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Tecnologia

A Ciência Por Trás do Nariz Vermelho e dos Olhos Coloridos do Rudolph

É um dos maiores mistérios de Natal, um quebra-cabeça festivo desconcertante: por que Rudolph, a rena de nariz vermelho, tem um focinho tão brilhante?

É um dos maiores mistérios de Natal, um quebra-cabeça festivo desconcertante: por que Rudolph, a rena de nariz vermelho, tem um focinho tão brilhante?

Não se desespere mais, pois a ciência está aqui para resolver a questão. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Lund, Suécia, registrou o fenômeno do nariz brilhante das renas em filme, usando uma câmera termográfica.

É mais uma prova da explicação publicada no ano passado, na edição de Natal da revista acadêmica BMJ, por cientistas da Noruega e da Holanda. Conforme eles descreveram, o objetivo do estudo era

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"Caracterizar a morfologia funcional da microcirculação nasal humana, em comparação com as renas, como forma de testar a hipótese de que o nariz vermelho de Rudolph, uma das renas mais famosas do trenó do Papai Noel, é luminoso por conta da presença de uma microcirculação nasal altamente densa e rica."

​Nosso Derek Mead explicou como os pesquisadores testaram a hipótese com renas, cobaias humanas, uma esteira ergométrica e um pouco de cocaína. Por fim, descobriram que os focinhos das renas têm 25% mais vasos sanguíneos do que o nariz humano. Então, concluíram que os vasos sanguíneos do nariz do Rudolph "ajuda a protegê-lo do congelamento durante as viagens de trenó, e ajuda a regular a temperatura do cérebro do animal, fatores essenciais para que renas voadoras possam puxar o trenó do Papai Noel sob temperaturas extremas."

Isso pode soar como uma pesquisa frívola de Natal, mas é o tipo de coisa que os cientistas da Universidade de Lund levam bem a sério. A universidade tem uma equipe de pesquisa estudando os narizes dos mamíferos e questões como: por que os focinhos dos cães são frios e os das renas são quentes.

Enquanto isso, outro atributo facial das renas chamou a atenção da comunidade científica este ano: os olhos. Um artigo publicado por pesquisadores britânicos e noruegueses na revista acadêmica Proceedings of the Royal Society B, no fim de outubro, constatou que os olhos das renas árticas mudam de cor em diferentes épocas do ano. No verão, são dourados, mas no inverno, são azuis.

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Como num filme de terror, pesquisadores noruegueses enviaram a Glen Jeffery, neurocientista da Universidade de Londres, um pacote com dez olhos de renas coletados no verão (vendidos por pastores locais) e dez coletados no inverno. "Quando abri o embrulho, tive o maior choque da minha carreira científica", disse Jeffrey. Não estou surpreso — acho que eu também ficaria chocado ao abrir um pacote cheio de olhos —, embora o que tenha perturbado Jeffrey, na verdade, foi a paleta de cores. "Os olhos de inverno eram claramente azuis, e os de verão eram claramente dourados."

O motivo das cores diferentes é uma mudança no tapetum lucidum (do latim, "tapete brilhante"), uma parte reflexiva do olho que geralmente está associada à visão noturna de criaturas notívagas. É o que faz o olho dos gatos brilhar quando você esbarra com eles no escuro.

Os pesquisadores escreveram que, até onde sabem, foi a primeira vez que uma mudança de coloração foi observada nessa parte do olho dos mamíferos. Eles crêem que o motivo da mudança está ligado às condições de iluminação do Ártico: no inverno, a noite é constante por vários meses, enquanto, no verão, é sempre dia.

O relatório explicou que os olhos dourados das renas, de verão, são melhores em visão geral do que os olhos azuis invernais, mas os azuis são muito mais sensíveis à luz. "A explicação mais parcimoniosa alega que esses fatores estão funcionalmente interligados, proporcionando um mecanismo de adaptação à luz do ambiente completamente novo entre mamíferos", concluíram. "Resta saber se outros mamíferos do Ártico adotaram estratégias similares."


Tradução: Stephanie Fernandes