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Música

Descubra o que Faz um DJ de Verdade na Jambox com o Skratch Bastid

Canadense é atração da festa Jambox Music Experience, que rola nesta quarta (3) no clube Superloft, em São Paulo.

O DJ canadense Skratch Bastid, há pouco mais de 15 anos contribuindo para elevar o padrão do turntablism e vencedor de vários campeonatos importantes do gênero, como o DMC World, está em turnê pelo mundo e nesta quarta (3) mostra seu talento em São Paulo. Ele é a estrela de mais uma edição da festa Jambox Music Experience, projeto inteiramente dedicado ao turntablism, que rola no Superloft, em Pinheiros.

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Outros feras locais na arte de criar sons e música por meio do uso de toca-discos, os DJs Nedu Lopes (residente), Kefing, DJ oficial do Edi Rock, e Typá, destaque feminino da vertente, também tocam no evento. Antes de embarcar para o Brasil, o Skratch Bastid trocou uma ideia com o Noisey sobre a turnê, seu trampo recente com o quarteto de cordas Afiara, equipamentos, a festa Bastid’s BBQ que ele promove durante o verão canadense, a caminhada até aqui e o que podemos esperar de sua apresentação. Chega mais:

Noisey: Bem, sua apresentação em São Paulo é parte de uma turnê gigante que você está fazendo pelos quatro continentes, certo? Fala um pouco dessa experiência. Como é tocar para diferentes públicos, de diferentes culturas ao redor do mundo, e como a galera tem reagido à sua música?
Skratch Bastid: É isso aí! Estou em turnê no momento, e nas próximas seis semanas vou passar pela Europa, Ásia, América do Norte e América do Sul. Tocar para públicos diferentes em países diferentes é inspirador e educacional. Cada país tem sua própria história musical e cultura pop, e quando se é DJ você vai descobrindo essas coisas à medida em que vai interpretando o público e observando a reação das pessoas ao som. Eu sempre levo meus gostos particulares aos lugares onde toco (é por isso que as pessoas me chamam, afinal!), mas também experimento e aposto em influências locais, acrescentando algumas coisas aos meus sets como uma forma de mostrar respeito e fazer disso uma experiência nova para mim. Tenho feito apresentações como DJ pelo mundo desde 2001, e eu aprendo algo novo em todos os lugares para onde vou.

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Como você se interessou pela prática do turntablism? Tem alguém que você viu tocando e que te inspirou a querer mergulhar nesse universo?
Eu era um obcecado fã de hip-hop e queria fazer parte daquilo em todos níveis. Compus raps e criei batidas. Comecei a comprar discos porque havia algumas músicas em vinil que não se encontrava em nenhum outro lugar. Assim que adquiri os vinis, comecei a praticar com eles. Eu já tinha visto DJs na tevê fazendo scratching e spinning, mas diria que o grupo que me influenciou a querer evoluir nisso foi o Invisibl Skratch Piklz: Q-Bert, Mixmaster Mike, Shortkut & D-Styles. Assisti a uns vídeos deles e fiquei com vontade de tocar tão bem quanto os caras. Ainda estou tentando…

Como é a cena de turntablism no Canadá? Tem bastante coisa interessante rolando?
O Canadá sempre teve um ótimo cenário de DJs. É um país muito grande e não muito populoso (35 milhões), mas mesmo assim temos muitos DJs fera. A-Trak veio de Montreal, o campeão mundial do DMC, o DJ Dopey, de Toronto, o campeão mundial do Thre3Style, Hedspin, de Vancouver, além de Jr-Flo, do Keys-N-Krates, DJ Drastik & Tom Wrecks, do Thugli, DJ Shub, do A Tribe Called Red, DJ Vekked, que é bastante ativo no DMC, DJ Pump, DJ Brace, e muitos outros!

Qual é a história e a proposta do evento que você promove, o Bastid’s BBQ?
O Bastid’s BBQ é uma festa que rola à tarde e que reúne a comunidade musical. Convido meus DJs favoritos para tocar sets que não tocam nos clubs e músicas que eles amam, mas que geralmente não têm a chance de discotecar em suas apresentações. Daí servimos comida de restaurantes da região e de food trucks da cidade, e rola também um bar com uma carta de bebidas de verão, e, claro, um sistema de som firmeza para garantir a qualidade da festa. É um lance de boas vibrações com o objetivo de juntar as pessoas e celebrar.

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Que tipo de tecnologia, set-up ou equipamentos você comumente leva pra usar nas apresentações?
Turntables Technics 1200, mixer Rane Sixty-Two, agulhas Shure M44-7, Serato, Pioneer DDJ-SP1 e Novation Dicers.

Quais são os momentos que você considera os mais legais da sua carreira?
Para ser honesto, não avalio a minha carreira a partir de prêmios e concretizações singulares. Vejo mais como uma jornada, e mantenho o foco mais em alcançar um desempenho consistente e desenvolver todas as minhas habilidades de maneira geral. Minha história é mais ou menos assim: participei de batalhas de DJ como Scribble Jam, DMC e ITF nos anos 1990/2000, comecei a produzir minhas próprias músicas e álbuns nos anos 2000, quando também passei a fazer turnês e a me apresentar em clubes e festivais, e passei a promover meus próprios shows e eventos nos últimos seis anos. No meio disso tudo, fui fazendo contato com artistas e pessoas positivas de todo o globo, compartilhando ideias e música e construindo uma sólida rede de contatos. Acho que isso tudo junto vale mais do que qualquer momento isolado, e dura mais.

Você lançou recentemente um impressionante álbum que cruza música erudita com rap, em parceria com o quarteto de cordas Afiara. Como foi o processo criativo dessa obra?
Sim, trata-se do projeto “Spin Cycle”. O conceito chegou até mim pelo quarteto. Eles tinham quatro peças que foram compostas para eles por grandes jovens compositores canadenses e queriam que eu remixasse. A partir disso, eles queriam que os compositores remixassem os remixes. Foi um processo de três estágios. A versão do String Quartet -> depois o Skratch Bastid Remix -> e ainda o String Quartet + Skratch Bastid juntos. Lançamos o álbum e fizemos um show de lançamento juntos no começo desse mês. Estou sempre à procura de novos projetos instigantes. Foi muito desafiador e definitivamente algo fora da minha zona de conforto, mas estou verdadeiramente feliz com o resultado e sinto que aprendi muito com essa experiência.

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Você está preparando algo inusitado para a apresentação em São Paulo? O que podemos esperar?
Todo set que eu toco é inusitado! Jamais apresento dois sets iguais, então acredito que se possa dizer que todos são especiais. Sei que isso soa um pouco pretensioso. Fiquei impressionado com os DJs que vi tocando recentemente nas festas da Jambox, logo me sinto na obrigação de chegar com um set imponente para que possa me manter no mesmo nível. Vocês podem contar com uma seleção equilibrada entre novidades, clássicos, firulas de DJ e habilidades que vocês já devem ter visto em meus vídeos. E, claro, algumas surpreendentes coisas inéditas.

Encerrando essa turnê, o que mais você tem em mente ou já planejado ainda para esse ano?
Quero tentar arranjar um tempo para dormir! Sempre tenho projetos nos quais estou trabalhando, nunca fico parado, de verdade. Vou passar mais uma temporada em estúdio durante o inverno canadense e fazer mais algumas músicas. Gostaria de viajar com o quarteto de cordas para alguns shows. Lançar mais alguns vídeos, e, no geral, seguir divulgando minha música e meu estilo para o mundo. Vamos que vamos.

Para saber mais sobre a festa e os artistas desta edição, acesse:

JAMBOX – MUSIC EXPERIENCE
jamboxme.com
facebook.com/jamboxme

▹ SKRATCH BASTID
skratchbastid.com
facebook.com/skratchbastid

▹ NEDU LOPES
nedulopes.com
soundcloud.com/djnedulopessets

▹ KEFING
soundcloud.com/dj-kefing-brasil
facebook.com/DJKEFING

▹ TYPÁ
soundcloud.com/djtypa
facebook.com/djtypa

▹ SUPERLOFT
facebook.com/Superloft
instagram.com/superloftbr