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Família de garoto do Acre pode ser processada, diz advogado

"Há crime" caso os pais de Bruno Borges soubessem da premeditação do desaparecimento do filho.

Esta matéria foi atualizada.

Cinco meses. Foi o tempo que durou o suspeito desaparecimento de Bruno Borges, o garoto do Acre. O caso que gerou comoção nacional — com direito a uma série de entrevistas com a família do garoto no Fantástico — terminou com o lançamento da Teoria da Absorção do Conhecimento, o primeiro livro de uma série de 14 volumes.

A informação do retorno de Bruno é do site Acre 24 Horas. A mãe de Bruno, que está no Santuário da Aparecida, em São Paulo, já teria falado com o filho, como informa o jornal Extra. "Ele me pediu perdão", disse Denise Borges. Os pais do garoto confirmaram ao diário carioca o retorno de Bruno.

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Da época do desaparecimento´, foi dito que o garoto levou consigo R$ 10 mil. Todos os símbolos místicos em torno do desaparecimento de Bruno chamaram atenção para o caso.

Um inquérito policial foi aberto no Acre pra investigar o caso — que logo se mostrou uma boa jogada de marketing para venda de livros. Não à toa, hoje o TAC já aparece como o 20º livro mais vendido no brasil entre lançamentos de não-ficção.

Capa do livro de Bruno. Foto: Divulgação

O caso do sumiço de Bruno Borges se tornou controverso quando a polícia acriana encontrou documentos que indicavam que o caso poderia ser premeditado. A polícia prendeu um amigo de Bruno, Marcelo Ferreira, de 25 anos, por falso testemunho. Os móveis do quarto do garoto desaparecido foram encontrados na casa de Mario Gaiote, outro amigo do estudante de psicologia.

Na casa de Marcelo Ferreira foram encontrados contratos deixados por Bruno destinando parte da venda dos livros para Ferreira, Gaiote e um primo de Bruno, Eduardo Borges — este último responsável por financiar a confecção da estátua de Giordano Bruno, deixada no quarto de Bruno.

Segundo Adriano Nascimento, professor do curso de Direito da Universidade Federal de Alagoas, caso a investigação confirme que a família foi cúmplice da premeditação do desaparecimento de Bruno, "há crime". Vale lembrar que foi a própria família de Bruno que fez um acordo com uma editora para a publicação de Teoria da Absorção do Conhecimento.

Nascimento explica que, se os pais do jovem sabiam da premeditação e, ainda assim, tenham chamado a polícia, configura "crime de comunicação falsa de crime ou contravenção". De acordo com o Código Penal brasileiro "provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado pode incorrer em detenção de 1 a 6 meses, ou multa".

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