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Música

'Load' é o disco definitivo do Metallica justamente porque é uma bosta

O infame disco de 1996 é o retrato perfeito do rock de tiozão auto-indulgente e ricaço histérico que a mais bem sucedida banda do Big Four do Thrash Metal sempre quis ser.

Arte por Adam Mignanelli

Texto originalmente publicado no Noisey US.

Ao observar a história vagamente deprimente do Metallica, há uma clara distinção entre o melhor disco da banda e seu disco fundamental. O melhor provavelmente é Master of Puppets porque suas canções são as mais agradáveis (no sentido de soar como um thrash meio ácido). Mas não é seu disco fundamental — o álbum que exemplifica o ethos e atitude da banda. Esse foi lançado há 20 anos atrás neste mesmo mês, e você provavelmente o odeia. É aquele em que eles usaram maquiagem e camisetinhas cortadas, penteados meio espalhafatosos na bendita sessão de fotos e meteram uma capa que parece fogo ou lava, mas na real eram fluidos e secreções bovinas e humanas entre duas placas de acrílico.

Para a maioria, Load é só mais um disco terrível de 1996 — 80 minutos que indicam que a mais bem-sucedida entre as bandas do Big Four teria deixado de lado o metal pra fazer rock de tiozão autoindulgente. O que, aliás, é verdade em grande parte, mas deixa de lado um aspecto que só tem ganhado força com duas décadas de retrospectiva: Load foi a primeira prova incontestável de que o Metallica sempre esteve zoando e alienando seu próprio público.

De certa forma, Load é uma rejeição completa do som que fez o Metallica ganhar popularidade. Por outro lado, a contrariedade do Load referencia as músicas do Kill 'Em All de 1983: o thrash rápido e atonal do disco de estreia era música abrasiva para pessoas abrasivas, ajudando seus eus cabeludos, toscos, batedores de cabeça a criarem um nicho distante da crescente cena hair metal. E a cada disco violavam-se expectativas definidas por seus predecessores. Eles meteram violões e baladas em Ride the Lightning e Master of Puppets. Em …And Justice For All, os riffs e estruturas das canções foram ficando cada vez mais complicadas e intrincadas. Assim que faixas de nove minutos viraram o lugar-comum, a banda simplificou sua sonoridade no amigável (para as rádios), Black Album chegando a marca de 16 milhões de cópias vendidas.

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