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Acordo histórico no combate às alterações climáticas

Diplomatas de quase 200 nações selaram no sábado, 12 de Dezembro, um acordo considerado histórico para o combate às alterações climáticas.

Diplomatas de quase 200 nações selaram no sábado, 12 de Dezembro, um acordo considerado histórico para o combate às alterações climáticas e que pretende forçar uma transição na economia mundial afastando-a em poucas décadas dos combustíveis fósseis, em direcção a formas de produção energética mais limpas.

O acordo chega numa altura em que se prevê que 2015 seja considerado o ano mais quente desde que há registos e foi anunciado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius, perante os muitos e efusivos participantes na Conferência de Paris.

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Fabius garantiu que o Acordo é "ambicioso e equilibrado" e marca "um ponto de viragem histórico" nos esforços para manter a subida da temperatura global dentro dos 2 graus Celsius, naquilo que serão níveis superiores aos registados na era pré-industrial.

É o primeiro Acordo verdadeiramente global que implica tanto as nações ricas, como as nações pobres a tomar medidas de combate às alterações climáticas, colocando como objectivo de longo prazo a eliminação dos gases responsáveis pelo efeito de estufa no final deste século.

O pacto também estabelece um sistema de encorajamento para que, voluntariamente, as nações aumentem os seus graus de ambição a cada cinco anos, para além de ter como meta a disponibilização de biliões de dólares para ajuda aos países mais pobres na transição para uma economia mais verde e lidarem com o impacto das alterações climáticas, em casos de eventos climatéricos destrutivos mais intensos e frequentes.

Watch — The White House (@WhiteHouse)December 12, 2015

Christine Lagarde, Directora Geral do Fundo Monetário Internacional, disse, por sua vez, que "agora, os governos têm de transformar as palavras em acções".

"É por isso que a minha mensagem principal passa por, no imediato, termos de dar um preço correcto às emissões", acrescentou. "Cobrar pelas emissões de combustíveis fósseis significa criarmos os incentivos que precisamos para que os investimentos de baixo carbono aconteçam; também fornece meios para salvaguardarmos os mais pobres, reduzirmos a dívida e diminuirmos o fardo de outros impostos que recaem agora sobre os negócios e as famílias. Estamos desejosos por dialogar sobre o preço a implementar às emissões de carbono e por ajudar os governos a colocarem estas políticas vitais em prática".

O Director Executivo do Programa Ambiental das Nações Unidas, Achim Steiner, assegurou que este "é provavelmente o Acordo internacional mais importante da História". "As Nações do Mundo sublinharam que as alterações climáticas são uma ameaça à segurança e prosperidade de todas as sociedades e só podem ser combatidas através da união à volta de um propósito comum", completou. Para concluir: "Um futuro sustentável beneficia toda a humanidade"

Muitos grupos e organizações ambientalistas que têm lutado pelo desenvolvimento e implantação de formas mais limpas de energia mostraram-se entusiasmados com o Acordo.

Fred Krupp, Presidente do Fundo para a Defesa Ambiental, descreveu o Acordo como um "momento de transformação", ao reconhecer a devastação provocada pelas alterações climáticas e ao abrir portas ao desenvolvimento dos mercados para a produção de energia limpa. "É um apelo moral à acção imediata, que não deixa ninguém para trás e nos coloca mais perto daquele ponto crucial de viragem, que terá de chegar quando as emissões de carbono a nível global começarem a baixar, depois de estarem a subir há mais de dois séculos", concluiu.