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Música

Relembrando David Bowie, uma lenda da música eletrônica (também)

Um artista que redefiniu a relação entre o pop e a música de vanguarda.

Nesta segunda (11), ficamos profundamente tristes ao saber que o artista, produtor, ator e lenda David Bowie, morreu aos 69 anos. Suas contas oficiais no Twitter e Facebook confirmaram que ele faleceu no último domingo (11), na companhia de sua família, depois de uma batalha de 18 meses contra um câncer. A notícia também foi dada pelo filho de Bowie, o diretor de cinema Duncan Jones, que tuitou simplesmente: "Estou desolado e triste em dizer que é verdade. Vou ficar offline por um tempo. Muito amor a todos."

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Embora ele sempre seja apresentado como uma estrela do pop ou do rock, não podemos esquecer o quanto Bowie se envolveu com a música eletrônica e, por consequência, a influenciou. O álbum que se torna mais notável por essa ótica é Low, de 1977, - o primeiro da "Trilogia de Berlim", em que o artista trabalhou com Brian Eno para introduzir paisagens sonoras e atmosferas eletrônicas ao seu já vasto repertório que preencheu lacunas entre a música eletrônica e o pop. É só ouvir "Warszawa" pra entender o quão poderosa essa parceria foi. O disco inteiro construiu uma ponte entre os instrumentais extensos e post-rock de Eno e as composições de Bowie o que resultou em um álbum tão vulnerável e evocativo quanto tudo o que ambos já tinham lançado até então. Outro disco que também merece ser citado é Earthling (1997), em que Bowie utilizou do drum and bass e música industrial como inspirações. Barulhos repetitivos e cacofônicos teriam sido uma direção corajosa a se tomar por qualquer artista, mas ainda mais para um que já tinha décadas e décadas de carreira.

Ouvir Blackstar lançado apenas alguns dias antes de sua morte deixa claro que a dedicação de Bowie a sair dessas zonas de conforto ainda era essencial ao seu trabalho, seja pelos ritmos tortos ou pelos sintetizadores que combinam tão perfeitamente com suas performances vocais de partir o coração. O álbum termina com "I Can't Give Everything Away", que é a declaração final perfeita para um artista que deu à música eletrônica tanto a ousadia de seu estilo de produção quanto o espírito estranho que ele deixou no coração dela.

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