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Música

James Ferraro Continua Olhando (com Raiva) pra Decadência Urbana Norte-Americana em 'Skid Row'

Ouça uma faixa do próximo manifesto pop digital do novaiorquino, uma "homenagem" ao subúrbio mais violento de Los Angeles (qualquer semelhança com a saudosa banda do Sebastian Bach é mera coincidência).

Os títulos dos discos do James Ferraro só ficam mais pesados. Primeiro, na virada desta década vieram Last American Hero e Hell, NYC, 3AM, este último considerado a sua obra-prima assinada pela label que fechou as portas recentemente, Hippos In Tanks. Agora, o músico de Bronx, artista conceitual, incorrigível e brincalhão, está de volta com seu novo EP, que leva o nome de um dos mais conhecidos e carentes subúrbios tomados pelo crime em Los Angeles, Skid Row.

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Gravado em L.A., Skid Row, será lançado no dia 13 de novembro, e é o primeiro álbum do cara assinado pela label da Carolina do Norte, Break World Records. De acordo com o texto enviado à imprensa, o álbum segue o clima de exploração da decadência urbana norte americana de Hell, NYC, 3AM, "Isso chegou até mim primeiro na forma de palavras, e pouco a pouco foram se tornando as letras de Skid Row. Eu estava escrevendo sobre o mundo ao meu redor, vivendo o que faz com que eu me sinta à beira do colapso social, enquanto me assustava vendo os excessos em todos os lugares. Todos os sons das ruas fluindo — o sangue e as lágrimas, as sirenes ecoando na neblina da manhã, encharcada de poesia — e isso deixou evidente que o que eu via em L.A. é uma visão macro do que é os Estados Unidos como um todo. Um lugar violento (tanto na mídia, quanto na realidade), cheio de excessos e de pobreza, com abusos e brutalidade policial, racismo e como isso interage diariamente."

Desde o lançamento de Far Side Virtual, em 2011, o som de Ferraro tem se afastado de um estilo que mais parecia uma sátira do rock dos anos 80, o mesmo que o colocou como destaque e abriu as suas portas no pop e no hip-hop. O músico também se tornou muito mais desinibido para tratar de questões políticas, e como vocês já sacaram, Skid Row não é uma exceção.

"Lutar contra o racismo é uma guerra justa, então no meu anonimato eu escrevi Skid Row," explica Ferraro. "Eu sou um discípulo das ruas — meu discurso e o meu som em Skid Row espelham esses conflitos que percorrem o Ocidente como uma pintura de um estado americano congelando numa guerra hiper-realista." Ouça a codificada e cheia de synths Skid Row, enquanto lê o poema que o James fez em um manifesto:

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Leia o manifesto de James Ferraro:

Million dollar smiles, lattes & police brutality.

Excess and fiscal ambiguity.

Media violence & Lamborghini dreams, all under one surveillance video texture.

The desert landscape, like tupperware housing digital smog.

K9's and glistening acid rain,

wash away the sentient blood that stains the palm tree city.

An Escalade® burns on the freeway.

The drone of helicopters hum above head, in a desert backdrop commuters in traffic requite a speed of 20 mph pass the gleaming semiotic debris.

the sushi elite & the poor all anonymous in an unforgiving freeway fatality,

an undiscerning system.

Man on the highway, through a walkie talkie speaker, barefoot on the slick asphalt.

As the sunsets, the sky burns a fusion of metal and silhouetted palms.

and a hyper real civilization is rendered by it's idealism, at war with the gravity of reality..

Rendered by it's traffic culture, it's culture of police brutality and gang violence, media saturation and racism, it's glamorization and solipsism, rendered by the tabloid of it self.