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Música

​Canções que salvam vidas: Sky Between Leaves

Três pessoas da mesma cidade, São Paulo, no Brasil, emigraram há 10 anos para a zona de Londres. No seu país de origem, não se conheciam. A música juntou-os.

Foto por Tom Griffiths

Está a chover que se desunha. Está um calor infernal. É sexta-feira e estás em pulgas para a rambóia logo à noite e para fritares a molécula. Por outro lado, é sexta-feira, estás em pulgas para a rambóia logo à noite e para fritares a molécula, mas não tens guito. Não te apetece ir trabalhar. Não te apetece estudar. Vais é dar uma volta pela cidade. Espera, está a chover. Pronto, vais ver o mar, que está um calor diabólico. Alto, que isto está cheio de turistas e não dá para ir a lado nenhum. Nunca mais chega a Primavera! Primavera é que não, que é só alergias.

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Um gajo nunca está contente. Se não é do cu é das calças. O que vale é que, como toda a gente sabe, há canções que salvam vidas (os Smiths cravaram-no a letras de ouro no cancioneiro pop para toda a eternidade). Semanalmente, e para que a tua vida ganhe um novo sentido e encontres a salvação possível, deixamos por aqui um desses bocadinhos de lírica e melodia (ou ruído e grunhidos selvagens, conforme a disposição) que têm a capacidade de, em pouco mais de três minutos, te salvarem. Se não a vida, pelo menos o dia.

Três pessoas da mesma cidade, São Paulo, no Brasil, emigraram há 10 anos para a zona de Londres. O curioso é que, no seu país de origem, não se conheciam. Quis o destino que se juntassem todos em Inglaterra.

Esta é a história resumida dos Sky Between Leaves, que há dias tiveram uma passagem de três datas por palcos portugueses. Tito Cordeiro, Brenno Balbino e Juliana Faverona, trazem a estética das artes plásticas para o seu universo musical. Veja-se o EP que editaram recentemente, Klein Blues, que é uma referência ao artista plástico francês, Yves Klein (1928 - 1962), conhecido no mundo da arte contemporânea, entre outras obras, por ter trabalhado um certo tom de azul.

Bateria, guitarra, voz, baixo e máquinas, fazem parte do som da banda, tendo inclusivamente o tema O.B.E. (Out Of Body Experience) já rodado na prestigiada BBC Radio 6. À VICE, o trio revela que, habitualmente, toca esta música com uma dreamachine, uma invenção do artista beat, Brion Gysyn.

Trata-se de um dispositivo de luz que produz estímulos visuais e que pode desencadear vários estádios de percepção sensorial, entre os quais, algum tipo de alucinação, como uma experiência fora do próprio corpo. A alusão às correntes estéticas mais underground, fazem deste tema psicadélico, um dos cartões de visita dos Sky Between Leaves. Uma daquelas canções que, não só te podem mesmo salvar o dia, como podem mesmo acabar por causar vício profundo.