Jovens Russos Estão Migrando para Ko Samui

Parece que hoje em dia o tema Rússia está na ponta da língua de todo mundo. O território russo é tão grande quanto ambicioso, o que que pode fazer alguns acharem que os russos – pelo menos aqueles que não são gays – estão curtindo a melhor época de suas vidas. Mas a geração Facebook russa está constantemente discutindo possibilidades de migração; na verdade, uma pesquisa de 2013 do Levada Centre mostrou que 22% deles estão prontos para deixar a Mãe Rússia por pastos mais verdes. Eu pertenço a esses 22%. Sou jovem, russo e no dia 19 de dezembro de 2012, me vi num avião para Ko Samui via Pequim. Minha passagem era só de ida.

Não me entenda mal; amo meu país. Mas prefiro amá-lo à distância. Por coincidência, comprei uma passagem no mesmo voo que um velho amigo da minha cidade natal. Ele tinha planejado se esconder numa ilha tropical com a namorada. Eu, por outro lado, estava fugindo de um coração partido e de uma jornada de trabalho estressante. E assim, pousamos numa linda ilha do Golfo da Tailândia, onde nos vimos imediatamente cercados por cerca de 6.000 outros russos.

Lá estávamos nós: meus compatriotas seminus e eu, fugindo de alguma coisa ou procurando alguma coisa, porque basicamente há apenas três razões para trocar a vida na Rússia pelo desconhecido.

Primeiro, a Mãe Rússia é famosa pelo frio. Isso significa que se você não joga hóquei no gelo, pelo menos três meses por ano você vira um repolho de agasalhos mal-humorado. Isso envolve reclamar da sua vida deprimente, se esconder do frio com croissants e café de dia e afogar suas mágoas na vodca à noite (o frio torna os estereótipos inevitáveis).

Aí temos os preços: por um quarto em Moscou pagamos em média US $623, US $23 por jantar num restaurante e US $12 por um McDonald's. O salário médio em Moscou é de cerca de US $1.250.

E terceiro, acima disso tudo, a Rússia nos últimos anos vem se tornando mais e mais socialmente antagônica. A eleição presidencial de 2012 deu à luz a algumas performances políticas pesadas, como a reação à lei da propaganda gay e a prisão do Pussy Riot.

É por isso que os jovens russos partem, é por isso que eles vêm para cá – é por isso que eles não hesitam em alugar seus apartamentos em Moscou para fazer todo tipo de trabalho freelance à distância aqui, ou começar negócios aleatórios relacionados ao turismo.

Na bela e pacífica Ásia – Tailândia, Bali, Vietnã, China; com sua comida deliciosa, tudo barato e paisagens lindas – não há stress, ambições em jogo, conversas políticas ou risco. Porque a Rússia hoje tem gosto de risco.

Veja abaixo as fotos que tirei da diáspora jovem russa em Ko Samui.

Renat está em Ko Samui há dois anos, trabalhando para uma companhia de turismo chamada Samuidays. Em Vladivostok ele era diretor comercial. 

Nastya mora na ilha há sete anos. Atualmente ela trabalha como organizadora de eventos, mas em Irkutsk, de onde veio, ela era jornalista.

Tradução: Marina Schnoor