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Fotos

Uma Entrevista com Vito Fun

Ele é um dos mais frequentes colaboradores do nosso fotoblog, e as coisas que ele manda vão de imagens de velhinhos alegres no meio da rua a até mesmo minas bebaças da facul mostrando os peitos.

De vez em quando (ou menos) a gente recebe um email do Vito Fun lotado de fotos aleatórias. Ele é um dos mais frequentes colaboradores do nosso fotoblog, e as coisas que ele manda vão de imagens de velhinhos alegres no meio da rua, prédios que agradam nossa sensibilidade estética a até mesmo minas bebaças da facul mostrando os peitos. Batemos um papo com ele sobre suas fotos e como ele começou na Vice.

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Vice: Vito Fun é seu nome verdadeiro?
Vito Fun: Na verdade Fun é o meu nome do meio. Tenho um chaveiro que realmente diz, “Fun [diversão, em inglês] é meu nome do meio”. Decidi mudar ele quando tinha 21 anos. Acho que eu era muito louco e incontrolável naquela época e achei que essa era a melhor idéia de todos os tempos, mas agora eu só uso o nome profissionalmente.

Você mudou legalmente o seu nome para “fun”?
Pois é, minha namorada me perguntou a mesma coisa cinco minutos depois de me conhecer, e acontece que a irmã dela também mudou o nome do meio pra “Nipple Tweaker [excitadora de mamilos, em inglês].” A gente se gamou na hora. Além disso, o meu antigo colega de quarto mudou o nome do meio dele para “The Best [o melhor, em inglês],” então ele virou o Dave The Best.

Isso é fantástico. Seu trabalho é uma mistura de fotos bem pensadas, planejadas e, na maioria das vezes, bizarras, tipo aquela com uns velhos vestidos como ovos de Páscoa, e fotos daquele tipo pessoas-aleatórias-na-rua. Você gosta de um estilo mais do que do outro?
Eu gosto dos dois. Gosto de tirar uma foto e não pensar como ela ficou, mas eu já faço isso há muito tempo. As fotos planejadas são boas porque eu tenho tanta ideia estranha e minha namorada e eu estamos trabalhando em muita coisa juntos ultimamente, e isso está rolando muito bem. Nós temos muitos recursos, ligamos para todos os nosso amigos e contatos e fazemos as merdas mais bizarras que podemos.

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Já rolou de pessoas ficarem putas com você quando tirou foto delas na rua?
Ah sim. Eu meti a câmera na cara das pessoas por anos. Foi assim que eu minha relação com a Vice cresceu. Meu amigo e eu constumávamos andar por aí há muito tempo e metíamos mesmo a câmera na cara das pessoas. Hoje em dia já se acostumaram com esse tipo decoisa, mas na época das câmeras analógicas as pessoas não estavam acostumadas com fotógrafos agressivos. E ninguém andava com uma câmera o tempo todo, então tinha gente que realmente ficava puta—já levei alguns socos.

Foi assim que você começou na Vice?
Então, eu mandei uma porrada de fotos pro Gavin e pro Jesse, e depois eu fui dar uma olhada na revista e, tipo, literalmente 75% das fotos da sessão DOs & DON’Ts eram minhas. Aí eles acabaram me chamando, nós conversamos e foi assim que começou a nossa relação.

Você tira muita foto de natureza-morta?
Ah sim, tanto que eu demorei cinco horas para ver todas as fotos que eu tinha de natureza-morta. Eu selecionei tipo centenas e mandei todas pra Vice. Não sabia muito bem quantas iam usar, mas aí eu vi a edição e fiquei tipo, “O quê, só uma? Mas eu selecionei centenas para vocês”.

Mas cada fotógrafo teve só uma! Por que você acha que selecionamos a foto do cachorro na lata de lixo dentre todas as suas “jóias”?
Bom, eles me disseram que ficaram entre essa e outra foto que eu tirei numa festa de um cara de vendia drogas. Tinha uma mesa inteira com todos os tipos de drogas espalhadas—papelotes de coca, de anfetamina, montanhas de ecstasy e ketamina. Você podia tomar o que quisesse e levar pra casa também. Acho que acabou aparecendo outra foto parecida na edição e por isso eles escolheram a do cachorro.

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Onde você achou esse cachorro dentro do lixo?
Na verdade isso foi na esquina de casa. A gente tinha um jardim na frente de casa, no Brooklyn, e sempre deixamos um brinquedo por lá. Algo que a gente sabia que a criançada do bairro vandalizaria mais cedo ou mais tarde e depois roubaria no meio da noite. Mas o cachorro, que eu comprei em Atlantic City, ficou lá por meses a fio, ficando cada vez mais nojento e molhado, até que um dia eu estava muito bêbado e acabei rasgando o bicho. Foi um puta desastre—fez uma sujeira tão grande, porque ele era preenchido com aquelas bolinhas de isopor, que acabei jogando no lixo mesmo. Mas a foto ficou incrível, porque o cachorro encheu a lata de lixo inteira.

Você nos mandou há umas semanas ums fotos de lixo. Aí na edição de foto você mandou a do cachorro no lixo. Você tira muita foto de coisas que foram jogadadas fora?
Eu sou um pouco obsessivo-compulsivo, gosto de documentar e fotografar. Então tem algumas coisas que eu sempre gosto de tirar foto, e se é um lixo interessante vou e tiro foto.

Eu sempre tiro foto de camisinha jogada fora na rua.
Ah, claro, cada fotógrafo tem a sua mania.

Você tem alguma foto favorita que mandou pra Vice?
Hmmm, boa pergunta. Não, eu meio que sempre tenho uma favorita do momento.

Você tem alguma favorita na Edição de Natureza-Morta?
Porra, essa edição ficou bacana—abri ela hoje de manhã. Eu realmente gostei daquela com a TV e o ar condicionado um do lado do outro. Essa daí é tão ridícula. Só um seleto grupo de pessoas acha graça numa foto dessa, e eu a acho realmente engraçada.

Ah sim, você tá falando da foto do Ari Marcopoulos, né?
Isso aí, essa foto é a razão pela qual as pessoas odeiam a Vice. Eles abrem a revista e falam, “Mas por que porra essa foto ganha uma página inteira?” Mas é por isso que é tão brilhante, porque essa porra dessa foto merece uma página inteira. A razão pela qual as pessoas odeiam e amam a Vice ao mesmo tempo é por causa de fotos como essa, e eu amo essa foto. Acho brilhante.