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Tecnologia

O YouTube Vai Pressionar as Gravadoras do Jeito que a Amazon Faz Com as Editoras

Quem não entrar no novo serviço de música do Google sofrerá as consequências no YouTube. E os indies não estão nada felizes com isso.
Crédito: Jarad eberhardt/Flickr

Seguindo o exemplo da Amazon, que recentemente mostrou que editoras e produtoras que não seguem suas regras podem sofrer sérias consequências, o YouTube, do Google, está prestes a cair com tudo em cima da já abatida e definhada indústria musical.

O YouTube planeja retirar do ar clipes de gravadoras independentes que se recusaram a fazer parte de seu novo serviço de música.

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Apesar de 90% da indústria musical ter aprovado o novo serviço, os clipes dos chatinhos dos 10% – que incluem grandes nomes indies como a Domino Recordings e a XL Recordings – serão bloqueados "em alguns dias", segundo afirmou o representante de conteúdo e operações comerciais do Youtube, Robert Kyncl,  ao Financial Times.

Algumas gravadoras e artistas não gostaram do que viram nos termos e condições do novo serviço de música do YouTube, em especial da parte onde se lê que as gravadoras que não assinarem o novo contrato terão seus vídeos deletados.

Em resposta, Billy Bragg, a Worldwide Independent Network (WIN), a Featured Artists Coalition (FAC) e a associação indie européia IMPALA se uniram para pedir a ajuda da Comissão Européia (tanto a Domino quanto a XL são produtoras européias) em sua batalh contra o YouTube.

A WIN também afirma que o Google elaborou contratos lucrativos para as grandes produtoras – Universal, Warner, e Sony – enquanto as produtoras independentes são obrigadas a assinar contratos desvantajosos, sob a ameaça de terem os seus vídeos banidos do serviço gratuito do YouTube, do qual elas atualmente dependem.

Mas o Google e o YouTube são muito mais velozes do que as leis, e já começaram a dar um sumiço nos vídeos das gravadoras que não assinaram seus contratos. Então se você quiser assistir, digamos, um clipe do Animal Collective, é melhor você fazer isso agora mesmo, antes que seja tarde demais.

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O Google e o YouTube não têm sido exatamente relutantes em usar sua força bruta – e quando o assunto é música, a força definitivamente está com eles, e na forma do grupo consumidor que mais interessa às produtoras: os adolescentes. De acordo com uma pesquisa da Music 360, da Nielsen, 64% dos adolescentes usam o YouTube, mais do que qualquer outro meio, para ouvir suas músicas prediletas.

Alison Wenham, diretora-executiva da WIN, contou para a Victoria Turk, do Motherboard, que o YouTube se firmou como líder na indústria da música. "O YouTube é uma ferramenta essencial; ele virou o site no qual pensamos quando falamos em vídeos", disse Wenham.

Os peixes grandes do Vale do Silício estão começando a levar os serviços de streaming a sério. Após deixar o mercado nas mãos dos Spotifys e Rdios que rolam por aí, a Apple comprou a Beats de olho em seu serviço de streaming. Enquanto isso a Amazon projeta seu próprio serviço do tipo.

Enquanto há uma década e meia o termo "mercado da internet" invocava imagens de nerds no Ebay, os últimos acontecimentos enterraram esse estereótipo junto com o fantoche e mascote do Pets.com. A Amazon já mostrou o que acontece com as empresas que não respeitam seus termos: o site paralisou as vendas de alguns títulos da editora Hachette devido a uma quebra de contrato, e cancelou a pré-venda do The Lego Movie devido à uma rixa com a Warner Bros.

E há de se concordar que tanto a Hachette quanto a Warner não são dos competidores pequenos. Se as coisas continuarem assim, as produtoras indies devem se preparar para um longo exílio no Vimeo.