Foto por Simone Becchetti.
Matéria originalmente publicada no Broadly .Eu estava conversando com minha amiga Erin* quando ela me disse que ficava ansiosa quando não fazia sexo com o namorado por alguns dias. "Me sinto incrível durante e depois de transar com o meu parceiro", ela disse. "Aí — se três ou quatro dias passam sem a gente transar — começo a me preocupar. Como trabalhamos em turnos opostos, estamos cansados em momentos diferentes, o que pode levar um de nós a dormir sem sexo. E isso não é problema, mas começo a ter uma sensação irritante de que isso está incomodando ele, mesmo com ele me garantindo que não." Ela acrescentou: "Quando transamos de novo, a coisa começa do zero".Uma pesquisa pode explicar essa sensação: estudos passados sugeriam que o sexo tem um papel-chave no laço do casal e na satisfação com o relacionamento. Mas, segundo a pesquisadora da Florida State University Andrea Meltzer, eles não falam sobre como os parceiros "mantêm o laço entre os atos sexuais". Num estudo, publicado pela Association for Psychological Science, a pesquisa introduz o fenômeno de um "brilho pós-sexo" para explicar o meio do caminho entre um sexo e outro. Meltzer descobriu que os efeitos positivos do sexo nos relacionamentos vão muito além do ato — mas só até 48 horas.Os pesquisadores examinaram dados de duas pesquisas longitudinais — uma com 96 casais casados e outra com 118 casais casados — que pedia a recém-casados para manter diários individuais registrando quando fizeram sexo, os níveis de satisfação sexual e os níveis de satisfação com o relacionamento. Meltzer notou que os casais relatavam uma maior satisfação sexual até dois dias depois do sexo. "Os participantes que relataram um brilho sexual mais forte até 48 horas depois [também] relataram níveis mais altos de satisfação com o relacionamento de quatro a seis meses depois", disse a pesquisadora à VICE."Essa pesquisa é importante porque, junto com outros estudos, sugere que o sexo funciona para manter o laço entre o casal", apontou Meltzer. De uma perspectiva evolutiva, Meltzer diz que os pontos negativos do sexo podem ter a ver com o fenômeno do brilho pós-sexo. Copulações frequentes, ela aponta, exigem tempo e energia, e podem diminuir a contagem de esperma.Meltzer disse que queria estudar a possibilidade de um período de "brilho pós-sexo" porque exemplos anedóticos desse fenômeno são frequentes. De fato, quando perguntei para outras pessoas, a maioria relatou diferenças óbvias entre a vida no "brilho" e fora dele. A universalidade disso é outra parte das descobertas de Meltzer: num release para a imprensa, ela escreveu que o brilho "não difere segundo gênero ou idade dos participantes, e é mantido mesmo depois de levar em consideração frequência sexual, traços de personalidade, duração do relacionamento e outros fatores".*O nome foi mudado para preservar a identidade da personagem.Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.
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