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Tecnologia

O Bóson de Higgs Interpretado Como Música

Uma nova maneira de estabelecer a descoberta do Higgs com música.

Dados e análises estatísticas são difíceis de explicar para um público não familiarizado com isso e acostumado com as imagens da cultura pop de cientistas descobrindo as coisas do nada e soltando um “eureka!”. Baseada no cruzamento de interações ao longo dos anos, “estatística” era geralmente a aula mais odiada pelos colegas de mente mais voltada para as disciplinas de humanas. Mas estatística também é a ferramenta usada para revelar aquela coisa que permite que a vida (e a matéria no geral, claro) exista no universo, o bóson de Higgs. Isso — o processo meio enfadonho de processar grandes quantidades de dados — transforma a apresentação desses dados de maneiras diferentes e interessantes numa grande preocupação dos cérebros científicos mais voltados para Relações Públicas, e uma coleção desses cérebros desenvolveu uma nova maneira de estabelecer a descoberta do Higgs com música.

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Os três membros do time, com sede em Cambridge e no laboratório italiano INFN em Catânia, mapearam diferentes níveis de energia em diferentes notas numa escala musical tradicional. O que surgiu disso foi uma dúzia de notas, representando o som de fundo das partículas, e então, de repente, um pico sobe duas oitavas. Nesse pico, encontram-se três notas: F, C e E. Isso é o Bóson de Higgs, pipocando de pilhas e pilhas de dados.

Acontece também que o físico e engenheiro Domenico Vicinanza, um dos membros do time do Higgs musical, é compositor. “A música realmente desencadeia algo na imaginação do público em geral”, diz ele num post do blog Symmetry Breaking do Fermlab. “As pessoas entendem que há algo de especial acontecendo nesse gráfico numa determinada parte. Tanto a ciência quanto a música estão buscando por harmonias, procurando por regularidades, maneiras de sentir uma paz interior e harmonia no universo. Existe uma beleza interna na natureza, no que está ao nosso redor. É essa beleza interna que eu realmente queria converter em música.”

O mix completo está acima, apresentando uma versão em piano solo e outra que conta com baixo, marimba, percussão e xilofone. Pessoalmente, gosto um pouco mais das sonorizações estilo Aphex Twin pré-descoberta de Richard Dobson, mas essa também funciona muito bem.