Os fotógrafos italianos Niccolò Natali e Fulvio De Filippi estão a passar uma temporada em Lisboa e foram "apanhados" pela onda intensa de paixão futebolística que nos últimos dias assolou o País. Em dias de bola, todos os cantinhos serviram para estar com amigos, família, desconhecidos, em frente ao televisor a sofrer por Portugal.E pouco importa se são portugueses de nascimento, de coração, de residência. A Selecção concentra as atenções de todos e a multiculturalidade lisboeta - tal como a da própria equipa das quinas - é um exemplo claro de que ser português pode muito bem ser "apenas" um estado de espírito.
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Essa multiculturalidade e a forma como ver a bola pode ser uma expressão de integração transparece no projecto fotográfico que os dois italianos decidiram levar a cabo na capital portuguesa. "Não sabemos quem é que inventou o mote 'Não somos 11, somos 11 milhões", mas é certo que resulta extraordinariamente bem.Fica no ouvido, é humilde, emocionante, funciona perfeitamente e chama a atenção. Sendo Lisboa uma cidade mais do que multicultural, intercultural, pensámos em ir ver quem são então esses 11 milhões", explica Niccolò.
Fizeram-se ao caminho e decidiram tirar fotografias de pessoas a verem o jogo da Final do Euro 2016 nas tascas, cafés e terraços de alguns dos bairros lisboetas menos "invadidos" pela gula turística: Martim Moniz, Intendente, Graça, Arroios e Saldanha.E o que já desconfiavam que aconteceria, foi exactamente o que conseguiram captar: "Devido ao futebol, à própria identidade de Lisboa, ou à combinação de ambos, pessoas de vários países origens, raça, religião ou classe social estavam a apoiar a Selecção e com um visível orgulho de serem portugueses". Os portugueses somos todos.Niccolò Natali é realizador e fotógrafo. Neste momento, o seu projecto principal chama-se "Nomodel" e podes acompanhá-lo aqui. Fulvio De Filippi, trabalhou durante vários anos como fotógrafo de moda e dedica-se agora ao trabalho em vídeo e fotografia como freelancer.
