Como é ser mulher no universo masculino do reggae maranhense

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Como é ser mulher no universo masculino do reggae maranhense

Rosy Valença, Célia Sampaio e outras ilustres representantes da cena de São Luís falam sobre as dificuldades de ultrapassar as barreiras de gênero na Jamaica brasileira.

Seja na Jamaica, seja no Maranhão, a cena musical de reggae sempre foi amplamente dominada pela figura masculina, desde os primórdios. Existe, é claro, grandes e notáveis exceções como a produtora Sonia Pottinger, primeira mulher produtora musical da ilha e leoa a figurar entre as dezenas e dezenas de medalhões locais — Coxsone Dodd, Duke Reid, Herman Chin Loy, Joe Gibbs, King Tubby, Lee Perry, King Jammy e por aí vai — e Sister Nancy, primeira deejay no dancehall clássico e a grande voz feminina que dominou o cenário por muitos anos, quando só então uma sucessão se abriu com nomes como Lady G, Lady Saw, Shelly Thunder e outras.

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A história do reggae não reservou tantos lugares de destaque para a mulher quanto reservou para os homens. No entanto, mesmo com essa dificuldade bem latente, a mulherada foi cortando o mato espinhento do caminho a facão afiado e não deixou barato.

Dando um salto dos anos 1970 para a atualidade do reggae maranhense, especialmente em São Luís (a Jamaica Brasileira), percebe-se que as coisas mudaram muito pouco. As radiolas — que são os sistemas de som do Maranhão, os grandes paredões de caixas que ecoam reggae music para dançar a noite toda — continuam sendo capitaneadas pelos homens. Os colecionadores são, em sua maioria absoluta, homens (pouquíssimas mulheres se destacam, como é o caso da colecionadora Sonia Soares, xará da toda-poderosa Pottinger). Os produtores das músicas são homens, DJs (ou seletores, que é como são chamados os disc jockey na Jamaica — os deejays são cantores por lá) e vozes são predominantemente masculinos. Ser mulher e se manter nesse cenário é resistência pura.

Leia o restante da reportagem no Noisey.

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