nem com o dela. Vai treinar com a gente.