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Música

Assista a “Lessons”, o Primeiro Clipe do Álbum de Estreia do Quarteto Goiano Dry

Os riffs ganchudos e pesados e a metáfora visual presentes no vídeo criam a atmosfera ideal para sustentar a angústia sugerida pela letra da música.

Para quem curtiu as bandas da nova cena rocker de Goiânia que o Noisey apresentou semana passada e acha que tá pouco, aqui vai mais uma pedrada de fina estirpe. Trata-se do quarteto Dry, que faz um som equilibrado entre o peso e a melodia inspirado pelo rock dos anos 1990 e o metal contemporâneo. Eles já estão há três anos rachando o assoalho dos festivais em seu estado, tipo Vaca Amarela, Goiânia Noise, Tattoo Rock e Bananada, mas só este ano lançaram seu álbum de estreia, Enjoy the Fall, com 13 sons, disponível integralmente para download no site da banda.

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A delonga para soltar o disco tem menos a ver com preciosismo do que com os enroscos da peleja faça-você-mesmo, me contou o baterista Augusto Zimiani: “Somos uma banda independente. E como tal, temos de bancar todo o processo e nos dividir entre nossos empregos e a atividade de músico. Como ter uma banda independente significa gastar muito e ganhar quase nada, dá pra imaginar o quanto esse processo é trabalhoso”. O disco foi gravado com produção de Fernando Santos e todo o trabalho excedente foi feito por eles mesmos (o Cloud Album, a capa, etc). “Mas a gente aprende e melhora. O próximo disco não vai demorar tanto pra sair, garanto!”, disse.

"Lessons", a faixa escolhida para o primeiro clipe desse trampo, acaba de sair e você assiste logo abaixo:

A letra aborda uma temática recorrente nas composições dos caras, a frustração e a angústia. “Sabe aquela festa legal, na beira da piscina, com um monte de gente nova, seminua, bonita, cheia de bebida e se divertindo horrores? Então, a vida não é nada assim. O mundo é opressor, hostil e não gosta de você… e tenta te matar o tempo todo!”, justificou Augusto. E completa: “Por isso esse sentimento aparece tanto em nossas letras. Nossas músicas falam sobre quando você não se sente bem, sobre o quanto a gente se fode pra mal conseguir sair do lugar. Falam sobre não se sentir parte desse mundo, sobre ser esquisito e meio alien”.

O clipe, dirigido pelo vocalista Marco Bauer com imagens de Delcio Gonçalves e edição e pós-produção de Rafael Borges e José Francisco, mostra um cara trampando, ali, cortando umas madeiras, tentando dar forma a algo, construir alguma peça – que vem a ser uma cadeira. Isso, para eles, funciona como metáfora para a mensagem que querem difundir. Segundo o baterista, “o cara passa a música inteira trabalhando em algo de que pretende desfrutar, mas só consegue terminar a tempo de ver a banda dar o último acorde. Tarde demais. A cadeira é um símbolo. A música, o clipe, na verdade são uma indagação. Estamos questionando quem assiste, sem dar uma resposta”.