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Música

Discos: Jens Bosteen

Canções ambíguas e cheias de elegância.

Second Skin
2000 Records
7/10 É interessante quando um disco quase nos obriga a escutá-lo até ao fim, porque só a sua totalidade consegue ser esclarecedora. Traçando o perfil de Jens Bosteen a partir do seu disco de estreia Second Skin, a primeira ideia a marcar posição é a de que não bastam duas ou três  destas canções para perceber se este tipo é um dos tristes ou um dos felizes da vida. Assim como a franja esconde uma parte do rosto europeu de Jens Bosteen, também a ambiguidade do seu registo, enquanto songwriter, dificulta uma decifração mais despachada dos ânimos que preenchem estas canções cheias de elegância. Talvez seja isso mesmo: Jens Bosteen é notoriamente elegante no que compõe e isso faz com que as suas canções não precisem de muito drama para expressar o que pretendem. Mesmo sem recorrer ao sarcasmo de John Grant (a quem devemos o fabuloso Queen of Denmark), Jens Bosteen aproxima-se do seu congénere norte-americano por também ele parecer um tipo que repudia algumas coisas, mas que pode até vir a aceitá-las se o dia estiver bonito e os astros alinhados. Suponhamos por exemplo que Jens Bosteen detesta jogar mini-golf. Pois bem, o optimismo na sombra de Second Skin  diz-nos que essa resistência ao mini-golf só precisa mesmo da miúda certa para se evaporar. Tecnicamente, isto não diz grande coisa acerca da forma das canções, mas isso de descobri-las já é um bocado o vosso trabalho.