A Sinfonia Pokémon

Pokémon: Symphonic Evolutions nothe Chicago Theater. Foto: Zoe Rain, fornecida por Pokémon: Symphonic Evolutions.

Mês passado chegou ao Madison Square Garden, na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, o espetáculo Pokémon: Symphonic Evolutions, um imã de nerds, aprendizes de nerd e famílias nerds. E eu.

Encontrei meu lugar depois de percorrer um caminho repleto de crianças empolgadas e mestres Pokémon um pouco mais velhos. Quando reconheci as primeiras notas da melodia que tocava na primeira tela de Pokémon em uma sinfonia tocada ao vivo por músicos profissionais, minha criança interior foi à loucura e a dopamina, às alturas.

Ouvi aquela melodia milhares de vezes desde que coloquei um cartucho de Pokémon Azul em meu Gameboy Pocket aos quatro anos de idade. Duas décadas mais tarde, estamos crescidos — eu escrevo profissionalmente sobre meu amor por esses monstrinhos de bolso, e a regente Susie Seiter (vestindo um jaleco branco no estilo Professor Carvalho) está à frente da Orquestra de St. Luke com um programa composto por músicas com nomes como “Pallet Town” e “Friends, Fights and Finales”.

Chad Seiter, que é casado com Susie Seiter, interpretou e compôs todas as músicas que sua esposa regeu sobre o palco do Madison Square Garden. Ele e o produtor de criação Jeron Moore ouviram todas as músicas do catálogo de Pokémon. Segundo o compositor, “não foi tarefa fácil” capturar a emoção e a narrativa por trás da melodia. Moore e Chad jogaram o game por horas e horas, além de assistir a sequências de outros jogadores por mais tantas horas, selecionando os momentos cruciais de Pokémon Vermelho e Azul até as versões X e Y. Imagine ganhar seu primeiro Pokémon, encontrar as Equipes Rocket, Magma ou Plasma e lutar em batalhas quase mitológicas contra Red, Wallace e N.

No começo, meu maior interesse estava na narrativa de Pokémon Gold, Silver, e Crystal — meus games preferidos a despeito do frenesi com os primeiros 151 Pokémons. Os valores do trabalho, amizade e lealdade, representados em mais de 20 temporadas diferentes, despertaram um novo apreço pelas histórias com as quais os novos Pokémaníacos crescerão. “O que significa a experiência que essa música representa em sua essência? A nostalgia é uma coisa poderosa. Encapsular os momentos que conectam a lembrança que alguém tem de uma música a sua experiência visual e táctil com o jogo é o objetivo principal”, explica Moore.

Além dos objetivos mais elevados, o ponto forte de Pokémon: Symphonic Evolutions é o fato de que Susie e Chad Seiter e Jeron Moore entendem os jogos. “Capturar, batalhar , trocar…encontrar um modo de captar a essência dessas coisas. O senso de aventura, companheirismo, o desenvolvimento dos personagens, os desafios enfrentados — tudo isso sem focar demais em um elemento particular. Por exemplo, batalhas demais versus poucas histórias — esta foi a parte mais desafiadora”, diz Chad.

Susie Seiter na regência de Pokémon: Symphonic Evolutions, noMANN Center, Filadélfia

A música, ao mesmo tempo nova e familiar, reforça a primeira impressão e a torna universal. “Acredito que o público que não está acostumado à música sinfônica deseja encontrar o mesmo que o público habitual de salas de concerto: orquestrações estimulantes e belas melodias. Também estimulo o público se expressar e reagir, para que desfrutem da experiência como uma comunidade”, diz Susie, que também já fez uma turnê com o marido e Moore com uma sinfonia do game Zelda .

A música dos games tem um grande número de admiradores — dê só uma olhada na Kirby's Dream Band ou leia os comentários no YouTube sobre esses esses clássicos. Mas ver minha obsessão de infância validada no Madison Square Garden é algo tão bom quanto deve ter sido para os fãs de Star Wars quando Star Wars: In Concert entrou em turnê em 2009.

Ouça uma prévia exclusiva de Pokémon: Symphonic Evolutions abaixo:

Pokémon: Symphonic Evolutions está em turnê nos Estados Unidos até fevereiro de 2016 e apresentações na Europa já estão agendadas. Veja as datas na página oficial de Pokémon.

Tradução: Flavio Taam