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Música

Discos: Markus Suckut

A techno como um guia de percurso.

DNA
Figure
7/10 Depois de três anos repletos de pequenos lançamentos entusiasmantes, 2013 acabava por ser decisivo para que Markus Suckut pudesse provar se era ou não capaz de um álbum completo. Convenhamos que assegurar a atenção de alguém durante sensivelmente 25 minutos é muito mais fácil do que fazê-lo no mais extenso cenário do LP. Markus Suckut era ainda muito jovem (tinha 23 anos), quando, em 2010, lançou um Monad IV, que já nessa altura era um argumento de peso em termos do que pode fazer um produtor de techno para que aquela meia-hora pareça uma viagem. E Monad IV funcionava, de facto, como uma viagem: em velocidade de Autobahn, ritmos feitos para dominar o mundo às quatro da manhã e a prometer ainda muito de bom pela frente. Chegados a DNA, percebemos que Markus Suckut não perdeu desde aí o talento para transformar a techno num guia de percurso e nem tanto apenas num estimulante para abanar os corpos. Mesmo seguindo uma orientação, DNA está cheio de investidas rítmicas que batem forte como a pegada do dinossauro sobre o chão. Não será por acaso que a sua capa mostra algum pó sobre o solo, como se isso fosse um convite para que imaginemos a terra aos pulos com a trepidação provocada pelos ritmos de DNA, que, por direito próprio, é um sismo que provocou alguns danos por aqui.