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​Tudo que sabemos sobre o estupro coletivo em São Gonçalo

A mulher de 34 anos foi estuprada e agredida com socos e chutes por dez homens.

Imagem: Reprodução/G1.

Na madrugada do dia 17 de outubro, uma mulher de 34 anos foi estuprada violentamente na Rua Caetano Moura, bairro de Lagoinha, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, por dez homens.

O crime aconteceu quando a vendedora de 34 anos estava em um bar com um amigo. Ela foi atacada por quatro homens que a arrastaram até o banheiro e ainda foi arrastada até uma rua escura e estuprada pelos dez homens, além de ter levado chutes e socos. Os estupradores só pararam quando avistaram uma viatura da polícia se aproximando. A maioria conseguiu fugir pelo matagal e apenas dois menores, de 15 e 16 anos, foram apreendidos e admitiram a participação no crime, informa o G1.

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Nenhum nome foi divulgado pela polícia para não atrapalhar as investigações. A mulher que sofreu o crime é moradora da comunidade de Miriambi e sofreu ameaças após denunciar o estupro coletivo e que também foi vítima de diversos abusos sexuais de traficantes nos últimos quatro anos. Ela será incluída no Programa de Proteção a Testemunhas.

Segundo Marta Rocha, presidente da comissão de Segurança da Alerj, a vítima nutriu um relacionamento com um homem da mesma comunidade e teve uma foto sua em um momento íntimo vazado pelo próprio namorado quando o relacionamento terminou. Isso fez com que os integrantes do tráfico local achassem que tinham passe livre para violentar a mulher quando o quisessem. Foram quatro episódios de violência, o último deles na madrugada do dia 17 de outubro.

A mulher passou por mais uma violência quando prestou depoimento sobre o crime na delegacia de Alcântara e ainda teve que ir para a delegacia na mesma viatura que os dois menores que a estupraram. Um deles chegou a acariciar a perna dela no caminho para a delegacia. Na 74ª DP se sentiu constrangida na hora de relatar a violência por causa do emprego de termos obscenos pelo comissário Jorge Luiz Prudêncio que usou "boquete triplo" em uma das passagens do depoimento. O policial não viu problema com o uso da linguagem. Um inquérito foi instaurado para verificar a conduta do policial.

Um procedimento também foi aberto para identificar os outros participantes no estupro coletivo. Um dos menores apreendidos é ligado ao tráfico do Morro dos Macacos, em Vila Isabel. O caso também está sendo acompanhado pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj e a Defensoria Pública que estão dando apoio jurídico e garantido o acesso à amparo psicológico. A mulher tem também duas filhas e diz não ter procurado a polícia por medo de represálias do tráfico local.

Um vídeo foi divulgado na imprensa nesta segunda-feira (24) mostrando a vítima sendo arrastada até o banheiro do bar antes de ser estuprada.

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