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Votação da "PEC da Maldade" transforma centro do Rio em cenário de guerra

Servidores públicos continuam manifestações contra o pacote de austeridade.

Bombas e balas de borracha de um lado e pedras, rojões e até cocos do outro. Foto: Matias Maxx

Antes mesmo do início das Olimpíadas, o Governo do Rio de Janeiro já havia decretado estado de calamidade pública. Poucos meses após dos Jogos, foi a vez de surgir um pacote de austeridade na tentativa de cortar vários benefícios e reduzir salários dos servidores públicos — a proposta chegou junto com a notícia da prisão do ex-governador Sergio Cabral e de sua esposa, além do confisco de um patrimônio milionário em joias, embarcações e outros artigos de luxo.

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Na linha de frente, um grupo de bombeiros sem máscara ou proteção alguma, atirava pedras. Foto: Matias Maxx

Na última terça (6) teve início a votação do pacote de austeridade, que deve se estender até o dia 12. O Palácio Tiradentes, onde está a plenária da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) teve seu cerco reforçado e desde as dez da manhã estava cercada de manifestantes, a maioria servidores do Estado. Por volta das 13h, manifestantes tentaram invadir o edifício, o que desprendeu um confronto que se estendeu até as 19h, paralisando as ruas do Centro do Rio, que se tornou um verdadeiro campo de batalha, com focos de incêndio e gás espalhado por toda parte afetando praticamente toda a população e trabalhadores da região.

Homens da Tropa de Choque da PMERJ (Políia Militar do Estado do Rio de Janeiro) e da Força Nacional descarregaram uma quantidade estúpida de bombas e gás lacrimogêneo que eu não via desde 2013.

Barricadas foram armadas pelos manifestantes nas redondezas da Av. Rio Branco e Nilo Peçanha. Foto: Matias Maxx

O saldo do dia foram 30 feridos, entre eles 11 policiais, e nove detidos. Dois deputados foram atendidos por passarem mal por conta do gás que chegou a invadir a plenária. Ainda assim, a votação ocorreu, aprovando algumas das medidas da PEC como o fim da frota de carros oficiais da Alerj e o corte de 30% no salário do governador, vice-governador e seus secretários.

Adivinha aonde foi parar essa bomba? Sim, na porra do meu braço que estava apenas segurando a câmera. Foto: Matias Maxx

Nesta quarta (7), o Palácio Tirandentes segue cercado na tentativa de conter os manifestantes.

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