O Catsu Street Quer Valorizar a Cultura Negra Dentro da Moda Brasileira

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O Catsu Street Quer Valorizar a Cultura Negra Dentro da Moda Brasileira

Pra valorizar a beleza do público, o grupo formado pela stylist Suyane Ynaya, a maquiadora Lídia Thays e a fotógrafa Catarina Martins faz diversos ensaios fotográficos cheios de cores, penteados afro e muita atitude.

Catsu Street é um projeto de moda e street style. Pra valorizar a beleza do público negro pouco explorada dentro da moda brasileira, o grupo formado pela stylist Suyane Ynaya, a maquiadora Lídia Thays e a fotógrafa Catarina Martins faz diversos ensaios fotográficos cheios de cores, penteados afro e muita atitude.

Há um ano e meio, elas se uniram para criar o projeto; juntas, fazem um trampo que deixa muito editorial de revista de moda no chinelo.

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Fiquei encantada com o trabalho delas; logo, resolvi trocar uma ideia com a Suyane para saber um pouco mais sobre o projeto.

VICE: Como surgiu o Catsu?
Suyane: Conheci a Catarina porque eu ia fazer um editorial e precisava de um fotógrafo, aí uma amiga me apresentou a ela. O ensaio ficou muito legal, e nossas ideias bateram; então, resolvi convidá-la para unir forças e criar um projeto pessoal. Aí nasceu o Catsu. O nome vem da junção dos nomes "Catarina + Suyane".

No começo, a ideia era fazer ensaios para ter um portfólio para conseguirmos ingressar no mercado da moda. Com o tempo, o projeto foi crescendo e tomando forma; então, decidimos levar mais a sério como nosso trabalho principal mesmo.

São só vocês duas no projeto?
A maquiadora Lídia Thays é a terceira integrante que completa o time.

O time Catsu reunido: Lídia, Suyane e Catarina.

Vocês acham que, no mundo da moda, faltam projetos focados na cultura negra?
Sim. Falta muita oportunidade para os negros e também para projetos pequenos. Tanto que, no começo do Catsu, a gente tentava mesclar todas as etnias. Mas aí percebemos que faltava um projeto mais focado na cultura negra. Sem querer, nós mesmas estávamos focando mais nisso nos editoriais. Então, tudo aconteceu naturalmente.

Como surgem as ideias dos editoriais?
No começo, nós convidamos algumas modelos mais conhecidas, como a Alissa Salls e a Deise Nicolau. Mas depois começamos a focar mais em pessoas que a gente acha pelo Instagram e Tumblr.

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Para cada ensaio, conversamos com o modelo para saber sua história. Aí a gente se inspira e faz o editorial em cima dessa história, trazendo a essência de cada pessoa.

Vi que vocês fizeram um editorial com o Cauê, da Ver$us Boyz. Eu os entrevistei recentemente.
Sim, a gente chamou o Cauê porque gostamos muito do estilo dele. Inclusive, vai rolar um editorial da Catsu falando dos meninos da Versus. Eles são novinhos, mas têm uma cabeça muito à frente pra idade deles e muita referência.

Cauê, da Ver$us Boyz.

Vocês saíram no site do Afropunk, né? Como isso repercutiu no projeto? Vieram muitos leitores de outros países procurar vocês?
Depois que saímos lá, tivemos uma publicidade muito grande: nossos seguidores nas redes aumentaram bastante.

Inclusive, uma blogueira norte-americana que escreve sobre cabelos afro leu a matéria sobre o Catsu e entrou em contato com a gente, dizendo que estava de passagem pelo Brasil, e pediu para sermos guias turísticas dela por aqui, para mostrar locais sobre a cultura afro-brasileira. Foi bem divertido.

Victor Apolinário.

Magá Moura.