

Whatever
Chemical Tapes
A primeira questão que me ocorre ao saber que Sima Kim provém da Coreia do Sul é: "espera lá, essa é a Coreia má ou a outra de que ninguém quer saber?" A Wikipédia resolveu-me a dúvida e deixou-me mais descansado por saber que o alvo do texto nasceu na Coreia boazinha. Aliás, bondade e candura são ingredientes que não faltam ao EP
Whatever
, cassete com dois originais e duas remisturas (a cargo de Will Bolton e do hiperactivo Hakobune). Tanto quanto conseguimos perceber com estas duas bonitas composições, Sima Kim joga a partir de um terreno pós-clássico (com o piano a ponta-de-lança), mas os chutos que dá na bola podem levar a música para o lado dos
field-recordings
ou da electro-acústica da escola Schole/Noble. O que mais nos interesse é que Sima Kim consegue essa alternância com a graciosidade da Mariah Carey a andar de patins. Positiva é também a diferença de tonalidade que existe entre os dois temas incluídos (“
Misapprehension
” dá-se mais aos
loops
e a um esquecimento semelhante ao de Eluvium, outro pós-clássico). Com um EP tão capaz de o orgulhar, é estranho encontrar Sima Kim constantemente de cara tapada nas fotografias e vídeos. Ou então está com medo de que o vizinho Kim Jong-un não aprecie muito a paz total que há por encontrar nesta cassete.