O Osvaldo tira fotos às miúdas mais tristes e solitárias das sexycams

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Sexo

O Osvaldo tira fotos às miúdas mais tristes e solitárias das sexycams

As punhetas mais tristes da internet.

O novo trabalho do fotógrafo Osvaldo Sanviti, Le Soleil moribond, nem sequer é propriamente fotográfico. São screenshots de webcams sexuais (sexcams) em que as actrizes aparecem não a mostrar as suas partes privadas, mas pensativas, tristes ou sem expressão alguma. O Osvaldo tem um Tumblr dedicado a esta série que actualiza frequentemente, caso queiram ver mais do mesmo. É um trabalho íntimo, mas não sexualizado. É mais deprimente do que obsceno. Nem sequer chega a ser voyeurístico, é mais como se as imagens viessem de outro planeta. De um planeta em que nunca faz sol, um mundo sem janelas ou contacto humano. E sem amor. Iluminado apenas por luz artificial. Curtimos tanto estes retratos de isolamento que conversámos um pouco com o Osvaldo sobre tudo isto. VICE: Quanta pornografia de webcam tiveste de ver para fazer estas imagens?
Osvaldo: Isto não é pornochat, é sexychat. São coisas diferentes. E mais: tiro sempre os meus screenshots quando as miúdas estão à vista de toda a gente, em público. Nunca o faço em salas privadas (sou um utilizador não registado, portanto). Não quero saber das cenas privadas, não estou interessado na vertente sexual da coisa. Ah, então estes retratos acontecem sempre na, chamemos-lhe assim, primeira parte da performance, quando elas tentam captar clientes. Antes do sexychat se tornar pornochat, portanto.
Talvez, nunca entrei numa das salas privadas. Mas podes experimentar tu. Achou que vou mesmo, obrigado pela dica. O que é que estas miúdas têm que te fez ficar fascinado por elas?
A primeira coisa que me chamou a atenção, de um ponto de vista formal, foi a leveza das cores no vídeo, mesmo que isso depois se reflicta na (falta de) qualidade do vídeo em si. Acho que não consigo imitar esse efeito com fotografias, sobretudo com as digitais. E fiquei muito intrigado com a solidão que elas vivem. Sozinhas num quarto cheio de luz artificial, as janelas fechadas… É tudo muito pouco forçado ou planeado. Às vezes sinto que estou a fotografar estranhos na rua. Tenho aquela mesma sensação de espera, de estar à espera que o objecto da minha atenção esteja na situação certa com a luz ideal. Mas aqui não tens de disfarçar. Elas sabem que estão ali para ser observadas. Isso muda muito as coisas para ti?
Sim, claro. Acaba por ser diferente, mas fotograficamente falando o que importa é o mesmo: a sensibilidade de quem fotografa, a percepção da realidade que o fotógrafo tem. Se meteres 100 pessoas a tirar este tipo de screenshots vais ter 100 trabalhos diferentes. Não me importa tanto o método, mas sim o resultado. Não, mas a sério: a quanto sexychat tiveste de assistir para fazer isto?
Depende. Às vezes demoro 10 minutos, mas já estive duas horas sem fazer um único retrato. Passo altas secas, mas pelo menos dá para ouvir muito jazz.

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