FYI.

This story is over 5 years old.

Motherboard

Caixas de som do Amazonas

O tecnobrega é meio pirata, meio cósmico e 100% bom.

Perguntem a qualquer pessoa que lá tenha estado sobre a música brasileira e o mais provável é que ouçam aquela resposta aborrecida e básica sobre beber cachaça em barzinhos, bandas de samba, a cena forró ou o baile funk (uma versão brasileira do Miami bass, apenas com mais armas, drogas e rabos). Mas isso são apenas os estilos mais populares, geralmente concentrados no Rio ou em São Paulo. No Pará, um estado isolado no nordeste, junto ao Amazonas (o estado, não a floresta), a conversa é outra. Em Belém a malta curte é tecnobrega. Ou seja, qualquer coisa como tecnopimba. É um género de música efusivo e dançável, a fazer lembrar o dancehall jamaicano. As festas de tecnobrega são eventos carnavalescos e barulhentos, ao estilo festa de armazém dos anos 90, mas com aquele toque de cena do espaço. E com mais rabos também, claro. A cena tecnobrega sobrevive à base de festas e de DJs que encorajam as pessoas a piratear como forma de se tornarem mais conhecidos e para continuarem a actuar ao vivo. A Motherboard viajou até Belém do Pará para conhecer e curtir a cena tecnobrega local, algo completamente único e original em termos de club scene. E ficámos mesmo impressionados, sobretudo com as enormes aparelhagens feitas à mão que são verdadeiras cabines de DJ vindas do Star Trek a rivalizar, de caras, com as dos Daft Punk.

Publicidade