FYI.

This story is over 5 years old.

Politică

Doze revelações preocupantes daquele tal livro sobre a Casa Branca de Trump

"Fire and Fury", de Michael Wolff, viu a sua edição antecipada, depois de fazer estalar o verniz entre o presidente norte-americano e Steve Bannon. Mas há mais.

Este artigo foi originalmente publicado na nossa plataforma VICE News.

Mesmo antes de ser editado [o lançamento foi antecipado em quatro dias e acontece hoje, 5 de Janeiro, nos Estados Unidos], o livro de Michael Wolff sobre o caótico primeiro ano da administração Trump levou já a uma batalha legal entre Steve Bannon e o presidente norte-americano.

Em antecipação à edição, o The Hollywood Reporter publicou uma coluna sobre os 18 meses de de Wolff dentro da Casa Branca, assinada pelo próprio e baseada nos relatos incluídos em "Fire and Fury". A descrição é de uma "West Wing" em caos absoluto, em que os conflitos internos e as traições são ocorrências diárias e em que cada vez mais e mais pessoas acreditam que o presidente é incapaz de fazer o seu trabalho.

Publicidade

Na última quarta-feira, 3 de Janeiro, o The Guardian publicou excertos do

livro, em que se podem ler comentários de Steve Bannon - antigo conselheiro de Trump - a defender que o encontro entre o filho do presidente e uma advogada russa foi um "acto de traição" e "um acto contra a pátria".

Trump respondeu e acusa Bannon de "ter perdido a cabeça" e ameaçou levar a cabo acções legais contra o seu ex-chefe de estratégia, por alegadamente ter violado o acordo de confidencialidade que todos os que trabalham na Casa Branca de Trump são obrigados a assinar.

Eis 12 das coisas mais dignas de nota que se podem ler na coluna de Wolff:

Trump não está apto para a função - De acordo com Wolff, Trump repete histórias constantemente e tem dificuldades em reconhecer pessoas. "Em Mar-a-Lago, mesmo antes da passagem de ano [2016 para 2017], Trump não reconheceu uma série de velhos amigos". Wolff acaba por concluir que Trump é visto pelos seus aliados mais próximos, equipa e família, como alguém "incapaz de levar a cabo o seu trabalho".

"He's just a fucking fool" - Uma citação atribuída por Wolff ao membro de longa data da equipa de Trump, Sam Nunberg, ao tentar explicar o presidente dos Estados Unidos aos trabalhadores da Casa Branca que tentavam entender quem era afinal o seu novo patrão.


Vê: "A lista de amigos de Donald Trump"


Trump tentou trancar-se no seu quarto - Trump estava tão surpreendido por estar a viver na Casa Branca que, num esforço para recuperar algum controlo, tentou barricar-se a si próprio no quarto com o seu próprio cadeado, entre os protestos dos elementos dos Serviços Secretos.

Publicidade

Bannon estava consciente da possibilidade de trump resignar - “Bannon estava abertamente a prever uma possibilidade de 33.3 por cento de ocorrer um impeachment, à luz da 25ª emenda e uma probabilidade de 33.3 por cento de o presidente poder fraquejar devido à arrogância liberal e à sua fraqueza".

Hannity forneceu-lhe as perguntas antes de o entrevistar - De acordo com Wolff, o pivô da Fox News, Sean Hannity, disponibilizou-se a "revelar as perguntas" antes da entrevista ao presidente em Outubro e o director de comunicações, Hope Hicks, planeou que, a partir daí, todos os entrevistadores fizessem o mesmo.

Não é claro que Wolff tivesse de facto autorização para estar na Casa Branca - Wolff diz que passou a ideia ao presidente de escrever um livro ao estilo "mosca-na-sala", mas Trump não se terá mostrado muito interessado. No entanto, o autor garante que "o facto de Trump não ter claramente desaprovado tornou-se uma espécie de passaporte", que lhe permitiu estar dias a fio sentado num sofá da Ala Oeste.

"You can't make this shit up" - Isto terá sido o que o então Secretário de Imprensa, Sean Spicer, murmurou para si próprio, depois da primeira conferência de imprensa da nova administração, onde teve de justificar os números da assistência na cerimónia da tomada de posse de Trump. Spicer não tardou a adoptar a frase como uma espécie de "mantra pessoal", diz Wolff.

Hope Hicks era a "verdadeira filha" - Com Melania a ser uma presença inexistente na "West Wing", os funcionários começaram a referir-se a Ivanka como a “verdadeira esposa”, enquanto Hicks era chamada de "verdadeira filha".

Publicidade

Ninguem gosta de Trump - A peça está repleta de insultos dirigidos por funcionários a Trump. Isto inclui Rex Tillerson a chamar-lhe débil mental; Gary Cohn a descrevê-lo como "burro que nem uma porta"; H.R. McMaster a apelidá-lo de "idiota incorrigível"; e, ironicamente, Bannon a dizer que Trump tinha "perdido a cabeça".

Ninguém queria representar Trump - Wolff diz que pelo menos "nove grandes sociedades de advogados recusaram convites para representarem o presidente" quando este foi confrontado com a investigação relativa ao conluio entre a sua campanha e a Rússia.

“It's a littleee, littleee complicated …" - terá sido assim que Trump tentou explicar a Reince Priebus porque é que tinha de colocar a sua filha Ivanka e o genro, Jared Kushner, em cargos oficiais.

Trump era a fonte de todas as fugas de informação - Trump gostava de se retirar para o quarto depois de jantar e levar a cabo uma ronda de telefonemas aos seus amigos multimilionários, para falar sobre a deslealdade e incompetência de que estava rodeado. "Os seus amigos multimilionários partilhavam depois com os seus outros amigos multimilionários, criando a infindável fuga de informação que o presidente mais tarde furiosamente atacaria".


Segue a VICE Portugal no Facebook, no Twitter e no Instagram.

Vê mais vídeos, documentários e reportagens em VICE VÍDEO.