Polyvinyl Record Co.
8/10 Celebration Rock começa e acaba com o som de fogo-de-artifício. Porque isto é uma celebração, percebem? Tipo, o sample representa a “celebração”? Não é um truque fixe, um aceno de cabeça às festas da santa terrinha onde as Taiti ainda encontram público, uma piada altamente pós-moderna ou qualquer outra dessas designações de pacotilha académica? Claro que é. Agora sorriam como bons carneirinhos indie e celebrem. O quê, exactamente? Não faço ideia, talvez seja a adolescência ou a vida ou outra treta qualquer — pelo menos é o que retiro dos Japandroids, que há que se ser feliz porque não existe vida para além desta e temos de a aproveitar, porque amanhã vais ser um adulto triste e engravatado e vais sentir vergonha de ti próprio quando estiveres rodeado de putos num qualquer concerto punk rock ao qual irás para “reviver os bons velhos tempos” e sossegar a tua crise de meia-idade. De qualquer das formas, este disco, como todos os outros dos Japandroids, é excelente. Isto incomoda-me: adoro mesmo muito os discos, mas poucas vezes os ouço. É uma daquelas bandas à qual reconheço mais do que qualidade, mas que nunca consigo ouvir por vontade própria — só quando sai alguma malha nova ou algo do género. Estarei a ficar velho? Estarei a deixar de acreditar no poder rejuvenescedor do rock? Estarei a ser um idiota de merda? Votem numa destas três opções e habilitem-se a ganhar uma Gorila de morango. Concurso válido até à morte do último punk rocker.