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Como o Casamento Gay Vai Afetar as Relações Lésbicas

Quando você estiver lendo isso, já será uma velha (mas muito boa) notícia o fato de que agora as pessoas podem legalmente realizar casamentos gays em Nova York.

Quando você estiver lendo isso, já será uma velha (mas muito boa) notícia o fato de que agora as pessoas podem legalmente realizar casamentos gays em Nova York. Estava acompanhando as notícias na sexta-feira à noite deitada no sofá de pijama e sutiã, dando uma passeada entre o Facebook, o Twitter e o Tumblr. Tanto faz, tanto fez.

Quando a timeline do meu Twitter começou a se encher de coisas como “MEUDEUSMEUDEUSGAYGAYGAY!!!!”, a primeira coisa que pensei foi: “Que merda, agora tenho que deixar de ser uma vaca escrota pra conseguir uma noiva lésbica”. Pensar em todas as bibas felizes e orgulhosas em Nova York me encheu com uma variedade de emoções. Queria estar lá, celebrando com todo mundo (durante o fim de semana da Parada, aliás), apesar de ter ACABADO de ter uma longa conversa com alguns amigo uns dias atrás sobre como eu odeio paradas do orgulho gay. Isso era diferente! Ah, estar em Nova York, cercada por toda aquele energia, marchando pra cima e pra baixo na Christopher Street gritando para todo mundo: “O TAMANHO DO MEU ANEL É NÚMERO SEIS BONITINHO!!!!!!”

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Conforme a noite foi chegando, imaginei o que esse evento monumental significa para lésbicas, especificamente. Com os olhos brilhando e pasmadas com a foto de um Empire State Building iluminado por um arco-íris que estava circulando na internet, me toquei que estamos coletivamente surtando sobre isso porque todas aquelas fantasias acuadas, daquela-menina-do-filme-da-Miranda-July, estão virando realidade. Agora podemos legalmente, e por escrito, mandar que as pessoas que amamos nunca nos deixem. NUNCA!!! Ou, tipo, até que elas assinem um outro documento dizendo que elas podem.

Namoro com garotas desde que tinha 14 anos, e quando mentalmente trilho minhas conquistas românticas, normalmente as divido em duas categorias: namoradas e parceiros sexuais. Houve algumas poucas garotas com quem eu saí e dormi, mas que nunca realmente considerei namoradas, e houve as garotas, ou seja, todo o resto, que eu namorava a sério e, de uma forma ou de outra, acabaria pedindo em casamento depois de, tipo, cinco meses. Desde quando me mudei de Nova York para o noroeste, perto do Pacífico, meu padrão de relacionamento mudou drasticamente, principalmente porque todo mundo parece a Ani Difranco por aqui, mas também porque a cena gay é bem incestuosa. Todo mundo é ex-namorada de todo mundo. Quando a igualdade de casamento vira a norma em todos os estado, as lésbicas não vão mais poder se preocupar com qual das ex-namoradas de suas amigas elas vão estar dando uns malhos em banheiros públicos, mas qual das ex (ou atuais) esposas. Fico assustada só de pensar nisso. Se você pensa que noivas-monstro branquelas, riquinhas e hétero são medonhas, não há NADA mais assustador, e nenhuma espécie mais vingativa e maldosa, do que uma lésbica corna.

Tá ligada daquela coisa toda de lésbicas caminhoneiras? Bom, a piada é mais ou menos assim: “O que uma lésbica leva a um segundo encontro? Um caminhão de mudanças”. Isso com certeza vai ter que ser atualizado para: “O que uma lésbica leva para um segundo encontro? Um anel de noivado”. Não tenho vergonha em admitir que no meu histórico de namoros eu tenho, de certa forma, seriamente pedido em casamento três namoradas, e tatuei o nome de uma delas sobre o meu coração. Também não tenho vergonha de admitir que eu, no presente momento, não mijaria em nenhuma dessas pessoas mesmo que elas tivessem pegando fogo. Esse é o jeito lésbico. Quer dizer, eeeeca, estou igual a Gleen Close, na série Damages, hoje em dia, quando mal consigo deixar alguém passar a noite comigo, e mesmo assim ontem à noite peguei um pedaço de papel e escrevi a minha lista de qualidades pessoais para arranjar um partido seria. O que faria de mim o sonho de qualquer adolescente. Agora divido essa lista com você:

1) Eu malho bastante
2) Não estou usando nenhum tipo de medicação psiquiátrica no momento
3) Nunca declarei falência
4) Me formei no colegial E na faculdade
5) Não tenho nenhuma criança que você vai ter que fingir que gosta
6) Sou fácil de se agradar em um encontro. A não ser que esteja brava com você, e nesse caso vou pedir a coisa mais cara do cardápio.

Provavelmente vou comprar uma variedade de alianças de bom gosto em vários tamanhos para já ter à mão. Provavelmente já devem estar vendendo algumas bonitinhas online em algum lugar, tipo aquele site AfterElle ou algo assim.

TEXTO POR KELLY MCCLURE VICE US
TRADUÇÃO POR EQUIPE VICE BR