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A Noite de Terça-Feira no Rio Foi Imensamente Deprê

A performance alemã foi de uma crueldade brilhante e a última encarnação da Seleção acabou massacrada pelos oponentes, ridicularizada pela própria torcida e eviscerada pela imprensa.

Esses dois se consolaram como podiam.

Anteontem, o maior jogo do maior campeonato esportivo do planeta aconteceu no Brasil. Um jogo disputado entre os anfitriões e a Alemanha em Belo Horizonte, a semifinal da Copa do Mundo lançou, inevitavelmente, uma grande sombra por cima de tudo o que aconteceu antes e a própria final, e não saiu como o treinador Luiz Felipe Scolari – nem ninguém – esperava. Se o Brasil tivesse vencido, estaríamos louvando um time que construiu um impulso irrefreável em direção à sua sexta vitória em Copas do Mundo. Em vez disso, a última encarnação da Seleção acabou massacrada pelos oponentes, ridicularizada pela própria torcida e eviscerada pela imprensa.

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A performance alemã foi de uma crueldade brilhante; quatro gols em seis alucinógenos minutos do jogo, o que colocou o time somente um gol atrás da pontuação dos Estados Unidos em todo o torneio. Mas, se os norte-americanos até já esqueceram que tinham um time na Copa, o que aconteceu com o Brasil vai ficar gravado na psique da nação por décadas. Antes de terça-feira, o país ainda era assombrado pela final da Copa perdida para o Uruguai em casa em 1950. Agora, uma nova geração de brasileiros tem seus próprios fantasmas para exorcizar.

Fora os jogadores ausentes Thiago Silva e Neymar, os únicos jogadores brasileiros a sair do jogo com algum vago crédito foram o goleiro Júlio César, o meia Oscar e o zagueiro Dante. Esse último merece simpatia simplesmente pela inépcia quase total de seu parceiro. Comprado este ano pelo Paris St. German por $85,5 milhões, David Luiz é o zagueiro mais caro de todos os tempos, e, na noite de terça, ele custou muito caro para a seleção nacional, apresentando uma performance que será merecidamente lembrada por décadas como uma antidefesa desastrosa e decapitada.

Enquanto a seleção brasileira e sua gestão choravam e pesavam os relativos méritos de diferentes esconderijos, pedimos para o fotógrafo Mattias Maxx sair às ruas do Rio e capturar o clima da cidade. Houve relatos de violência mais cedo naquele dia: tiros, roubos e brigas no fan park oficial da FIFA na praia de Copacabana; mas, no final, o descontentamento que pairou ameaçadoramente durante todo o torneio não deu as caras.

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Na manhã de quarta, muitos brasileiros acordaram putos com a FIFA por roubar até as calças do país. Porém, na noite anterior, quando o resto do planeta imaginava se o país ia ou não pegar fogo, os locais estavam apenas tristes e bêbados debaixo da chuva. Adeus, jogo bonito.

Clique abaixo para ver mais fotos.

Um torcedor tenta se esconder da chuva do lado de fora de uma loja de salgados.

Um torcedor brasileiro tenta fugir da cena em frente ao Copacabana Palace.

Uma torcedora dança na chuva.

Relatos indicam que a polícia teve uma noite surpreendentemente calma.

Torcedores se aliviam num painel de patrocinadores da Fifa Fan Fest.

Torcedores brasileiros com o olhar perdido.

Torcedores se consolam.

Torcedores alemães presunçosos no Rio de Janeiro.

Muitas garrafas foram esvaziadas enquanto os alemães brindavam sua vitória e os brasileiros afogavam suas mágoas.

Alguns alemães tentaram esfregar a vitória na cara desse brasileiro, que não parecia muito impressionado.

Os argentinos também estavam felizes. Eles celebraram a vitória dos alemães – ou melhor, a derrota do Brasil – com pizza.

Esse cara estava muito confuso sobre como seus heróis puderam mandar tão mal.

Garis limpam o lixo da praia de Copacabana.

O lateral-esquerdo Marcelo numa propaganda.

Uma torcedora encalhada na chuva.

Um grupo teria disparado tiros durante um arrastão num bar de um dos fan parks.