​Fotojornalistas Estão Colando Pôsteres de Suas Imagens Mais Poderosas nas Ruas do Canadá

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​Fotojornalistas Estão Colando Pôsteres de Suas Imagens Mais Poderosas nas Ruas do Canadá

Numa tentativa de conscientizar a população, eles colam algumas das imagens mais chocantes do que o Canadá se tornou.

Em 2010, a polícia canadense prendeu 1.118 pessoas durante a Cúpula do G20 em Toronto. Foi a maior prisão em massa da história do país. Foto por François Pesant.

Na última década, fotógrafos vêm testemunhando e capturando as mudanças que acontecem no Canadá. Eles viram nossas florestas e nossa água desaparecerem para dar passagem à indústria do petróleo. Eles documentaram a militarização da nação – seja reprimindo violentamente protestos durante a Cúpula do G20, seja aumentando a vigilância na capital. Eles capturam os rostos das pessoas discriminadas e sua luta para ter seus direitos respeitados, das mulheres indígenas desaparecidas e assassinadas às minorias étnicas.

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Essas fotos mostram uma nova imagem, uma realidade que os canadenses precisam levar em conta a fim de tomar uma decisão bem informada nas próximas eleições. E, sendo assim, numa tentativa de conscientizar a população, tomamos as ruas de Toronto e Montreal, colando impressões de tamanho grande de algumas das imagens mais chocantes do que o Canadá se tornou. Reclamamos o espaço público como um fórum para discussão com a participação de alguns dos fotógrafos mais importantes do país. Tony Fouhse contribuiu com uma fotografia de um tanque estacionado em frente ao Parlamento canadense, parte de sua série Official Ottawa. Fraçois Pesant compartilhou a foto de uma mulher sendo atacada por uma fileira da polícia montada em Queen's Park durante a Cúpula do G20 de 2010. Marta Iwanek forneceu a imagem emocionante de um casal idoso lutando contra a demência, com o marido atuando como cuidador apesar de sua idade avançada. Ian Willms deu imagens de sua documentação de longa data da evolução das areias betuminosas em Alberta. Laurence Butet-Roch forneceu a cena na qual crianças indígenas aparecem brincando perto de uma usina petroquímica tóxica no sul de Ontário. Rafal Gerszak compartilhou seu retrato da Estrada das Lágrimas, uma trilha onde muitas mulheres indígenas desapareceram sem gerar ultraje entre as autoridades.

Esperamos que, vendo essas imagens, as pessoas sintam a necessidade de saber mais, que pesquisem e se informem antes de dar seu voto.

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Laurence Butet-Roch é membro do Boreal Collective de fotojornalistas.

Colagem em Queen's Park, Toronto.Ian Willms / Boreal Collective.

Cena da Cúpula do G20, por François Pesant, colada entre as ruas Dundas e Morrow, Toronto. Ian Willms / Boreal Collective.

Dezoito mulheres indígenas foram mortas enquanto caminhavam pela Higway 16 entre as cidades de Prince George e Prince Rupert, na Colúmbia Britânica, e muitas mais estão desaparecidas. As investigações são lentas, e, apesar da gravidade da situação, não houve um inquérito público. Rafal Gerszak / Boreal Collective.

Colando a foto da Estrada das Lágrimas, de Rafal Gerszak, entre as ruas College e Roxton, Toronto. Ian Willms / Boreal Collective.

Mais de 66% dos 140 mil quilômetros quadrados da região foram arrendadas para companhias de extração. Ian Willms /Boreal Collective.

Foto aérea das areias betuminosas de Alberta, por Ian Willms, colada em Queen's Park, Toronto. Ian Willms / Boreal Collective.

Mais de 747 mil canadenses vivem com Alzheimer e outras demências. Esse número deve dobrar em 2031. Ainda assim, o Canadá é o único país do G7 sem uma estratégia nacional para o problema. Marta Iwanejk.

Colando a imagem feita em Trenton, Ontário, por Marta Iwanek, entre as ruas Chestnut e Dundas, Toronto. Ian Willms / Boreal Collective.

Colado entre as ruas Chestnut e Dundas, Toronto, retrato tirado por Marta Iwanek em Trenton, Ontário, de um idoso carregando sua esposa com demência. Ian Willms / Boreal Collective.

Em junho de 2015, a proposta C-51 se tornou lei no Canadá. Isso permite que a polícia do país faça prisões preventivas sem mandado e dá ao Serviço de Inteligência de Segurança Canadense mais poder – e com pouquíssima supervisão. Tony Fouhse.

Colando a foto de Tony Fouhse de um tanque estacionado em frente ao Parlamento canadense entre as ruas Bloor e Dundas, Toronto. Ian Willms / Boreal Collective.

Aproximadamente 60% dos poluentes das indústrias de Sarnia são liberados no ar em um perímetro de cinco quilômetros da reserva da Primeira Nação Aamjiwnaang.Laurence Butet-Roch / Boreal Collective.

Foto da reserva Aamjiwnaang, tirada por Laurence Butet-Roch em Ontário, colada entre as ruas Osler e Pelhan, Toronto.Laurence Butet-Roch / Boreal Collective.

Colando entre as ruas Bloor e Christie um dos três painéis que formam a imagens das crianças jogando basebol com uma usina petroquímica ao fundo, em Aamjiwnaang, tirada por Laurence Butet-Roch em Ontário. Ian Willms / Boreal Collective.

Colando uma foto da Estrada das Lágrimas, tirada por Rafal Gerszak na Colúmbia Britânica, entre as ruas College e Roxton, Toronto. Ian Willms / Boreal Collective.

Entre as ruas Bloor e Christie, Toronto, foto das crianças jogando basebol perto da usina petroquímica, em Aamjiwnaag, tirada por Laurence Butet-Roch em Ontário. Ian Willms / Boreal Collective.