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Entretenimento

Kony de Cu É Rola

Fiquei preocupado que pessoas do mundo todo mandassem dinheiro para uma organização que é fundamentalmente diferente do que elas imaginam.

Semana passada, Jason Russell foi preso aparentemente por bater punheta bêbado numa praia de San Diego. Não dá pra ganhar todas.

Depois do sucesso estrondoso do lançamento no YouTube, o vídeo e o movimento KONY 2012 esbarraram num muro de críticas vindas dos cantos mais obscuros da internet. Como alguém que trabalhou com propaganda por muito anos, fiquei preocupado que pessoas do mundo todo mandassem dinheiro para uma organização que é fundamentalmente diferente do que elas imaginam. E mesmo com o interesse esfriando por toda a internet, ainda existem muitas perguntas sem resposta. Como as que fiz para os representantes do Invisible Children depois que Kenny Laubbacher, cabeça do “relações artísticas” do IC, convidou a VICE para entrevistar membros da IC nos escritórios da organização em San Diego, logo depois do nosso primeiro post sobre o KONY. Laubbacher afirmou que nossa matéria era “totalmente desinformada e que citava muitas fontes falsas”.

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Naturalmente, a gente queria pôr as coisas em pratos limpos, mas desde que fomos contatados pelos pessoal do RP, nosso encontro foi adiado uma semana, e recebemos diversas evasivas quando perguntamos se alguém do IC poderia participar de uma rápida entrevista pelo telefone. A última esperança de conseguir alguma resposta foi dissipada hoje — Jedidiah Jenkins, o “Diretor de Ideologia” (ou nas palavras da própria IC, “essencialmente nosso gerente de marca”) nos contatou por e-mail dizendo que estava disposto a nos dar 10 minutos enquanto ele e o CEO Ben Keesey esperavam para pegar um voo para um festival de cinema. Mas até recebermos o e-mail e conseguirmos fazer a ligação, já era tarde — eles já tinham embarcado. “JJ” ficou muito chateado. Felizmente ele terá chance de responder as perguntas posteriormente, mas por hora somos obrigados a publicar essa matéria com a nossa visão final sobre o KONY 2012 e a IC sem contar com os comentários dos criadores do filme.

Assim como muitas pessoas, meu maior problema com o KONY 2012 é que o filme não menciona que o cofundador da IC, Jason Russell, é cristão. E isso é especialmente problemático dado que ele não é apenas um frequentador de cultos dominicais, mas um evangelista ativista. Tudo indica que isso foi uma omissão intencional que pode até ser interpretada como parte de uma estratégia de mídia inicial.

“O truque é não sair pelo mundo dizendo: 'Eu vou batizar você, eu tenho uma estratégia para te ganhar'”, disse Russel para um grupo de estudantes cristãos em novembro. “Sua estratégia é olhá-los nos olhos, como Jesus fez, e dizer: 'quem é você e você quer ser meu amigo?' Como ele disse para a prostituta, o cobrador de impostos e os pescadores.”

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Demonstrativos financeiros da IC mostram doações substanciais para a National Christian Foundation — um fundo antigay e antiaborto, que ajudou políticos de Uganda a criar uma legislação que pune assuntos relacionados ao homossexualidade com a pena de morte. Os patrocinadores da Invisible Children incluem outros pesos-pesados antigays de direita como a Caster Family, que fundou a campanha para a Proposição 8 na Califórnia.

A seguir temos um resumo rápido de como o KONY 2012 manipulou os fatos e números para apoiar sua agenda:

Russell afirma que Joseph Kony é o pior senhor da guerra do mundo. A lista elaborada pela Corte Penal Internacional menciona o indiciado para manter registros de suas atrocidades alegadas, não de seu nível de “maldade”. Na definição de “maldade”, muitos especialistas consideram o genocídio mais sério do que crimes contra a humanidade e crimes de guerra. Se considerarmos esses pontos de vista, a “pior” pessoa na lista da CPI é Omar Al-Bashir, presidente do Sudão. Se você não quiser considerar esse ponto de vista porque acha que genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra são igualmente ruins, então a pessoa mais “malvada” na lista é Ali Kushayb, com Ahmed Haroun logo atrás. Ambos são indiciados com base em suas ações em Darfur. Ahmed Haroun é o governador do estado Kordofan do Sul, logo não deve ser tão difícil de ser encontrado. Omar Al-Bashir viaja internacionalmente, com impunidade.

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A lista da CPI não é uma lista das pessoas más do mundo, só daqueles que estão sendo objeto de investigações em determinadas “situações”. Apenas situações em Uganda, Darfur, Quênia, República Democrática do Congo, Líbia, Costa do Marfim e República da África Central têm sido investigadas pela CPI. Atrocidades cometidas em outras partes do mundo não contam. Os homens na lista da CPI não são as piores pessoas do mundo, eles são as piores pessoas de algumas partes desses sete lugares listados.

A Agência de Refugiados da ONU (UNHCR em inglês) atribuiu uma morte ao LRA este ano. A Invisible Children registrou três, mas dá a essa informação uma avaliação de credibilidade de três para cinco. Bem menos que as 16 pessoas que um único soldado americano matou no domingo retrasado.

Em termos de número, mais pessoas morrem em Uganda nas estradas todos os anos do que mortas pelo LRA desde 2006.

É realmente preocupante como o vídeo despreza os fatos, tanto que as pessoas que compraram a pulseira têm o direito de se sentirem enganadas.

Os comentários do ator e ativista celebridade George Clooney no vídeo foram tirados de contexto e se referem ao Sudão e não ao LRA. Ele não foi entrevistado para o vídeo KONY 2012. O trecho foi tirado de uma entrevista dele com Brian Williams. Ainda assim, Clooney confirmou recentemente que quer tornar Bashir famoso.

Os comentários de Shepard Fairey foram tirados do Henry Rollins Show, e se referem não ao movimento KONY 2012, mas ao movimento Occupy, com quem ele tem envolvimento. O Fairey disse que apesar de não ter sido consultado sobre o uso de sua citação no vídeo e de não poder se responsabilizar pela IC como organização, ele realmente apoia o objetivo final da campanha.

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Angelina Jolie não apoia o movimento — e isso realmente aparece no filme —, mas em letras muito pequenas (seguida de um parágrafo de “texto cego” - por exemplo, “lorem impsum etc.”).

As imagens de Gulu usadas no filme são de uma viagem anterior. Elas são apresentadas como se a crise ainda estivesse acontecendo no Norte de Uganda. Qualquer um que mora em Gulu pode dizer que o “exército” de crianças brancas bem intencionadas usando calças saruel, sandálias Birkenstocks e bandanas se foi há muito tempo atrás, junto com os hotéis chineses (que frequentemente são agendados para conferências de desenvolvimento), restaurantes, clubes noturnos, cursos de ioga e guias turísticos. Tudo bem mostrar imagens de arquivo, mas elas precisam ser colocadas num contexto, de outra maneira as pessoas podem entender errado. O que suponho que seja essa a ideia.

O político de Uganda entrevistado no início do KONY 2012 é Lt. Santo Okot Lapolo, é um defensor importante de Museveni que uma vez entregou uma bomba embrulhada para presente para Vincent Otti, um representante de Joseph Kony já falecido. Ele também é conhecido por desviar dinheiro público e por difamar um juiz local.

O político americano mostrado no filme — Senador Jim Inhofe — é mais conhecido pelo seu apoio incondicional às grandes companhias petroleiras (e por aceitar algumas das maiores doações delas), e por afirmar que os prisioneiros de Abu Ghraib deveriam ser gratos pelo tratamento que recebem das mãos dos torturadores americanos.

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Por outro lado, os cineastas entrevistaram dois dos políticos mais liberais de Uganda e dos EUA, Norbert Mao e o ex-senador Russ Feingold. Num raro momento de comiseração pesadamente editada, parece que os dois lados concordam em alguma coisa.

Os cineastas se parabenizam quando Obama decide “escutá-los” e manda consultores militares para a África Central. Isso é algo que o governo de Uganda pediu, não a IC. O projeto é de autoria do ex-senador Feingold, não da IC. A carta que Jason Russell lê para seus voluntários não é endereçada à Invisible Children, mas ao Congresso. Fora a Invisible Children e seus amigos, ninguém dá crédito ao Invisible Children pelo projeto, a carta ou a decisão política.

Jacob, o soldado mirim mostrado no filme, obviamente sofre de estresse pós-traumático, uma condição que ocorre depois que se experimenta coisas tão horríveis que seu cérebro não consegue processar. Ser lembrado dessas coisas leva a incapacidade de controlar as emoções. Terapeutas qualificados usam a técnica de levar o paciente com esse tipo de distúrbio a falar sobre o que aconteceu de maneira paciente e gradual. Russel enfia a câmera na cara de Jacob e pede continuamente pra que ele conte sua história, essencialmente forçando o rapaz a confrontar memórias tão horríveis que seu cérebro não consegue processar — daí o choro histérico (porém cinematográfico) que ele deixa escapar assim que a tela fica preta. Magicamente, sua voz ecoa no escuro: “Eu vi… vi… vi…”.

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O jeito que Russel trata seu próprio filho levanta questionamentos. Tentar explicar para uma criança que as “crianças invisíveis” não são apenas vítimas como também perpetradores deixa até adultos desconcertados. Gavin: “Eles não vão fazer o que ele manda porque eles são legais, né?” Russell: Pausa. “Ele vai forçá-los a fazer coisas ruins.” Russell: “Ele transforma garotas em escravas sexuais e garotos em soldados”. O vídeo continua dizendo que o LRA mutila o rosto das pessoas. Se já é difícil pra quem está assistindo entender quem são as vítimas e quem são os perpetradores, imagine para um garoto de cinco anos. As garotinhas da foto mutilaram? Jacob mutilou? Para evitar essa verdade confusa, Kony é enquadrado, junto a Hitler e Bin Laden. Se o problema se simplifica dessa maneira, a solução é fácil: “Impeça-o!” Então o filme implica que as crianças invisíveis poderão voltar pra casa.

O problema com essa lógica é que depois de conflitos dessa natureza, crianças soldados geralmente não são mais bem vindas em casa. Algumas ONGs têm programas viáveis para reintegrar essas crianças, mas a realidade é que essas crianças cometeram crimes como estupro e assassinato, e não são recebidas em casa com abraços e festinhas.

É complicado, mas complexidade é uma coisa que passa longe do Invisible Children. As maldades de Kony são horríveis, mas vale a pena colocar num contexto. Como o senador republicano Jim Inhofe comunica no vídeo, não há nada pior que mutilar criancinhas. De acordo com a Organização Internacional de Saúde, pelo mundo mais de 140 milhões de mulheres e meninas são intencionalmente mutiladas quando crianças. As pessoas que fazem isso? Geralmente outras mulheres, mães e avós, e às vezes até médicos. A única diferença é que sua mutilação fica escondida embaixo das roupas. A mutilação genital sofrida por essas mulheres só é menos chocante para o mundo porque não é vista. Em outro nível, é muito mais chocante para a audiência ocidental ver, processar ou relacionar-se quando comparado a remoção do que mais valorizamos — um rosto bonito.

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Não só a Invisible Children aceita trabalhar com grupos religiosos de extrema direita como a National Christian Foundation, eles também aceitam trabalhar com o governo e os militares de Uganda. O governo do país é conhecido por oprimir minorias, pela falta de transparência eleitoral e por ter uma polícia extremamente entusiasmada (vários líderes políticos da oposição foram presos ano passado por andar até o trabalho, por exemplo). O presidente Museveni gastou $50 milhões em ajuda monetária para comprar um jato Gulfstream. Fico preocupado com jovens do mundo inteiro dando dinheiro e apoiando uma organização que divide os mesmo valores da National Christian Foundation e do governo de Uganda.

Vou deixar claro, não tenho problemas com o fato de Jason Russell ser cristão, o problema é ele não ter dito isso abertamente no vídeo. Seu método parecer ser manter suas crenças em segredo, ou pelo menos não comentá-las, talvez porque ele saiba que os jovens são cínicos em relação à religião por uma série de motivos. Mas não só os jovens foram enganados. Oprah Winfrey (que defende os direitos gays) doou $2 milhões para a causa. Como ela deve estar se sentindo agora que sabe que esse dinheiro pode estar apoiando uma agenda homofóbica? Como Susan Davis e Russ Feingold, ambos liberais que apoiam o casamento gay, estão se sentindo? Como eles poderiam apoiar a IC se soubessem de suas ligações com movimentos antigays? Se Russel concorda com a NCF e com o governo de Uganda que o homossexualidade é errado, ele não deveria ter dito isso antes? Se isso é mesmo um movimento de levantamento de fundos autônomo, então tudo bem, não? Mas quem apoia o Invisible Children está pedindo dinheiro.

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E as pessoas que ficaram tão tocadas pelo filme que compraram as pulseiras e depois tentaram entrar com os números no site como é instruído? A IC diz que as pulseiras estão esgotadas. Há vários posts online de pessoas perguntando onde “registrar” suas pulseiras. Parece que esse recurso ainda não foi implementado. A IC não esclarece que tipo de dados são coletados quando o usuário digita esse número, e mais importante, como esses dados serão usados.

Um site chama a campanha KONY 2012 de “propaganda reversa”, e eu acho o termo bastante preciso. Mas fazendo jus a minha própria experiência com propaganda reversa, talvez esses caras mereçam uma chance.

Trabalhei numa campanha política para o Partido Trabalhista da Austrália em 2004, numa cidade do litoral. A liderança era mantida pelo Partido Nacional (fazendeiros conservadores) com uma pequena margem, mas a área sofria mudanças demográficas com um influxo de aposentados de Sidney e Melbourne. O Partido Trabalhista (de centro-esquerda) viu isso como uma maneira de ganhar aquela posição, e incutiram em mim e nos outros garotos que trabalhavam na campanha que aquilo era muito importante. Não podíamos perder. Encaramos a tarefa com determinação sincera. Duas coisas nos guiavam: uma era a crença na supremacia do nosso partido político, mas acima disso estava a vontade de agradar nossos superiores — os chefes do Partido Trabalhista. Se ganhássemos essa campanha, isso significaria reconhecimento das figuras políticas mais importantes do país e um trabalho muito bem pago no novo governo.

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Tudo seria glorioso — só tínhamos que convencer cerca de 5.000 eleitores a votar no Partido Trabalhista pela primeira vez. Demos duro, enchendo a imprensa de quase factóides sobre as conquistas do candidato naquela área.

No final, nós vencemos. Mas fiz duas coisas das quais não me orgulho. Acusamos o outro cara de ser um pedófilo, com base numa manipulação mesquinha de um link da internet com uma vaga alusão ao partido dele. Não queríamos fazer isso — a gente achava isso doentio — mas nossos chefes mandaram, e além de tudo, nosso objetivo era impressioná-los e conseguir que o candidato deles fosse eleito. Mas o tiro saiu pela culatra, fomos acusados de jogar sujo e o outro candidato recebeu muita simpatia da mídia.

A segunda coisa que fizemos foi começar um novo partido político. Muitos dos aposentados da Austrália votam em liberais (que na Austrália é o Partido Conservador). Eles se mudam pelo país porque gostam de espaços abertos — praias, montanhas, árvores e essas coisas. Então começamos o partido Liberais pelas Florestas. Naquela época achei isso brilhante, estávamos enganando esses velhinhos para fazer o que eu achava que era certo: votar no meu candidato e no Partido Trabalhista através de uma associação manipuladora de palavras. Foi isso que nos fez ganhar, provavelmente. Me ofereceram um emprego bem remunerado como secretário de imprensa, que aceitei. Continuei com esse jogo de manipulação através da mídia, que é o que realmente se faz nesse trabalho.

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Fizemos a coisa errada, mas nossa crença nos fez continuar. Consigo entender como os cineastas do KONY 2012 viram George Clooney e outros fazendo declarações que faziam referências vagas aos crimes de guerra e editaram tudo junto num vídeo chique para unir a massa desencantada. Mas acho que não se trata apenas desses caras e suas câmeras. É claro que eles estão tentando impressionar alguém, seja a igreja, os republicanos, Deus ou as grandes empresas. Quem, de fato, não importa muito, mas sim que eles não foram sinceros sobre sua inclinação política.

A decepção necessária para fazer esse vídeo funcionar faz espectadores cínicos, como eu, pensarem que há um motivo escondido. Se a verdade fala por si mesma, então por que não ser verdadeiro? Por que escolher um conflito que já tem cinco anos? Por que Uganda, quando o LRA está também no Congo, Sudão ou na África Central? Por que apoiar Museveni, que também é responsável por milhares de mortes? Por que esconder os vínculos religiosos e financeiros?

Os motivos financeiros são numerosos. Dada a propensão de Right em se envolver com grandes empresas e a participação de Inhofe em destaque no vídeo, a resposta mais óbvia é o petróleo. O sul do Sudão tem reservas de petróleo, mas não uma maneira de embarcar o produto pra fora do país. Uganda é a principal rota de transporte para fora do Sudão e acima da costa queniana. Empresas de Uganda estão prontas para se instalar através do sul do Sudão, prontas para tirar vantagem; não há motivos para os Estados Unidos não quererem uma fatia desse bolo.

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A influência chinesa está por toda a África Oriental (porque ao contrário do que Russell afirma, Uganda não fica na África Central). As companhias chinesas não precisam se preocupar com as regulamentações domésticas e podem assumir riscos que as companhias ocidentais não podem. Sua influência está crescendo rapidamente e sua economia necessita de recursos encontrados em abundância no Congo.

Pode ser uma questão tão simples quanto o fato de Right ter encontrado em Uganda um lugar onde as opções que são marginais nos Estados Unidos são as principais, e até legalizadas. Enquanto suas igrejas evangélicas espalham a palavra de Deus através do mundo, faz sentido ter um polo num dos países mais pios da região.

Eu queria tirar uma conclusão disso, e como disse acima a VICE foi convidada a visitar e entrevistar os representantes da IC em San Diego. Desde então estamos tentando contatar a IC por telefone, e-mail e pombo correio para incluir a resposta que eles prometeram no primeiro e-mail. Julie Halpin, da agência de RP respondeu o seguinte:

“Recebi sua mensagem mais cedo. Parece que não será possível fazer uma entrevista com o pessoal da IC esta semana. Podemos nos falar de novo semana que vem para marcar isso? Tipo na quarta-feira?”

E finalmente:

“Obrigada por entrar em contato. Infelizmente, não seremos capazes de fazer isso na semana que vem, mas vou mantê-los informados sobre qualquer atualização ou notícia importante envolvendo a campanha.”

Então vou postar minhas perguntas aqui, esperando que Halpin, ou outro representante da IC, me envie respostas:

- Jason Russell, você é cristão — suas crenças religiosas são bem documentadas. Você acha que se tivesse revelado abertamente sua religião no vídeo tantas pessoas iriam te apoiar?

- Você recebeu dinheiro de organizações que apoiam movimentos antigays nos Estados Unidos e Uganda. Você concorda com eles que o homossexualidade é errado?

- Você acha que teria tido o mesmo nível de apoio se o público estivesse ciente do seu envolvimento com organizações envolvidas com movimentos homofóbicos?

- Oprah Winfrey é uma defensora dos direitos gays. Ela sabia das ligações da organização com a National Christian Foundation? Você acha que ela doaria milhões de dólares para a causa se soubesse dessas ligações?

- Você concorda que usar suas citações fora de contexto dá aos espectadores a impressão de que George Clooney e Shepard Pairey estão falando de Joseph Kony?

No final das contas a Invisible Children não mentiu, eles não estava comprometidos com nada mais que colocar cartazes e usar pulseiras, então não se pode culpá-los. Mas o fato é que milhares de jovens pensaram que esses caras eram como eles. Eles acharam que George Clooney e Angelina e Shepard eram como eles. Então eles deram dinheiro para uma organização que acreditavam que os representava. Eles foram enganados, e está na hora de Jason Russell e sua turma admitirem isso.

Anteriormente:

É Uma Boa Doar Dinheiro Para O Kony 2012?