Muito se discute (e se reclama) sobre as fantasias que pegam mal no Carnaval brasileiro. Numa época em que a criatividade e bom humor deveriam reinar, muitos foliões ainda optam em sair com adereços e fantasias que podem ofender muitas pessoas – especialmente as maiorias minorizadas desse país. Sair fantasiado “de índio” no Carnaval outrora era encarado como algo corriqueiro, mas hoje em dia não há mais desculpa para alegar que se trata de uma homenagem ou que é apenas uma fantasia.
A população indígena no Brasil foi fadada à extinção desde a chegada dos portugueses que sistematicamente exploraram, estupraram, descaracterizaram e extinguiram diversas etnias. Da colonização até o século 21, a causa indígena continua sendo uma das mais urgentes no país e quem tem raízes indígenas ainda luta para sobreviver à constante ameaça de grileiros, latifundiários, autoridades e da própria população cheia de preconceito.Portanto, sair fantasiado de “índio” não é uma homenagem ou apenas uma piada. É a maior prova de insensibilização com as raízes do seu próprio país. Para saber mais sobre isso, pedimos para que indígenas do Brasil dessem sua opinião sobre a fantasia que a galera não cansa de usar em todo Carnaval. Saque abaixo:
Foto: Reprodução.
David Karai Popygua, 31, Aldeia Tekoa Ytu - São Paulo
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Foto: Arquivo Pessoal.
Yuninni Terena, 21 anos, Aldeia Limão Verde - Mato Grosso do Sul
Katú é rapper e youtuber e foi uma das ativistas que levantou o movimento #Índionãoéfantasia em 2018. Foto: Reprodução/Facebook.