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Fotos

A Exposição “Yearbook” de Ryan McGinley Fechou um Quarteirão Inteiro em Nova York

Numa gostosa noite de domingo no centro de Manhattan, uma exposição de fotografia fechou um quarteirão inteiro da cidade. Era a edição de Nova York da instalação Yearbook, onde enormes retratos vívidos e hedonistas de jovens bonitos cobriam a galeria...

Uma semana atrás, numa gostosa noite de domingo no centro de Manhattan, uma exposição de fotografia fechou um quarteirão inteiro da cidade. Era a edição de Nova York da instalação Yearbook, de Ryan McGinley, na Team Gallery, onde enormes retratos vívidos e hedonistas de jovens bonitos cobriam a galeria toda como papel de parede. Vi uma exposição similar das fotos de Yearbook de McGinley em São Francisco no outono passado, mas dessa vez a instalação tinha sido levada a um nível muito mais elaborado e abrangente, cobrindo cada superfície da galeria com a beleza cromática da juventude sem um único centímetro das paredes e do teto em branco. As fotos, tiradas nos últimos cinco anos no estúdio de McGinley em Chinatown, retratam os queridinhos da cena artística do centro da cidade, e todo mundo parece estar se divertindo muito. O ar estava ficando gelado, então a sensação de volta às aulas era forte; parecia o momento perfeito para ver fotos de uma série chamada “Anuário”. A VICE fez algumas perguntas ao Ryan para saber mais sobre todo o processo.

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VICE: Quantas fotos estão na exposição?
Ryan McGinley: São mais de 700 fotos coladas nas paredes e no teto. A maioria das pessoas tem duas fotos diferentes de sua sessão no estúdio.

Quantos anos você levou para fazer todos os retratos de Yearbook?
O projeto já tem cinco anos. Fotografo as pessoas todo mês no meu estúdio em Chinatown desde 2009.

De onde veio a ideia de cobrir totalmente as paredes e o teto da galeria?
Sempre gostei de como as propagandas de rua de Nova York são coladas umas por cima das outras. Uma noite dessas conversei com um cara que estava fazendo isso, e ele me explicou o processo.

Quem são as pessoas nas fotos?
Todo mundo que fotografei faz parte da comunidade criativa do centro da cidade: pintores, músicos, dançarinos, escritores, escultores, fotógrafos. Gente que entende o que eu faço e que estava ansiosa para posar nua para mim.

Como é uma típica sessão de estúdio?
Gosto que as pessoas deitem no chão e vão se mexendo lentamente; tem alguma coisa muito íntima em se deitar no chão com alguém. Aí pegamos o ritmo, o modelo escolhe três músicas para tocar e nós dançamos. Às vezes a gente traz o minitrampolim e ficamos pulando em círculos nele. Tenho uma escada rolante sem os corrimãos e as pessoas podem correr nela. Adoro pegar as cadeiras velhas que as pessoas jogam nas ruas de Chinatown. Os modelos podem sentar na minha coleção de cadeiras também; elas têm personalidade.

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Muitas pessoas têm tatuagens. Você tem alguma favorita?
Esse cara sueco, Charlie, tem uma tattoo caseira em cima dos pelos pubianos que diz “You ARE NO:1”, que também pode ser lida como “YOU ARE NO ONE”. Acho engraçado que a pessoa que esteja saindo com ele tenha que lidar com esse pensamento.

Quanto tempo levou para montar a exposição?
Foram dez dias dentro da Team Gallery, com oito instaladores colando as fotos todo dia. Tínhamos três andaimes armados ao mesmo tempo. O teto foi a parte mais difícil. Foi um pouco como fazer nossa própria Capela Sistina.

Como foi a inauguração para você?
Fiquei feliz que a polícia não tenha aparecido e mandado a gente fechar como da última vez. Dessa vez tivemos permissão da prefeitura para fechar a rua e fizemos isso de um jeito mais ordenado. Foram 3 mil pessoas passando pela exposição em três horas, e todo mundo pôde entrar na galeria e ver as imagens. Fiquei muito feliz. Foi divertido ver os modelos tentando achar suas fotos e as reações deles.

A exposição Yearbook de Ryan McGinley fica na Team Gallery até 12 de outubro de 2014.

Tradução: Marina Schnoor