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O Guia VICE para a reabilitação

Queremos que sobrevivas aos 28 dias mais longos da tua vida.

Um bom centro de reabilitação é, essencialmente, como uma comunidade anarco-socialista que segue apenas uma regra: não ficar pedrado. Não há polícias, burocratas e quadradões a chatearem-te sobre a forma como conduzes a tua máquina. Lá, as pessoas vêm de todas as classes e estratos sociais. Há médicos (eu própria recomendei o meu dentista para uma desintoxicação), escumalhas patéticos, melhores amigos, agentes policiais, condutores bêbados que atropelam bebés — todos a cuidar uns dos outros como se fossem uma família grande, feliz e necessitada. Muitas pessoas ficam enojadas com desintoxicações. Não aguentam a exagerada simpatia, digna de um culto, e a parte onde, supostamente, falamos sobre os nossos sentimentos, mas qual destes é mais saudável: o culto da recuperação ou o culto da Coors com o seu lema “bebe seis de nós por noite e consegues foder umas gémeas”? Nem toda a gente precisa de ir para uma clínica de desintoxicação. Muitos viciados páram, simplesmente, e conseguem manter-se sóbrios para sempre. Não sou uma dessas pessoas. Se não fosse numa desintoxicação, estaria num sítio muito, muito, muito, muito mau. Faz-te lembrar alguém? PROGRAMAS PARA ADOLESCENTES
São um desperdício de tempo. É suposto os adolescentes terem mentalidades fodidas. Na verdade, as drogas vão provavelmente impedi-los de cometerem o suicídio. Força com elas. O meu amigo John foi preso por fazer graffiti quando estava no décimo ano e nunca tinha consumido drogas antes disso. Os advogados acharam por bem dizer ao juiz que ele estava “sob a influência de substância” quando escreveu o seu nickname na parede, de forma a safá-lo mais facilmente. Acabou por ficar dois meses em South Oaks a fazer reabilitação com montes de drogados adolescentes. Todos eles descreviam as drogas de forma tão romântica que, quando finalmente saiu, ele não aguentou até ter nas suas mãos PCP e metanfetamina. O John nunca acabou o liceu. Não faço ideia onde estará agora. ABORRECIMENTO
Não há nada para fazer num centro de reabilitação. É assim que é e continua a ser assim por alguma razão. O aborrecimento leva-te à participação e, quanto mais te envolves, mais aprendes sobre a sobriedade. A maior parte dos viciados está socialmente fodida, ao extremo e mal conseguirem ter uma conversa, muito menos uma amizade ou uma relação amorosa. O aborrecimento ajuda-te a sair do quarto e a fazer amigos. Isso ou ficar especado a olhar por um buraco na parede. Numa desintoxicação, um dia típico consiste em comer, reuniões dos AA/NA, comer outra vez, terapia de grupo, fumar, comer mais, mais AA/NA, fumar e comer, e dormir. Ter atracções por pessoas feias é outra actividade (sobre isso falo mais à frente). CAFEÍNA
Não é permitido café em desintoxicações, mas está sempre disponível como contrabando. Torna-se numa forma de moeda de troca entre os pacientes. Se estás em maus lençóis com a miúda que te arranja o café, os teus amigos largam-te porque são viciados e apenas te conhecem há uma semana e, bem, o café nunca os deixou ficar mal, portanto… desculpa lá. MORTE
Contrariamente àquilo que a opinião pública possa pensar, apenas duas substâncias causam morte por abstinência: drogas receitadas e álcool. Os alcoólicos têm delirium tremens ou DTs. Muitos médicos imbecis consideram isso um mito, mas os DTs são muito reais e causam alucinações (daquelas más), convulsões e podem levar a enfartes. Essa é a parte do delírio. A parte dos tremores é porque as tuas mãos tremem quando és um bêbado. Os DTs fazem-me sempre lembrar o pai do Huck Finn.A abstinência de comprimidos é mais agressiva, pois estes são sintéticos e concebidos para foder quimicamente o cérebro, e o tratamento de abstinência envolve ainda mais comprimidos, portanto tens dois gangs de químicos que tentam arrancar-te os braços fora em diferentes direcções.As desintoxicações conseguem tratar eficientemente um viciado em comprimidos, mas vais sofrer de micoses e terás o sistema imunitário fraco durante uns tempos. E queridos viciados em comprimidos: não digam que não têm dinheiro para entrar em detox. Tiveram dez médicos por toda a cidade a passarem-vos receitas, por isso acho que conseguem arranjar uma maneira… DESIQUILÍBRIOS ALIMENTARES
Estes andam de mãos dadas com o vício em drogas, como dois amigos que se influenciam negativamente um ao outro. É por isso que, geralmente, se tratam nos mesmos sítios (é também uma forma mais barata das seguradoras colocarem as doenças no mesmo saco). Numa desintoxicação, referimo-los como os “Duplos Vencedores”, mas, na vida real, não o são. Muito provavelmente porque são sempre gordos perdedores. O que me leva a… COMIDA
Durante os últimos oito anos, tens substituído as tuas refeições por vinho tinto e, agora que paraste. Adivinha: estás a morrer de fome. Até comias um cavalo. Os drogados não comem nada no início, porque estão demasiado enjoados, mas quando conseguem engolir alguma coisa, tendem a desenvolver OUTRA doença, o “chocoolismo”. (Estou tão contente por isto não ser uma piada.) Talvez isto aconteça porque o chocolate cria endorfinas que vão para o teu cérebro e activam a sensação de prazer. Ah, e outra coisa são os peidos. Toda a gente se peida constantemente numa desintoxicação. As pessoas peidam-se tanto que os peidos até têm conversas uns com os outros. Têm a sua própria sociedade underground e as suas próprias regras. Alguns peidos até se odeiam. JOGO
Completamente proibido. Mesmo que digas qualquer coisa tipo, “aposto que vai chover amanhã,” podes ser expulso. Estava a brincar, mas agora a sério, não podes apostar nada. O jogo é super viciante. Conheci um miúdo mesmo viciado no jogo. Ele disse-me que gostava de perder. Sentia-se mesmo bem quando perdia. Estranho, não é? Nada de jogo. LACA
Proibida em centros de tratamento. A laca para o cabelo contém cerca de 77 por cento de álcool, o suficiente para causar os delirium tremens. GELO
Uma das minhas histórias favoritas é a de um tipo que era viciado em “gelo”. Ele chamava-lhe gelo, porque tinha cerca de 50 anos e era um completo anormal. (É só speed, meu.) Era um advogado de pessoas ligadas ao entretenimento em LA e nunca tinha experimentado drogas em toda a sua vida, nem mesmo nos anos 60 (porque estava numa faculdade de Direito). Representava um grupo de pessoas super famosas e sentia-se realmente protegido por todos os judeus poderosos de LA. Depois, numa noite, conheceu a sua rapariga de sonho. “Ela era linda, uma artista. Bem, considerava-se uma artista, mas o resto das pessoas chamava-lhe stripper…” De qualquer forma, ela apresentou-o ao “gelo” e antes que ele desse conta, estava a arrancar o gesso das paredes do Four Seasons, convencido de que estava sob escuta. Meteu a mobília toda em frente à porta, até a cama, e colou sacos do lixo e papel de alumínio nas janelas. Quando os amigos finalmente o encontraram, estava a desfazer o mini-frigorífico, pensando que um saco de speed tinha caído atrás dele acidentalmente. Contou esta história no segundo dia na clínica. No dia seguinte já lá não estava. FATOS DE TREINO JUICY COUTURE
Sim, isso mesmo. Juicy. Tragam mais do que um, foram feitos para os dias de desintoxicação. Os japoneses, sem noção nenhuma, usam-nos para ir ao supermercado, as mulheres nos seus 50 compram-nos em caxemira, e as esposas de mafiosos arranjam daqueles que dizem “New Jersey” no rabo. Todos os supracitados são completamente inapropriados no mundo real. Até as miúdas do gueto a tentar parecer a J. Lo… não. Todos vocês parecem preguiçosos desleixados e gordos mortinhos por levar no cu. No entanto, tragam uma mala cheia deles para a clínica, Vão parecer e sentir-se como uma rainha. KETAMINA
Muitas pessoas estão completamente viciadas nela, no entanto, as clínicas ainda não sabem bem o que é, nem o que faz a quem a usa. Aparentemente não provoca dependência física, nem efeitos secundários a longo prazo, levando os conselheiros a dizer apenas, “mmm…” e depois descartam-na como um desassociativo. Muito provavelmente, os viciados em K sentem-se conscientes em redor de pessoas que usam “drogas a sério” e nunca vão a tratamento ou a reuniões de AA/NA, o que é triste. Esta droga é uma merda pesada e fode-te o cérebro todo, totalmente. PREGUIÇA
Conheci uma senhora numa reabilitação que se chamava Ingrid. Era uma obesa viciada em crack (eu sei, é um paradoxo, mas eles existem) que tinha desistido completamente da vida. Quando entrou na clínica estava a ofegar, a fumar, sentada numa cadeira de rodas e a comer uma sanduíche de almôndega. Era incapaz de limpar o próprio cu, literalmente. Agradeci a Deus não ser enfermeira, e rezei ao menino Jesus para que ela NÃO fosse a minha companheira de quarto. A pele dela era cinzenta. Queixava-se como um professor de trompete e podia-se ouvi-la a ofegar mesmo através das paredes dos dormitórios.Uma vez, durante o meu período de metadona, ofereci-me para dar umas voltas com ela. Não era forte o suficiente para mover a cadeira nem um centímetro. Era um peso morto, completamente. Um dia, depois de uma refeição, uma enfermeira disse-lhe que não podia fumar dentro do refeitório. Ela levantou-se, foi lá fora e acendeu um Kool. As enfermeiras estavam furiosas. A Ingrid afinal conseguia andar. Era totalmente capaz de se movimentar sozinha, mas decidiu andar de cadeira de rodas porque “não lhe apetecia andar”. A vaca era mesmo preguiçosa. Vê-la a ir lá fora para fumar aquele cigarro foi a primeira vez que senti uma emoção em quase uma década (uma coisinha chamada raiva). METADONA
Existe algum substituto para a heroína? Os AA dir-te-ão que é “o alto poder da tua escolha”. A religião dir-te-á que é Deus. O teu cérebro, que é comida, sexo e dinheiro. Qualquer hospital e assistente social no mundo dir-te-á que é a METADONA. Que é um opiáceo administrado oralmente, portanto não é tão forte como injectar ou snifar. Mas quando estás pedrado, é como se fosse “cavalo”. E a metadona cura totalmente o vício em heroína. ao dar-te um outro novo vício que é muito, muito mais difícil de curar! Tenho amigos que andaram na heroína durante dois anos e na metadona os 12 seguintes. Sabes aqueles viciados na rua com o cabelo e os dentes a caírem? É maioritariamente metadona, não heroína. Em heroína, coças a cara e assim, mas certamente não te faz cair os dentes. Como os médicos regulam a quantidade de metadona, podes ficar viciado nela para sempre. Se consumires heroína demasiado tempo, com a qualidade variando de saco para saco, eventualmente terás uma overdose. NICOTINA
Se não fores viciado em nicotina ao entrar numa desintoxicação, ao sair serás de certeza. É a fumar que se fazem amigos. Mas na vida real também o é, acho eu. É perfeito para pessoas conscientes que estão habituadas a empurrar todos os sentimentos pela goela abaixo e não sabem o que fazer com as mãos quando estão com pessoas e toda a gente está a falar e não se sabe o que dizer. BLOQUEADORES DE OPIÁCIOS
Ouvi dizer que isto ajuda o processo de abstinência, mas na maioria das comunidades de drogados são conhecidos como algo que só os meninos ricos tomam. Diminuem a dor, mas nunca o desejo. Caso em questão: uma vez vi um miúdo a estourar 100 dólares em dez sacos de droga, chutá-los todos e não ficar pedrado. Ele pensava que podia aniquilar os bloqueadores com aquela quantidade, mas aqueles cabrões são como um milhão de Incríveis Hulks microscópicos designados a barrar a entrada da moca no cérebro. O miúdo ficou super chateado. O POÇO
Na minha desintoxicação, este era o sítio onde todas as noites nos encontrávamos depois de apagadas as luzes, para discutir problemas, preocupações, medos e queixas. A primeira vez que lá fui, era noite de “eleições” e votámos em quem iria realizar as tarefas dessa semana (despertar, varrer, lavar a louça, etc.). Para votar, simplesmente levantava-se a mão UMA VEZ. Quando digo que foram precisas cerca de cinco tentativas para se seguir este método de votação, não estou a brincar. Os viciados, conhecidos pela sua capacidade de falhar, não seguiam as indicações muito bem. Não conseguia deixar de rir quando nos perguntavam se havia alguma queixa sobre companheiros de quarto e uma senhora chamada Stephanie dizia que queria trocar de quarto porque a sua companheira guardava frango debaixo da cama!. "Cheira mal!” DESISTIR
Cerca de 80 por cento dos pacientes internos não aguenta o processo completo de 28 dias. É muito difícil e intenso, portanto desistem. É engraçado quando as pessoas “fogem”, como a personagem de Luke Wilson faz em Bottle Rocket, porque se tiveres mais de 18 anos e estiveres lá por decisão judicial, podes sair quando quiseres. Um dia, toda a gente na clínica estava em pânico porque um tipo estava desaparecido há cinco horas. Toda a gente gostava muito dele e era bem-parecido, portanto era o assunto do dia: ninguém o queria ver sair de lá. Veio a saber-se que, simplesmente, saltou a vedação e andou cinco quilómetros até ao Starbucks. COMPANHEIROS DE QUARTO
São sempre uma merda. Tive uma senhora que toda a gente chamava de “Tomate num Palito”, porque era mesmo muito magra mas tinha uma enorme cabeça vermelha (capilares rebentados causados pela bebida). Falava também como um robô e perguntava todos os dias se podia usar a minha roupa (inapropriado, ela tinha 55 anos). Depois tive outra senhora que nunca se calava e de cada vez que outra pessoa falava, fazia aquela coisa irritante que as pessoas que não ouvem fazem: abanava a cabeça muito rápido com os olhos fechados, tipo “sim, sim, sei o que estás a dizer”. Peidava-se constantemente enquanto dormia, e tomava banho e cagava de porta aberta. Uma vez até a apanhei a masturbar-se! Uh! SEXO
O que toda a gente que trabalha numa clínica quer são duas pequenas coisas: 1) que, pelo menos, uma pessoa esteja sóbria; 2) que ninguém foda. Nas melhores clínicas, as regras de fraternização  são levadas a sério, o que leva os pacientes internos a desejá-lo ainda mais. Sentimo-nos atraídos até pelos membros medíocres do sexo oposto porque a escolha é muito má, especialmente confinados a uma comunidade tão grande como o Shire. O apetite sexual vem com vingança, portanto não te sintas esquisito ou culpado por fantasiar ter sexo atrás da lavandaria com aquela drogada de 18 anos do Minnesota. Aproveita isso. Sempre tiveste um desejo secreto de foder uma anoréctica de 60 anos com mamas descaídas? Agora podes fazê-lo e não tens de lhe ligar nem nada parecido. E ignorá-la no dia seguinte é fortemente encorajado. O mais provável é ela ignorar-te também. COMUNIDADES TERAPÊUTICAS
As CTs diferem das clínicas de desintoxicação porque as pessoas que normalmente entram nestas coisas não necessitam de reabilitação, mas sim de ficarem habilitadas, porque usualmente são sem-abrigo. Bloods e/ou Crips, mães solteiras e o resto do lixo da sociedade que, em primeiro lugar, nunca soube viver correctamente. O sistema nestes sítios normalmente difere das confortáveis luxúrias de uma clínica normal para viciados. Para começar, usam tácticas de “amor duro”, o que basicamente significa que gritam e te chamam nomes, como uma abordagem do estilo, destroem-te para te construírem de novo. Soa realmente engraçado quando estás a meio de uma ressaca. Em clínicas com maior nível, existe um conselheiro para cada paciente. Nas CTs há um conselheiro para 11 pacientes. (Mas só para saberem, nos dois casos a taxa de recuperação é a mesma: oito por cento). ANÁLISE À URINA
As pessoas levam drogas para as clínicas. Facto. São normalmente pessoas que estão lá obrigadas por lei e estão apenas a tentar diminuir o consumo para baixar a sua tolerância. São pessoas que já estiveram em desintoxicações e reabilitações 30 ou mais vezes e são mais uma razão para as companhias de seguros serem cautelosas. Se suspeitam que estás a usar, a tua urina vai ser testada. Se a urina aparece contaminada (e és um paciente obrigatório), vais para a cadeia. Se és voluntário, apenas és expulso. Estes testes são surpresa e a enfermeira fica mesmo lá a ver-te mijar. EXTRACTO DE BAUNILHA
Uma mulher contou-nos uma história sobre como uma vez ela precisava mesmo de beber e, porque o marido tinha deitado fora todo o álcool que tinha em casa, ela bebeu uma garrafa inteira de extracto de baunilha. Contém 35 por cento de álcool. Pensava que era uma história de esposa, mas parece que é mesmo verdade. PERÍODO DE ABSTINÊNCIA
Não lhe chamam o cold turkey por coincidência. Estou a falar a sério. A expressão vem dos sintomas de abstinência de heroína. Ficas com arrepios, tipo pele de galinha, nem que estejam 32 graus lá fora. E “isto está a bater” não é apenas uma forma bonita de se dizer, porque as tuas pernas começam a dar pontapés involuntários devido aos espasmos musculares. Dói tanto que te tornas numa espécie de criança em loucura temperamental. Os conselheiros chamam aquilo de “cadeiras musicais” porque depois de te sentares num sítio e pensares que finalmente estás a sentir-te relaxado, começas aos pontapés e vais para outra cadeira. Depois de passares por todas as cadeiras da sala, rendes-te à sanita, a única cadeira que abre as mandíbulas para receber as quantidades absurdas de diarreia que terás. Convém também ter um balde no colo, porque todos aqueles anos de activadores de dopamina a bloquear a dor que supostamente terias, por exemplo, ao cortares-te com papel vai chegar dez vezes mais forte. É como ter uma mangueira de vómito na boca, apontada para fora. Isto é o teu corpo a reagir ao facto de seres um completo idiota com ele. Pior é quando começa a terapia de grupo. Aí é que começa a dor a sério. Vomitar e cagar não é nada comparado com fazer um inventário pessoal (uma lista escrita com tudo em que és um cagalhão inútil). A abstinência física de opiáceos dura apenas cinco dias. Em comparação, é canja. CLÍNICAS EXTRA ESPECIAIS
Apenas para celebridades. A Promises é aquela que o Ben Affleck frequentou e os preços nem estão listados no site. Liguei e disseram que me ligariam entretanto e nunca o fizeram. Na Promises, tens um chef pessoal, um quarto com varanda privada e terapeutas especializadas que sabem lidar com egos inflacionados e super estrelas, sem os bajular muito. No Cirque Lodge, onde andou a Mary Kate Olsen, tens um jacuzzi privado, sauna, cabeleireiros e salas de massagem.Há também a Equine Therapy, onde os Mötley Crüe estiveram (Sierra Tucson). Acho que o nome vem de acariciar cavalos para te fazer sentir melhor, o que faz sentido porque os cavalos transmitem boas vibrações. BOCEJAR
O primeiro sinal de abstinência da heroína é bocejar muito. BORBULHAS
Quando te desintoxicas, sai tudo por todos os poros do teu corpo. Suas como o David Dinkins numa conferência de imprensa e nascem montanhas de acne da noite para o dia. Deixar as drogas é uma merda. Tornas-te num membro de um culto, gordo, suado e cheio de borbulhas. Os teus amigos deixam-te porque já não festejas como antes, e apercebes-te de que te sentes desconfortável perto da maior parte das pessoas, e as pessoas sentem-se desconfortáveis em teu redor. Mas só voltar ao mundo real depois de uma desintoxicação é como uma droga: é muito mais intenso do que o ácido. A tua nova vida é muito mais fixe do que alguma trip que tenhas tido, mas definitivamente não tão boa como a tua melhor moca. Espera, isto faz sentido? Não sei, estou toda pedrada. Estou a brincar.