Tudo o que sabemos sobre o acidente com o avião da Chapecoense

O avião que transportava a equipe da Chapecoense para a Colômbia, onde o time catarinense disputaria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana de futebol, contra o Atlético Nacional, na quarta-feira (30), sofreu acidente na madrugada desta terça (29). O destino do voo era a cidade de Medellín, e havia decolado da cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra. A lista do voo tinha 81 nomes: 72 passageiros e nove tripulantes. Quatro pessoas, porém, não embarcaram e estão vivas. São elas: Luciano Buligon (prefeito de Chapecó), Plinio David de Nes Filho (presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense), Gelson Merisio (presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina) e Ivan Carlos Agnoletto (jornalista da rádio Super Condá).

Matheus Saroli, filho do técnico da Chapecoense, Caio Júnior, não embarcou. O nome dele não constava na lista oficial, mas o rapaz pretendia fazer a viagem, o que não foi possível porque ele esqueceu o passaporte. Segundo informações das autoridades colombianas, até a conclusão desta nota [13h19 -- horário de Brasília] foram registrados 71 mortos, seis sobreviventes, e 47 corpos haviam sido removidos dos escombros.

Os sobreviventes, de acordo com comunicado da Aeronáutica Civil Colombiana, são os jogadores Alan Ruschel, Neto, o goleiro reserva Jackson Follmann, o jornalista Rafael Henzel, o técnico da aeronave Erwin Tumiri e a comissária de bordo Ximena Suarez. O goleiro Danilo, herói da classificação, chegou a ser resgatado com vida, mas morreu no hospital. Neto segue em estado grave e passa por exames. De acordo com reportagem do canal TeleMedellín, o zagueiro chegou ao Hospital San Juan de Dios com um corte muito grande na cabeça, perdendo bastante sangue e mexendo apenas os olhos. Já o lateral-esquerdo Alan foi submetido a cirurgia no hospital e transferido para outra clínica, a fim de passar por exame de ressonância magnética. O quadro dele é estável.

Entre as vítimas fatais, estão 21 profissionais da imprensa, incluindo o ex-jogador e comentarista da Fox Sports, Mario Sergio.

A princípio, o voo do time da Chapecoense tinha saída direta de Guarulhos (SP) para Medellín, mas a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vetou a decolagem e a equipe optou por um voo comercial da LaMia (Linha Aérea Mérida Internacional de Aviación).

De acordo com a informação que circula na imprensa local, o avião teria perdido contato com a torre de controle na noite de segunda por volta das 22h15 (1h15, no horário de Brasília), no trajeto entre as cidades de La Ceja e Abejorral. O acidente ocorreu quando a aeronave já se aproximava do Aeroporto José Maria Córdova, próximo a Medellín. A aeronave emitiu declaração de emergência ao Comitê de Operação de Emergência (COE) às 22h. A Aeronáutica Civil trabalha com a hipótese de falha técnica, já que o aeroporto Rionegro operava normalmente e o piloto relatara problemas desta natureza à torre de controle em Santa Cruz.

A principal hipótese que teria levado à queda do avião é de uma pane seca, uma falta de combustível — o que teria resultado numa pane elétrica. Segundo informações analisadas pela carta de voo e os controladores do aeroporto José Maria Córdova, o Avro RJ-85 teria pedido prioridade para pousar ao perceber que o combustível já estava no limite. Após a pane seca, o avião teria sofrido uma pane elétrica e ao tentar encontrar o caminho da pista de pouso teria se chocado contra o morro. As caixas pretas do avião foram encontradas em perfeito estado e deverão ser analisadas na Inglaterra.

A Força Aérea Colombiana disponibilizou helicópteros para auxiliar na operação de resgate, porém a forte chuva na região durante a noite de segunda prejudicou a visibilidade e as missões de voo foram abortadas. As equipes tiveram que acessar o local por terra, e, como a região é montanhosa, a remoção tem sido lenta.

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) cancelou o primeiro jogo da decisão e a CBF adiou a Copa do Brasil, entre Grêmio e Atlético Mineiro, ambas partidas que estavam previstas para quarta. No momento, a cúpula da Conmebol discute a chance de confirmar a participação da Chapecoense na Libertadores de 2017 independentemente do que for decidido sobre a final da Copa Sul-Americana. Para garantir a vaga na Libertadores do ano que vem, a equipe precisaria vencer o Atlético Nacional na decisão.

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