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Bubalinos São a Nova ‘Arma’ do Exército Brasileiro

Os búfalos vêm sendo usados como o melhor meio de transporte de material bélico na mata fechada.

Quando estive no Centro de Instrução de Guerra na Selva do Exército Brasileiro (CIGS) em Manaus, no ano passado, conheci uma porção de índios, cobras e onças, dormi numa rede no meio do mato, voei em helicópteros do 4º Batalhão de Aviação do Exército na região de fronteira e escapei da degustação de vermes brancos usados como fonte de proteína pelos homens dos Batalhões de Infantaria de Selva (BIS). Mas o que ficou mesmo na minha memória foram os búfalos que vêm sendo usados, ainda em caráter experimental, como o melhor meio de transporte de material bélico na mata fechada, numa prova viva de que o primitivismo, a rusticidade e o engenho matuto ainda falam mais alto na hora do vamos ver.

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A maioria dos soldados e mesmo das armas, veículos e munições militares impressionam por sua imagem sempre eficiente, moderna e veloz. Por isso, foi um contraste e tanto ver aquele animal enorme, na forma de uma imóvel rocha negra, pastando lentamente no quartel do BIS em Manaus, camuflado pela própria existência bovina. O bicho tem uma cara triste, emoldurada por chifres ondulados que às vezes parecem uma peruca. O búfalo só não é completamente ridículo porque seu porte e seu olhar desestimulam qualquer piadinha nesse sentido.

Cada animal consegue transportar em média até 500 kg de carga. É muita coisa. Eles também "são perfeitamente adaptados ao ambiente de selva, podem alimentar-se da vegetação nativa e beber água dos igarapés e igapós, portanto não há restrições quanto a distâncias percorridas", explicou o Exército depois que mandei várias perguntas por escrito sobre esse experimento animal.

"O disparo de armas do lombo deles não surtiria o efeito desejado, haja vista a densidade da selva e a instabilidade dele como plataforma de tiro", disseram antes que eu pudesse imaginar os bubalinos mugindo, correndo e matando inimigos loucamente na Amazônia.

Cada bicho custa uns R$ 100 por mês ao Exército, fora o pasto.