xCoAx coloca Portugal no mapa das Algoraves

MicoRex

O encerramento do programa da segunda edição da xCoAx — a Conferência Internacional sobre Computação, Comunicação, Estética e X — terá lugar, no histórico clube do Porto Passos Manuel, uma Algorave, um evento até agora único em Portugal.

A utilização de computadores na produção de música de dança ou durante sessões de DJ já há muito que é um lugar comum, mas numa Algorave (

algorithmic rave

), desvenda-se o segredo da criação, em performances de

live-coding

, onde a música é gerada em tempo real, e os códigos de programação utilizados pelos músicos são projetados para que todo o público os possa visualizar, em sessões únicas e espontâneas.

A ideia de organizar uma Algorave em Portugal surgiu durante a primeira edição da conferência em 2013, após a performance de Alex McLean (Yaxo, como é conhecido quando actua a solo), pioneiro das Algoraves. A equipa organizadora da conferência de 2014 no Porto convidou então McLean a colaborar na preparação de uma Algorave no programa deste ano, lançando uma chamada de propostas especifica para este evento. Actualmente, a equipa organizadora da xCoAx no Porto incluí André Rangel — artista intermedia com um vasto currículo de instalações interactivas e trabalho audiovisual, Miguel Carvalhais e Pedro Tudela — professores na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e responsáveis pela editora Crónica, que desde há mais de uma década se tem dedicado à produção e divulgação de música experimental, com uma ênfase particular na música electrónica e computacional.

Alex McLean, xCoAx 2013

Numa Algorave, os artistas programam ao vivo, criando música e ritmos para fazer as pessoas dançar, misturando os sons das raves de música electrónica com ritmos futurísticos, estranhos e criados através de algorítmos. O foco não está no músico e na sua programação, mas nas pessoas que estão na pista de dança. São elas que conduzem o música e a sua performance, para criar sessões não apenas imprevisíveis como irrepetíveis.

No próximo dia 27 de Junho (é já amanhã!), nos vários espaços do Passos Manuel, serão apresentados seis concertos, de participantes oriundos do Reino Unido, México, Austrália e Japão:

JULIO D'ESCRIVÁN

Julio d’Escriván, compositor e artista audiovisual. O seu trabalho combina live-coding, e remixing de loops visuais. Após a participação na primeira edição da conferência com o colectivo Fusil, está de volta, actuando a solo nesta segunda edição.

ALEXANDRA CARDÉNAS

Alexandra Cardénas, compositora cujo trabalho abarca desde a escrita orquestral à improvisação com guitarra eléctrica e

laptop

. O live-coding é uma parte importante da sua exploração no uso de algoritmos e programação na música.

ANDREW BROWN

Professor, músico, artista digital e programador. O seu trabalho explora a estética do processo, envolvendo regularmente software de programação como parte do processo criativo. Para além da criação de instalações audiovisuais e composições assistidas por computador, têm-se focado, em anos recentes, na criação em tempo real de peças artísticas através de processos generativos e

live-coding

 musical.

RENICK BELL

O Renick Bell tem investigado o live-coding, improvisação e composição algorítimica usando software

open source.

 É o autor de “Conductive”, uma biblioteca para

live-coding

 na linguagem de programação Haskell e dirige a editora online the3rd2nd, com Jason Landers.

CHRIS MCCORMICK

O Chris McCormick é

hacker

, músico e artista de artes computacionais, processuais, lo-fi e retro. Anda de bicicleta. Chega ou querem mais?

MICO REX

Mico Rex, um dueto mexicano de electro-pop experimental formado em 2010 por Ernesto Romero e Jorge Ramírez, pioneiros da programação ao vivo no Mexico e com um estilo descrito como “pegajoso, melódico e dançavel”, misturando estilos como 8-bit/glitch, oldschool/electro, romântico, punk, geek, breakz, fresh, bolero, vocal, fina e 80's futurísta!

Os concertos começam às 23:59. Os bilhetes são SÓ 3 euros por isso toca a marcar presença.