Morre Fernando Faro, o pequeno notável da TV brasileira

Fernando Faro podia ser só uma voz, aquela quase inaudível a cada edição do Ensaio, programa musical criado em 1969. O Baixo, apelido adquirido por sua baixa estatura, era, porém, muito mais do que isso e sua importância par a música brasileira, infelizmente, não foi celebrada em vida. Sergipano de Aracaju, Fernando Abílio de Faro Santos, nasceu em 1927, passou por Laranjeiras, também no Sergipe, morou em Salvador e aportou em São Paulo para cursar Direito, no terceiro ano de faculdade no Largo São Francisco largou tudo e foi fazer o que gostava: escrever. Foi repórter no jornal A Noite, do Jornal São Paulo e em 1951, na TV Paulista, começou a trajetória amalgamada à música. Ele escreveu, produziu e dirigiu musicais ainda na TV Tupi. Um deles, em parceria com Antonio Abujamra, foi o imemorial Divino Maravilhoso, protagonizado por Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil. Ele também é o responsável pelo Festival Universitário, o Festival de Música Popular e o Festival da Viola. Faro ainda dirigiu espetávulos de gente como Dorival Caymmi, Chico Buarque, Marcos Valle, Ney Matogrosso, Gal. O Baixo é um imortal invisível da TV brasileira. Muita gente nem sabia, até este momento, como era o seu rosto, mal consegue identificar a sua voz, mas sabe que ele esteve ali em sentado à frente de Elis Regina, Cartola, Nelson Cavaquinho, Baden Powell, Adoniran Barbosa, Tim Maia, Gonzaguinha, Dominguinhos e outros 700 nomes. Às 23h55 deste domingo, uma infecção pulmonar levou o pequeno notável dos bastidores da TV brasileira aos 88 anos. Levou um pedaço da história televisiva e fonográfica do país. Baixo deixa três filhos: Maria Luiza, Maria Fernanda e Lucas, e duas netas.