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Música

Nove maneiras de exportar os Amor Electro (para bem longe)

Quem já ouviu mais do que 15 segundos do insuportável single “A Máquina” decerto encarará com outra simpatia as constantes notícias sobre novas datas previstas para o fim do mundo.

"Ó mãe, acho que os mexilhões me caíram mal…"

Este ano de 2011 foi especialmente saturante nos meios de comunicação nacionais. Tivemos fenómenos espontâneos divertidos (Futre, Hélio Imaginário) e outros tantos bem menos engraçados que foram repetidos até ao ponto de uma pessoa normal dar em maluca. É óbvio que nos incomoda o facto de “austeridade” ter sido a palavra mais escutada na televisão, durante um ano em que todo o gajo com bacharelato foi analista da crise, mas existem coisas bem piores. Como os Amor Electro.

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Quem já ouviu mais do que 15 segundos do insuportável

single

“A Máquina” decerto encarará com outra simpatia as constantes notícias sobre novas datas previstas para o fim do mundo. Já vi muitos filmes apocalípticos e nenhum pintava um cenário tão negro como este em que os Amor Electro tocam na televisão e na rádio quatro vezes por hora. É assustador. A VICE, sempre pronta a salvar o mundo, sugere ao país nove maneiras de exportar os Amor Electro para bem longe.

Um

Há uns dias, Paulo Portas surgia nas notícias a falar dos muitos milhões que tinha sacado ao Chavez através de contratos para a cedência de mão-de-obra ou coisa parecida. Era de bom gosto rever esses contratos e acrescentar a seguinte alínea em rodapé: “Mira, usted puede tener nuestros trabajadores especializados, pero todavía tienen que tomar a este Amor Electro con ningun otro coste. Nosotros pagamos las despesas de envio." É evidente que o gabinete do Dr. Paulo Portas usa Babel Fish.

Dois

Gosto muito daquelas histórias de sucesso de pessoal que encontrou boas oportunidades em África. Gosto ainda mais de imaginar o seguinte anúncio nos classificados de um jornal angolano: “Procuram-se serventes com experiência em banda que ainda não percebeu que imitar os Portishead deixou de fazer sentido em 1998.”

Três

Os islandeses apreciam estas sonoridades da senhora a cantar sobre música electrónica. A Islândia é, afinal, a pátria da Björk. O que podemos fazer é contratar uma equipa com grande capacidade negocial e tentar trocar os Amor Electro (e os Gift) por uma lata de arenque frito em calda. Dava-nos muito jeito uma lata de arenque frito.

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Quatro

Podemos adoptar a filosofia do Sporting aquando da venda, ao desbarato, do Postiga e Djaló: começou a jogar futebol. A melhor contratação do clube, nesta época, foi, aliás, ter despachado esses dois estarolas. Qualquer oferta pelos Amor Electro é excelente.

Cinco

A China transforma tudo em comida. Podemos vendê-los e depois voltamos a comê-los no arroz jasmim, olhos-de-dragão e massa chao-min.

Seis

Esta solução seria perfeita: trocar os Amor Electro por este conjunto de estrelas pop da América Latina (ver o excelente vídeo já aqui em baixo). Eles ficavam com o aborrecimento, nós com a alegria. Quem me dera ir ao Lux ver o

Delfin

Quispe a dançar em palco.

Sete

Oferecer os Amor Electro aos gregos numa reprodução histórica do episódio do Cavalo de Tróia.

Oito

Podemos sempre entrar em contacto com o castor que fala com o Mel Gibson naquele filme da Jodie Foster que ninguém viu. O castor seria um excelente aliado para convencer o Mel Gibson a desenvolver um filme apocalíptico com música dos Amor Electro. Parece que estou a ver a crítica na revista

Empire

: “A banda sonora dos Amor Electro é das experiências mais assustadoras em cinema desde que a cabeça da Reagan girou à roda n’

O Exorcista

.

Nove

Existe sempre a hipótese de fazer a banda desaparecer algures no corpo daquela matulona plástica da

Casa dos Segredos

. Estou certo de saíam de lá a fazer excelentes êxitos de reggaeton.