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Música

Resenhas

Por Equipe VICE.

EMICIDA

TEDDYBEARS

Tô nem aí que foi a gente quem ajudou a fazer esse disco acontecer via The Creators Project. Esse papinho de “conflitos de interesse” é coisa pra advogado ou blogueiro gorducho. Esse disco é lindo. É sem dúvida o lançamento do Emi com maior cuidado na produção – gravação, mixagem, essas transas – e um daqueles conjuntos de músicas que crescem a cada audição. É cheio de escolhas sonoras sábias e o MC traz uma confiança ultra bem-vinda pra todas as faixas. Me nego a analisar os raps direitinho aqui pros “caras que odeiam rap lá” chupetarem depois. Dessa vez vocês vão ter que escutar o disco e prestar atenção. Aposto que, mesmo assim, vão falar uma pá de groselha, mas tô nem aí parte 2. Isso aqui já é trilha sonora na vida dum monte de gente. Sugestão: compre a versão física, vem com uma música a mais.

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ANDRÉ 3000°

ORDINÁRIA HIT

Funcionário

Independente

Se você anda trabalhando demais e curte um rock punk torto e nem um pouco careta é capaz de você escutar esse disco e: 1. ficar eternamente deprimido, 2. começar uma revolução. A segunda opção é bem melhor, certo? Então nem vem fazer a Primeira Internacional – renegue seu Deus, descole esse disco e vá a todos os shows deles que você puder. O resto é consequência.

BACO NÏN

CULTS

S/T

Sony

Apesar da alta classificação no Google (como diabos eles passaram tanto o Thrill Kill e o THE Cult?), o Cults é uma bandinha agradável com um amor audível por Phil Spector. Eles também estão fazendo aquele lance de samplear-o-que-as-pessoas-falam-na-TV que ninguém faz há uns anos, e que ninguém mais fez direito desde o Glove. Também acho bem difícil não gostar de uma banda que usa xilofone tão frequentemente.

BOB WOODWORD

CONE CREW DIRETORIA

Com os Neurônios Evoluindo

Independente

Esses arruaceiros cariocas cataram o que prestava na Hemp Family (Black Alien & Speed, obviamente) e juntaram com o melhor do Quinto Andar – as rimas moleque, o humor sacana e venenoso – e misturaram com fartas doses de bagunça, bebedeira, fumaça, curtição e desgraça. Acho que não escutava um disco de rap brasileiro onde dá impressão que tá todo mundo chapado o tempo inteiro desde “Evolução É Uma Coisa” do RZO. Parecem o tipo de caras que você imagina que irão mijar na cesta de lixo ou no vaso de planta numa festa na sua casa. Ou que algum deles algum dia é capaz de lançar um EP solo assinando com um AKA tipo Píter Tóxico.

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AMIRI BATATA

WASHED OUT

Within and Without

Sub Pop

Nos dias de hoje, qualquer coisa remotamente interessante a respeito da tal “chillwave” foi consumida até o talo por uma nova geração de produtores de rap que dividem suas atenções entre o éter luminífero e o Twitter. Com os ouvidos migrando cada vez mais pros lados duma versão dessa sensibilidade musical cheia de swag, será que o Washed Out tem algum lugar no mundo fora do Fader Fort?

MICHAEL MORLEY

ESKIMO

Felicidade Interna Bruta

Independente

O release que acompanhou o Felicidade Interna Bruta até a nossa redação é um tratado tão sofrido sobre a cena independente musical brasileira que ficamos com pena de falar mal do disco. Mas daí ele é uma mistura manjada de “boas letras em português, melodias cativantes e um instrumental de gente grande” mais chata do que um álbum autoral duplo de algum cantor autocomplacente de restaurante-fazenda que “destila” sua poesia em qualquer cidade de interior do Brasil.

JOANA DARK

JAN KING

Eu Sou Corinthians

Number One Inc Produções

Quando o John Maus começou a lançar músicas, quase dez anos atrás, eu duvido que ele tenha imaginado que ele seria considerado o chefão duma cena de carinhas sensíveis e intelectualoides que acabaram de sair do banho que ficam dedilhando baixos em cima de drum machines de merda e sintetizadores pedantes. Não tem como predizer que você vai ser visto como o Magnetic Fields da geração Tumblr. Por sorte, parece que ele não comprou seu próprio hype. Se você gostou de “Rights for Gays” você provavelmente vai curtir “Cop Killer”, e se você linkou o vídeo de “Do Your Best” na página do Facebook de alguém que você estava afinzão, você fará o mesmo com “Hey Moon”.

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MARLOS JUANZALEZ

LIL WAYNE

Tha Carter IV

Young Money

Caro Juiz Charles H. Solomon, Muito obrigado por ter mandado o Lil Wayne pra cadeia. Ele é um dos meus MCs favoritos desde quando estava no Hot Boy$. Amei as séries de mixtapes Dedication e Drought, mas quando o Tha Carter III saiu, pareceu que o Wayne tinha perdido a linha. A montanha de turnês, syrup e atenção estavam mudando o garoto. Sem a sua sentença de prisão forçando-o a parar de usar drogas e voltar ao papel e à caneta, o Wayne provavelmente se tornaria mais um daqueles rappers que morrem aos 33 anos por causa de codeína e apneia do sono. Muito obrigado Juiz Solomon, por salvar um dos melhores MCs de todos os tempos e fazer a justiça mais uma vez!

JAKE TRAMES, ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA LAKE FOREST

PRAYERS FOR ATHEISTS

New Hymns for an Old War

Strange Famous

Prayers for Atheists é punk-rap pra fãs do Dead Prez. O que diferencia o PFA apart da maioria das pardas que investem no rock-rap é que o MC Jared Paul tem a manha das levadas. Ao mesmo tempo, seus companheiros de banda tocam mais do que aquelas merdas clichê que você normalmente espera desse tipo de fusão de gêneros. Comparações com o Rage Against the Machine são óbvias, chatas e não tem nada a ver, na real.

ALEX DUNBAR

EMINEM AND ROYCE DA 5'9"

Fast Lane

Independente

Vamos deixar algo bem claro antes de mais nada: Eminem é um dos maiores rappers de todos os tempos. Ele lançou algumas merdas regadas a Ambien e metadona, mas ele ainda é um MC com uma técnica sobrenatural – e esse dom só aumenta na presença de um oponente à sua altura. O Royce Da 5’9” é o parceiro ideal para o Em, e, desde a primeira faixa, parece que o Hell: The Sequel pode justificar seus 14 anos de desenvolvimento.

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YO GODDI

LOMBA RAIVOSA

Puta Pegueira, Cacete!

GonoRecords

Das duas uma: ou esses caras são virgens ou então não trepam com nenhuma frequência. Não é possível alguém curtir tanto fazer letras descabidas falando sobre drogas horrorosas, doenças venéreas nojentas e bebedeiras homéricas seguidas de ressacas azedas, e sinceramente estar fazendo sexo de qualidade por aí. Eles até botaram uma moça pra cantar “A Típica Canção de Revolta com o Governo e sua Vida de Merda”, mas com certeza ela é irmã de algum dos integrantes, então ninguém pode comer ela. De qualquer forma, torcemos muito para que eles estejam felizes, se divertindo bastante com a própria música, porque nós certamente não conseguimos nos divertir nem um pouco à custa do punk juvenil deles.

DIANA DOS PRAZERES

TEDDYBEARS

Devil’s Music

Big Beat/Atlantic

Uma vez não tinha comida na minha casa, então eu comi algumas colheradas de geleia de maçã. Um tempinho depois comecei a me sentir gorda, então me abaixei no carpete e comecei a fazer flexões. Depois da quarta, um pouquinho de gorfo escorreu pela garganta e queimou minha goela. Pensei nesse incidente enquanto estava ouvindo o Teddybears. Essa banda sueca (eca) faz música pré-aprovada para comerciais da Coca-Cola. Curta esse disco se você gosta que peidem na sua cara.

KELLY McCLURE

Mano, se liga nessa fita: colei pra saravá o começo da obra do Fielzão e um doido atravessou na minha com um papo tipo “Se cê é corinthiano memo dá uma força aí, irmão. Tá cincão o CD”. Tá tirando, véi? Mas sussa, peguei e vazei, e uma cota depois é que botei pra ouvir. Maluco, que doidêra! Tem uma música só, tá ligado? É um rap em cima da base do “Black And Yellow”, do Wiz Khalifa, só que “Preto e Branco”, com umas rimas muito insanas, tipo “É foda / Nação corinthiana grita forte, grita firme, grita alto / Colocamo até um louco na porra do Planalto”. O resto é tudo narração de momentos históricos do Corinthians, tipo do pênalti que o Edmundo si fudeu no Maracanã e o Corinthians foi campeão Mundial (chupa, seus troxa!). Aí trinquei, malandro, e botei pra ouvir indo pro Pacaembu ver Corinthians e São Paulo. Os bambi tomaram de 5, kkkk! Vai veno!

GALINHÃO DA FIEL