O sintetizador de “Contatos Imediatos de Terceiro Grau”. Crédito: Wikimedia
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Se, por algum golpe de sorte, os extraterrestres reconhecerem o som, ainda ficamos com o problema de estética e significado. Será que a nossa música humana, com a sua incrivelmente ampla gama de variações tonais, seria agradável ao ouvido alienígena? Será que teria qualquer informação útil? Assim como os estalos de golfinhos são inaudíveis para nós, um concerto de Bach poderia reverberar como um grito ofensivo para o paladar estético de uma outra forma de inteligência muito mais diferente?Dito isto, se os aliens estão interessados em nós, eles têm muita matéria para pesquisa. Estamos derramando ondas de rádio no espaço desde o alvorecer da era moderna e essa deturpação poderia dizer a uma raça inteligente muito mais do que imaginamos, assim como uma leitura do histórico de pesquisa de alguém frequentemente revela de forma muito clara sua própria personalidade, medos e desejos -- para não falar dos limites da própria inteligência. O resultado não é necessariamente lisonjeiro. No livro de ficção científica de Carl Sagan de 1985, Contato, aliens do sistema estelar Vega fazem contato mandando de volta à Terra o primeiro sinal de televisão forte o suficiente para escapar ionosfera do planeta: O discurso feito por Adolf Hitler na abertura Olimpíadas de Verão de 1936.Mesmo uma mensagem intencional, como o Disco de Ouro, pode viajar pelo universo por milênios. Podemos não existir mais no momento em que atingir o público-alvo. E, na distante possibilidade de não termos destruído nosso planeta e a nós mesmos junto, definitivamente já teremos feito saltos evolutivos na composição da música. Considere, afinal de contas, a diferença entre flautas incas e Einstürzende Neubauten e isso diz respeito a apenas mil anos de história humana relativamente sem eventos.O que nos leva, finalmente, para o problema que vamos enfrentar com mais profundidade em uma próxima coluna: é possível fazer música à prova do futuro? Para criar algo atemporal, não apenas para algumas de gerações, mas para toda a propagação da raça humana e além -- algo que poderia representar a nossa sensibilidade para o público mudo do cosmos? Considere o único lugar onde esta questão é regularmente questionada -- ficção científica. Quando é preciso criar uma música que possa razoavelmente passar por algo composto em um futuro distante, a tendência é ter alguma dificuldade. A Cantina Mos Eisley em Guerra nas Estrelas, a diva mutante em O Quinto Elemento, a infame "caverna da rave" em Matrix Reloaded. Como tudo na ficção científica, eles dizem muito mais sobre o presente do que o futuro. Tendências musicais têm uma vida curta, arqueólogos poderiam facilmente usar as sequências musicais em nossos filmes de ficção científica como um método para encontrar sua data precisa de lançamento.Portanto, a simples resposta para a nossa pergunta -- podemos fazer música à prova de futuro? -- é não. Mas, como todas as questões impossíveis, vale a pena perguntar, mesmo que apenas para imaginar sons inaudíveis, pós-humanos, cósmicos e de ficção científica que são proporcionados pela experimentação filosófica de pensamento. Traga os seus fones de ouvido e eu irei encontra-los no futuro.