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O beta de 'Destiny 2' é divertido, mas ainda deixa dúvidas sobre o jogo

Além de uma missão de campanha e outra de assalto, não há muitas respostas na nova demonstração do game.

Esta matéria foi originalmente publicada no Waypoint.

Destiny 2 será lançado em menos de dois meses, mas ainda não sabemos de muita coisa. É uma continuação de Destiny, claro, o que significa que tem muita oportunidade para melhorar o jogo, apesar de os detalhes de como isso deve acontecer ainda serem desconhecidos. A expansão "O Rei dos Possuídos" provou que a Bungie sabia identificar os problemas e aperfeiçoar o game original, claro, mas a ambientação bombástica e espetacular da primeira missão, um elemento que fãs de Halo sentiram falta, não reverberou no resto do jogo.

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Quando Destiny 2 chegar, com certeza o meu guardião estará pronto para mais uma treta, mas isso não muda as preocupações que tive quando joguei o beta, que estreia hoje no PS4 e Xbox One.

A primeira missão do jogo, que foi demonstrada durante o anúncio do jogo neste ano e mostra a queda da Torre, é animal. No trailer, não fiquei impressionado, mas quando pude jogar, senti uma mistura ótima entre missões mais antigas de Halo com o visual de Destiny. Comparando os dois tipos de game design, Destiny não tem uma campanha que se compare com Halo, e ainda não ficou claro (muito provavelmente não) se Destiny 2 vai ter conteúdo o suficiente para jogadores interessados na campanha, mas se houver umas dez missões como essa, já me dou pro satisfeito.

Mas novamente, muita calma nessa hora: "O Rei dos Possuídos" também tinha um começo incrível, e apesar de todas as missões serem muito melhores do que as que vieram no jogo original, o resto da expansão não conseguiu manter o mesmo ritmo. Talvez isso tenha acontecido porque era só uma expansão, não um jogo completo, mas não quero especular.

A missão em si é linda. Tive vários momentos "Vish, que louco" jogando o beta na última semana. Destiny tinha uma estética envolvente e definida, mas não era de parar o trânsito. E apesar de eu odiar ser aquele cara e ter que reclamar que o jogo não é 60 frames por segundo – te vejo em outubro, versão para PC –, não há como negar que Destiny 2 é um jogo lindão. O que mais me impressionou foram os detalhes, como o uso da luz pra ambientação:

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Ou como a chuva é usada para aumentar a dramaticidade do momento em que os seus inimigos destroem o seu lar:

Tinha também uma… árvore muito bonita, na moral:

Mesmo que a gente chute que Destiny 2 continue com a ambientação dessa primeira fase pelo resto do jogo, não vai ser isso que vai te manter jogando por semanas e meses a fio. Talvez você possa dizer que as missões de história seja apenas um prelúdio pro jogo de verdade: as missões de assalto, incursão e muita arminha e armadura para curtir. É aí que se esconde o jogo de verdade, onde boa parte dos jogadores vai passar o tempo com amigos e estranhos. A questão é se Destiny 2 conseguirá manter a consistência da experiência que o game original não conseguiu.

Desde quando Destiny 2 foi revelado, a Bungie está sendo evasiva em relação a alguns elementos importantes, especialmente aqueles relacionados às atividades que compõem o dia a dia de muito grind e loot do jogo. As missões de assalto e patrulha eram novidades de Destiny, mas as duas cansaram rapidamente os jogadores, já que quase não variavam, conforme as muitas horas de jogo foram acumulando. Com o beta, dá para ter uma ideia um pouco melhor do que podemos esperar – e os sinais apontam para algo bom, eu acho. O beta não tem patrulhas, o que me deixou confuso, mas tem uma missão de assalto excelente chamada "The Inverted Spire".

Para aqueles que estão chegando em Destiny agora, os assaltos são missões curtas e independentes em que basicamente os jogadores têm que enfrentar ondas de inimigos, geralmente em mapas idênticos (ou levemente modificados) da campanha principal. De vezes em quando você descola uns prêmios, mas na maioria das vezes, são só eventos repetitivos, como se fosse mais uma vez que você puxa a alavanca de um caça-níquel.

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As patrulhas acontecem em cada um dos planetas do jogo. É uma oportunidade de explorar um espaço aberto e dar uma zoada. Além de completar uma tarefinha ou outra na patrulha, esse tipo de missão serve mais para perder um tempo até os seus amigos estarem online. Durante a exploração, você pode entrar em várias missões paralelas que levam só uns minutos para terminar, como defender uma posição de um número X de inimigos. São tarefas entediantes, mas quando você precisa só quer dar uns tiros, as patrulhas resolvem o problema. As pessoas reclamavam e tentavam lidar com as patrulhas no jogo original, mas essa é uma parte do jogo que precisa de boas reformas.

De acordo com a Bungie, vamos ter muito mais variedade em Destiny 2. Isso até que soa como uma boa notícia, mas visto que o beta é a única chance que teremos de jogar o game antes do seu lançamento no dia 6 de setembro, vamos ter que confiar na palavra dos desenvolvedores. É bom lembrar, claro, que o Destiny original tiveram testes tanto alfa quanto beta antes do lançamento, e o beta tinha muita coisa para fazer, incluindo patrulhas em Cosmodrome. Me lembro de dar um rolê no beta com alguns amigos por algumas horas, encantado com o combate, mas confuso com a repetição do jogo. Acabamos rodando por todo o mapa, esperando novos inimigos para matar, porque atirar era a única coisa que nos mantinha entretidos. Claro, a gente pensou na época, o jogo final vai ter muito mais para se fazer. E de fato tinha, mas não tanto assim – as patrulhas eram super escassas.

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Talvez "patrulhas mais interessantes" seja uma melhoria besta para Destiny 2, mas ainda assim é importante.

Mas essa missão de assalto! Apesar de as minhas memórias de Destiny estarem um pouco esquecidas depois de tanto tempo – eu passei a maior parte do jogo na expansão "O Rei dos Possuídos", mas voltei um pouco mais depois do lançamento da expansão seguinte –, não me lembro de ter jogado nada tão dinâmico ou ambicioso tanto quanto em The Inverted Spire. Não é só porque a missão se passa em uma fase muito maior do que estávamos acostumados, mas também porque essa grandiosidade é pontuada com tipos diferentes de encontro com inimigos, deixando os jogadores em alerta constante.

A escala, no entanto, é importante. Quando entramos nessa parte do jogo, eu pirei:

É um enorme espaço aberto com inimigos por todos os lados, dando ao jogador várias opções de como atacar. Em vez de juntar todo mundo num lugar fechado, agora você pode vagar por aí até encontrar uma treta – ou se safar dela. Lá pro fim dessa parte, o jogo dá dois inimigos poderosos para você derrotar – um a esquerda e outro a direita. Depois de jogar a missão duas vezes, percebi que as minhas equipes enfrentaram esses inimigos de jeitos diferentes. Com um amigo, a gente se dividiu, o que resultou em batalhas difíceis pacas de passar com inimigos de nível alto, e nós quase morremos. Com estranhos, andamos todos juntos, eliminando todo mundo no caminho.

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Consegui evitar uns spoilers que rolam na missão, então dá para imaginar a minha surpresa quando descobri essa parte do mapa para me apavorar:

Essa pedreira me matou mais do que eu gostaria de admitir.

O assalto continua no mesmo pique até o final, com uma luta contra um chefão que envolve o chão quebrando sob os pés dos nossos guardiões por três vezes diferentes, enquanto você tenta sobreviver a uma enorme esponja de balas robótica. Esse truque em particular é só um pouco melhor do que um chefe normal, mas à primeira vista, eu curti a ideia e isso mudou o clima da batalha.

Quando a missão acabou, a minha maior preocupação era que eu tinha esgotado tudo o que tinha de interessante sobre Destiny no beta. O modo competitivo nunca foi para mim, e isso nem é um problemão; só significa que o beta talvez não dê todas as respostas que você esteja procurando sobre o jogo. Um assalto e um missão de história. Agora, a gente espera.

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