Islands of MemoryLanternAlexander Shirokov e Dmitry Bodunov. Malta russa que já anda nisto há algum tempo (Dewtone Recordings, Kahvi Collective), que já rodaram mais em força o chill-out comercial mas que desde há uns tempos mergulham de corpo inteiro no ambiente e no dub techno mais estiloso e assim, com direito a capa arquitectónica e tudo (à Donacha Costello e outros), arrancam o primeiro LP na nipónica Lantern.Se num site de apostas houvesse “estes russos têm os CDs deles de Vainqueur, Fluxion, Monolake fora das caixinhas de metal enferrujado para não se partirem ao tirar. Sim? Não?”; ou “são gajos para ter curtido aquelas compilações de ambiente da Kompakt. Sim? Não?”; ou “cá para mim torraram a ouvir Parasense e agora só pensam em chill e ambiente. Sim? Não?”, provavelmente arriscar “sim” em todas seria uma aposta ganha.Continuando — e reforço que os Parasense foram A MELHOR CENA MUSICAL RUSSA ALGUMA VEZ FEITA (desculpa lá, Tchaikovsky) — o trance deste duo dinâmico é com “s”, transe, pois elevam o techno minimal embebido de dub e calmantes até ao expoente máximo da massagem cerebral. Ou seja, se os tradicionais 6, 8, 10 minutos te acalmavam, imagina os 16 ou até 19 minutos que estes russos gostam de apresentar em algumas faixas. O resultado é interessante, há algum efeito progressivo nas faixas que as torna menos passíveis de serem chatas pelo esticanço de tempo, de repente são mesmo faixas dois em um, três em um, com boas batidas, algumas bem paralelas ao universo do techno minimal de um after, mas de qualquer forma, não adiantam nada de novo em relação ao já feito atrás. São homenagens, fazem-nos ir logo a correr ouvir outras ilhas na nossa memória, mas não faz mal nenhum ouvir estes 78 minutos de seguida.
