O protesto dos estudantes contra a reforma do ensino médio proposta por Temer é uma faísca
Em São Paulo, manifestante observa propaganda da revista Veja, que elogiou a reforma. Foto: Rodrigo Zaim/ R.U.A Foto Coletivo

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Educação Ocupada

O protesto dos estudantes contra a reforma do ensino médio proposta por Temer é uma faísca

Jovens foram para as ruas em São Paulo e no Rio de Janeiro. E isso, provavelmente, é só o começo. De novo.

A indignação com a reforma do ensino médio anunciada na última semana transmutou-se da internet para as ruas. Na última segunda (26), estudantes se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, para consolidar o primeiro protesto contra a Medida Provisória (MP) criada pelo governo de Michel Temer (PMDB), que praticamente dobra as horas de aulas anuais e acaba com a obrigatoriedade de disciplinas como artes, sociologia, filosofia e educação física. Um protesto similar aconteceu também na cidade do Rio de Janeiro.

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"Não fomos consultados. Não queremos somente participar, mas, sim, tomar as decisões", informou o ELA (Estudantes Libertários Autônomos), um dos grupos que convocou a manifestação em São Paulo.

Protesto contra a reforma do ensino médio na última segunda (26), em São Paulo. Foto: Rodrigo Zaim/ R.U.A Foto Coletivo

O destino da marcha era caminhar até a sede do PMDB, na região sul da cidade. Entretanto, quando o trajeto foi anunciado, a Polícia Militar (PM) cercou os estudantes na altura do vão do Masp, deixando o clima tenso – típico de manifestações de rua em São Paulo nos últimos anos. A organização negociou, então, com o responsável pelo efetivo do dia e o acesso foi liberado.

O protesto na Avenida Paulista, que estava repleto de secundaristas, é fruto das Jornadas de Junho, assim como é fruto das escolas ocupadas em 2015.

O ato aconteceu pacificamente, passou pela sede do partido de Temer e terminou no Monumento às Bandeiras, no Ibirapuera. Na volta pra casa, uma leva de manifestantes chegou até a estação de metrô, onde fizeram o famigerado "catracaço", quando várias pessoas forçam a entrada para não pagar.

Protesto contra a reforma do ensino médio na última segunda (26), em São Paulo. Foto: Rodrigo Zaim/ R.U.A Foto Coletivo

Não é a primeira vez que a estudantada reage nas ruas contra medidas na educação. Em setembro de 2015, a reorganização das escolas estaduais de São Paulo anunciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) terminou com mais de 200 escolas ocupadas por jovens contrários a decisão, que não havia sido discutida previamente com os mais interessados: os próprios alunos. A comoção gerada entre pais, professores e parte da sociedade deixou a situação ainda mais embaraçosa para o governador, que demitiu o secretário de educação na época e voltou atrás.

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A decisão do Ministério da Educação é uma simples amostra de que, empiricamente, as autoridades ainda não sacaram a nova verve política dos jovens brasileiros.

O protesto na Avenida Paulista, que estava repleto de secundaristas, é fruto das Jornadas de Junho, assim como é fruto das escolas ocupadas em 2015.

Protesto contra a reforma do ensino médio na última segunda (26), em São Paulo. Foto: Rodrigo Zaim/ R.U.A Foto Coletivo

Dessa vez, a decisão do Ministério da Educação é uma simples amostra de que, empiricamente, as autoridades ainda não sacaram a nova verve política dos jovens brasileiros. Se sacaram, preferem continuar do alto de sua própria soberba – pouco democrática – entulhando uma falsa frugalidade goela abaixo da sociedade brasileira, principalmente da classe trabalhadora e estudantil.

Esse tipo de atitude irá repercutir. Principalmente nas ruas e nas escolas. Não é a tôa que alguns grupos estão convocando as ocupações das escolas novamente.

Abaixo, mais fotos loucas do Rodrigo Zaim, do R.U.A Foto Coletivo

Foto: Rodrigo Zaim/ R.U.A Foto Coletivo

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