FYI.

This story is over 5 years old.

Tecnologia

Estes gajos inventaram a invisibilidade a sério

E nem foi preciso pedir ajuda à ficção científica.

Malta que adora a ideia de roubar cenas e que curte ver (com toda a impunidade possível) pessoal a mudar de roupa, isto é para vocês: dois gajos mega inteligentes deram, aparentemente, um enorme salto para tornar várias coisas do dia-a-dia invisíveis. O David Smith e o Nathan Landy da Universidade de Duke já conseguiram esconder um cilindro no meio daquela cena que ele está a agarrar, na foto. Sim, tornaram um cilindro completamente invisível ao olho humano. Parece que é ciência. Encontrei-me com o David, para garantir que ele não é um feiticeiro. VICE: Ok, ando a desenvolver uma teoria para um instrumento de invisibilidade, mas não tenho feito grandes avanços. Podes explicar-me os teus truques para pessoal leigo como eu?
David Smith: Bem, tornar um objecto invisível depende de como utilizas a luz. Há várias maneiras de fazer isso. De todas as formas, é necessário utilizar um material específico para lidar com a trajectória da luz. Nós conseguimos criar um material novo, que controla o magnetismo e os componentes eléctricos da luz de uma maneira em que consegues atingir a receita perfeita para a invisibilidade. Ok, acho que percebo. Criaste algo que controla o fluxo da luz. Mas pelo que percebi só trabalha a partir de uma direcção específica. Ou seja, ainda não vamos conseguir tornar-nos completamente invisíveis, é isso?
Sim, é exactamente isso. A ideia desta capa da invisibilidade é conseguir fazer um buraco no espaço e depois empurrá-lo, de forma a criar esta região de dissimulação. O resto do espaço é só sugado. As transformações só sugam o corpo para esta região. Podes ver nas imagens que essa região parece um diamante, mas podes esconder objectos nesse diamante. Esta transformação essencialmente comprime o espaço. É como uma carta de um baralho, se olhares para as coisas a partir de uma perspectiva, está praticamente invisível. Mas, se olhares à volta, vês tudo a duas dimensões Isso é um feito impressionante. Mas acho que isso é mais uma ligação nesta cadeira de pesquisa. Qual é que achas que será o próximo passo?
Sim. As ideias para isto foram desenvolvidas em 2006. Fizemos várias tentativas e aproximações para chegar a este ponto. Tem sido um desafio e uma luta. Quando avançamos, queremos sempre fazer um manto de invisibilidade que seja tridimensional. Mas acho que estamos a passar as fronteiras daquilo que podemos, efectivamente, fazer neste momento. Creio que talvez necessitemos de começar a colocar a energia em equação, de forma a que as coisas funcionem. Como costumo dizer, tudo é possível em teoria.

Em cima: o manto de invisibilidade em acção. Então, queres dizer que podemos mesmo ter um manto de invisibilidade um dia destes?
Acho que, para já, isso é ficção científica. Todos os problemas são passíveis de serem resolvidos, mas criar algo do género, neste momento, é um pouco improvável. Talvez possamos ter algo do género daqui a algumas décadas. Ainda não é altura para desistir. Tornar as coisas invisíveis pode ser perigoso. Achas que existe algum risco de que este avanço possa ser utilizado para o mal?
Bem, a ideia da invisibilidade ao estilo do Star Trek, no qual eles escondem a nave klingon, está um pouco desfasada da realidade. Há várias ocorrências (por exemplo, nas empresas de segurança), quando estás à procura de um objecto numa pessoa pequena: com o manto da invisibilidade, as pessoas poderão, facilmente, esconder o objecto, como uma faca, ou uma arma. Temos de começar a pensar em medidas de prevenção para estes casos no futuro. E se houver um acidente durante o processo de elaboração do próximo instrumento de invisibilidade? Achas que isso pode alterar o teu ADN e tornar-te num super-herói?
Hmm, suponho que isso poderia acontecer, sim. Assustador. E o que se segue para ti?
Acho que vou tentar explorar a próxima maneira de nos tornar a todos invisíveis, da maneira que as pessoas esperam. Todos os avanços que fazemos costumam ser muito noticiados, mas acho que é importante que as pessoas percebam que ainda estamos muito longe de atingir a perfeição nesta área. Sim, alguns dos títulos que li sobre o assunto eram bastante sensacionalistas…
Sim, mas, ainda assim, esta foi uma boa experiência. Andamos a utilizar muito a palavra “perfeição”, o que significa que atingimos vários patamares de excelência. Acho que isso é fenomenal, sinceramente. Concordo. Obrigado, David!