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Música

O Kern Fala Como Foi Dirigir o Novo Clipe do OFF!

Se você sempre lê essa porra aqui, já sabe que os punks sujos do OFF! lançaram um novo clipe semana passada para a música “Wiped Out”, que estará seu próximo disco homônimo.

Se você sempre lê essa porra aqui, já sabe que os punks sujos do OFF! lançaram um novo clipe semana passada para a música “Wiped Out”, que estará seu próximo disco homônimo. O que pode não ter ficado muito claro para os espectadores e leitores é que o vídeo foi dirigido e filmado pelo Sir Richard Kern. Ele tinha me dito que já queria trabalhar com os caras do OFF! há algum tempo, então quando o vídeo estava finalmente pronto, nos encontramos pra falar da banda, que provavelmente é a banda favorita dele atualmente.

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VICE: Da última vez que conversamos você já tinha me dito que queria fazer um vídeo clipe para o OFF! e parecia bem empolgado com essa perspectiva. Você ficou todo nostálgico e tal.
Kern: Já ouvi o Keith Morris em várias encarnações. Assisti o Circle Jerks aqui em Nova York quando eles vieram e eu era bem vidrado nesse estilo de música, sem falar que eu sou um puta fã do Black Flag. Já conhecia o Redd Kross dos filmes do Dave Markey, Desperate Teenaged Lovedolls e Lovedoll Superstar. Acho que o Steve Shane McDonald é o Johnny Tremaine nesses filmes. Ele faz esse promoter pilantra de Hollywood. O Redd Kross fez discos foda nessa época. E continuo ouvindo o primeiro disco do Circle Jerks, Group Sex. Conheço o Dimitri do Burning Brides — ele tinha falado sobre a gente fazer alguma coisa anos atrás, quando eles estavam na Interscope, acho. Só não conhecia o Mario (nota do tradutor: Hahahahaa!). Conhecia a banda, não ele pessoalmente.

Como é o cabelo do Keith pessoalmente?
Ah, o cabelo dele é sensacional! [risos] Só editei uma coisa no vídeo, pra me certificar que o cabelo dele ficasse lindo. A propósito, visitei a casa do Keith e é tipo um museu do rock.

Certeza.
A casa inteira é cheia de coisas punks — de Alice Cooper até os dias atuais. É tipo um santuário coberto com pôsteres de vários períodos.

Teve alguma coisa que chamou particularmente sua atenção?
Ele tem o pôster do Alice Cooper do Love It To Death. Tinha um monte de coisas assim, coisas que nunca mais vi desde que era moleque.

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Você escolheu a faixa do disco novo para o vídeo ou eles te procuraram com uma música particular em mente?
Não, eles disseram: “Essa é a música, ‘Wiped Out’”, e vi a duração e falei: “Que beleza! Um minuto! [risos] Lógico que faço!”.

E quanto tempo você demorou pra filmar?
A filmagem da banda e do público levou cerca de três horas. Mas a preparação foi infinita, foi foda achar um lugar pra gravar. Achamos um lugar que era um clube no centro de Los Angeles, onde eles faziam vários shows underground, mas os bombeiros fecharam o lugar e fizeram eles reestruturarem a coisa toda. Eles tiveram que quebrar tudo. Chegando lá, o clube tinha sido transformado numa barracão gigante, cheio de coisas do chão até o teto. Por isso demorou tanto, tivemos que tirar tudo do lugar pra conseguir espaço suficiente pra colocar a banda.

Você deu alguma instrução pra plateia ou ela pirou por conta própria?
Bom, fiquei bem preocupado, fazia tempo que não participava de um show assim. Foi tipo: “Será que essa galera vai se mexer ou só ficar aí parada?”. Porque, sabe, você vê uns shows em Nova York e na maior parte do tempo todo mundo só fica lá e balança a cabeça. Mas assim que eles tocaram o primeiro acorde [risos] o público ficou louco. Foi como nos velhos tempos. Eles arrebentaram tudo.

Tem uma hora no vídeo que o Keith fala “N-E-G-A-T-I-V-I-T-Y” e a palavra aparece assim na tela em vermelho, isso foi uma coisa que me lembrou uns vídeos e até uns filmes seus dos anos 80. Foi um toque super cru que veio do nada, mas que se relaciona diretamente com a música.
É, isso demorou um monte. A ideia original era que a palavra negativity fosse meio que soletrada na música. Nos meus filmes eu só escrevia destroy e a palavra aparecia e sumia antes que você conseguisse ver direito. Mas o plano original era colocar uns peitos de mulher, bem grandes, com a palavra negativity escrita de um jeito que cobrisse os mamilos, mas não deu muito certo. Aí o Keith fez esse negócio com a mão enquanto cantava essa parte e ficou simplesmente perfeito.

Ficou perfeito mesmo. Também vi rostos familiares no vídeo, umas garotas do Shot By Kern, se não me engano.
É, a garota atirando nua no lago no episódio de Montreal está lá… A garota do próximo episódio que fotografei na Pensilvânia está lá, e até essas duas minas francesas que acabei de fotografar. As garotas bem bonitas no começo. Como sempre, estava editando o vídeo e percebi que precisava de mais filmagens e estava indo pra Paris. Fotografei três garotas lá, aproveitei pra filmar exatamente o que precisava pro vídeo: uma garota respirando pesado — essa mina ficou fazendo polichinelo por uns dez minutos pra ficar sem fôlego — as garotas de óculos foram filmadas em Paris pro Shot by Kern. Elas não estão peladas no vídeo, mas estão peladas no Shot by Kern. Bem peladas.

E caso você não tenha visto o vídeo de que estamos falando ainda: